02/03/2010
“Um por todos e todos por um”
Divisa do Colégio Militar
Desfile dos alunos do Colégio Militar do Marquês de Pombal à Igreja de São Domingos, que se realiza anualmente. Foto cedida por AAACM |
Ou seja, o Colégio é uma verdadeira instituição nacional, que as vicissitudes históricas nunca abalaram; com provas dadas, qualidade de ensino, formação global do ser individual, com muita gente famosa lá formada e tradições sedimentadas.
É uma escola de liderança e patriotismo, de valores e de exigência. Tudo isto gerou um espírito positivo que irmana sobretudo todos os alunos que o frequentaram mas, também, oficiais, professores, funcionários civis e familiares.
Aliás, tal facto ficou bem demonstrado na cerimónia militar nos claustros, quando três funcionários civis com dezenas de anos de casa, foram chamados para receberem uma placa assinalando a sua aposentação e foram festivamente saudados por grupos de ex-alunos presentes.
Os eventos múltiplos e variados (sem equivalência também em nenhum outro estabelecimento de ensino secundário), decorrem de um modo algo alucinante, no fim de semana mais próximo da data da fundação – 3 de Março de 1803. É o ponto alto do ano escolar de um ciclo que se repete sem solução de continuidade.
Destacam-se as cerimónias militares que se distinguem pelo brilho e pelo garbo com que o batalhão colegial se comporta, imperturbável à fúria dos elementos e ao que se passa à sua volta, evoluindo com o cerimonial e manejo de arma mais difícil de todas as Forças Armadas Portuguesas, como se de verdadeiros veteranos se tratassem. Tenho assistido a cerimónias idênticas em algumas unidades, que deveriam pôr os olhos nesta rapaziada…
Bom discurso, o do Director do Colégio, com substância, claro, sem salamaleques, com algumas mensagens e bem dito. Nele houve lugar também para o repúdio firme e com elegância dos ataques, por vezes soezes, surgidos na comunicação social há alguns meses atrás.
Dois pequenos “senão”, todavia. É pena que a cerimónia de guarda de honra à entidade que presidiu à cerimónia militar não se faça no exterior do edifício nos moldes das boas tradições militares. A Instituição Militar não tem que ter vergonha de se mostrar publicamente. O “incómodo” causado ao trânsito é mínimo e mesmo que não fosse, teriam que se sacrificar pois valores mais altos se levantam!
O segundo ponto tem a ver com o facto de haver alguns civis presentes nas cerimónias militares que não se descobriram e, ou, tomaram uma atitude respeitosa quando toca o hino ou passa o estandarte nacional. Vão ter que ser os alunos a ensinar os seus familiares…
E, de facto, entre as muitas vantagens e mais valias que o ensino e educação de tipo integral e completo que se ministra no CM, devemos realçar aquilo que é conhecido como virtudes militares, o que representa uma base espiritual de nomeada.
Como muito bem ensinou o General Ferreira Martins , nelas podemos distinguir a obediência e a disciplina, a subordinação e o respeito, a lealdade e o patriotismo, a fraternidade e dedicação; a solidariedade, camaradagem e espírito de corpo; a coragem, a bravura e intrepidez; a abnegação e a resignação; a generosidade na vitória e a paciência na adversidade; a honra e o valor.
Mas, à frente de todas, destaca o General F.M., a Probidade, descrita como o “asseio da alma”.
São virtudes como estas que aguentam uma família, uma instituição ou uma nação quando tudo parece ruir à nossa volta.E só entre homens e mulheres formados nestes valores, podem sair aqueles capazes de redimir as Pátrias, quando estas caem dolorosamente enfermas.
Ensinar estas coisas representa uma responsabilidade acrescida, dado que os alunos estão numa idade em que a generosidade da juventude é mais impressionável pelos exemplos que lhe são dados contemplar.
Quem puder deve vir, pois, visitar o CM e as suas festividades. Procurem entender o que se passa e porque se passa assim.
Verão que é um estímulo para o corpo, retempero para o espírito e uma bênção para a alma.
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