sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

OPINIÃO DE MARGARET THATCHER SOBRE MULHERES NAS FFAA

CURIOSA OPINIÃO!
Será interessante, passadas duas décadas, conhecer a visão e opinião de uma grande líder da Europa sobre o assunto de mulheres nas Forças Armadas.

Não foi ouvida, e talvez seja tempo de fazer uma análise das consequências e alterações resultantes.

…Mas os militares também são diferentes, porque a vida da caserna é distinta da vida do civil. As virtudes que precisam ser cultivadas por aqueles que são chamados a colocar em risco as suas vidas no cumprimento do seu dever simplesmente não são as mesmas exigidas a um homem de negócios, a um funcionário civil ou, sem sombra de dúvida, a um político. É vital, acima de tudo, ter coragem — coragem física.

Os militares precisam desenvolver a camaradagem com os seus companheiros em muito maior grau. Devem ser capazes, implicitamente, de confiar uns nos outros. Soldados, marinheiros e aviadores também são indivíduos e basta ler as suas biografias para compreender isso. Mas não podem ser individualistas. Para aqueles que vivem em regime disciplinar, são os deveres e não os direitos que balizam suas vidas. Eis por que a vida militar é justamente considerada uma nobre vocação e por que, através dos anos, muitos dos que abandonam a carreira militar para ingressar na vida civil sentem dificuldade para se adaptar.

Como regra, os militares necessitam ser fisicamente fortes. Não é suficiente ser talentoso, embora a habilidade certamente ajude. Nenhuma força combatente pode se permitir abrigar, mesmo em pequena proporção, pessoal que não esteja apto a cumprir missões que lhe possam vir a ser atribuídas.

Assim, sou contra as actuais tentativas de empregar conceitos liberais e institucionais da vida civil nas nossas forças armadas. Programas visando introduzir sistemas jurídicos segundo o modelo civil, promover direitos homossexuais e franquear novas actividades para mulheres são, no mínimo, irrelevantes para as funções que se espera sejam desempenhadas pelos militares. Sob um enfoque pessimista, contudo, ameaçam a capacidade militar de forma realmente perigosa.

O militarismo feminista nas forças armadas talvez seja o mais pernicioso desses agentes “reformadores”. O facto de a maioria dos homens ser mais forte do que a maior parte das mulheres significa ou que as mulheres devem ser excluídas das missões fisicamente mais exigentes, ou que precisa ser reduzida a exigência de tais missões, algo evidentemente mais fácil em treino do que em combate. Porém, obviamente, é essa segunda alternativa que as feministas procuram ver adoptada e, com muita frequência, as suas pretensões são aceitas.

Quando se constatou que as mulheres não são capazes de lançar granadas comuns à distância desejável, para que não sejam atingidas pela explosão, a solução foi não deixar a tarefa só para homens, mas construir granadas mais leves (e menos letais). Quando se descobriu que mulheres a bordo de navios de guerra precisam de instalações não exigidas pelos homens, A Marinha dos Estados Unidos teve que “reconfigurar” as suas belonaves para proporcioná-las — apenas no USS Eisenhower, ao custo de US$ 1 milhão.

Quando a maioria das mulheres (correctamente, em minha opinião) opta por não assumir funções de combatente, a resposta, de acordo com um professor da Universidade de Duke, é fazer com que os militares abdiquem de atributos como “autocontrole, autoconfiança. agressividade, independência, auto-suficiência e determinação para assumir riscos. As mulheres dispõem de inúmeras tarefas em que podem servir com destaque. Algumas de nós até dirigimos nações. Mas, em geral, somos melhores lidando com bolsas do que com baionetas.

Guerra sempre envolverá o emprego de baionetas ou equivalentes. É irrealista pensar que as guerras possam vir a ser travadas sem jamais ocorrer contacto físico e confronto directo com o inimigo.

Tendo em mente essas considerações, penso que os nossos líderes políticos e militares devem:
· Revelar mais firmeza, resistindo aos lobies de pressão “politicamente correctos” que contribuem para subverter a ordem e a disciplina em nossas forças armadas.
· Deixar claro que a vida na caserna não pode tomar como modelo os procedimentos, a moldura legal ou as peculiaridades da vida civil.
· Recusar-se a colocar a doutrina liberal adiante da eficácia militar.
· Demonstrar um pouco de bom senso

MULHERES NA INFANTARIA

3/3/2007

Vieram a público algumas notícias sobre eventuais “exageros” ou “abusos” físicos e psicológicos sobre uma aspirante de infantaria, durante o seu tirocínio em Mafra, que a teriam obrigado a abandonar o curso.

Deixando para trás a controversa decisão de se permitir a entrada de cidadãos do sexo feminino para as Forças Armadas, de modo indiscriminado, mandaria o bom senso e a equitatividade, que da porta de armas para dentro não houvesse “machos” e “fêmeas”,mas apenas um ser militar. Isto, sem embargo da salvaguarda de especificidades incontornáveis que distinguem homens e mulheres e que muitos “istas” da nossa praça pretendem aplainar querendo fazer igual aquilo que, naturalmente, é diferente.

Como se já não fosse suficiente deixar invadir uma instituição que foi sempre cumprindo bem a sua missão, durante séculos, sem precisar de incorporar mulheres, ainda as foram admitir em Armas e especialidades directamente expostas ao combate, quando não são mesmo o esteio desse combate – o que parece de todo contrário à compleição e natureza feminina.

É o caso da Infantaria.

A senhora aspirante era a primeira a aventurar-se a assumir tal desiderato como oficial do quadro permanente. A pressão psicológica era grande, como se deve compreender e como transparece numa entrevista que deu ao “Jornal do Exercito” em Janeiro deste ano.

Mas para que haja sucesso os candidatos ao curso têm que ultrapassar as provas curriculares. Lá estão os instrutores – que não pertencem propriamente a uma associação de malfeitores, note-se - para o aferirem. É campo onde não nos metemos.

Acontece que a militar em questão, logo no início da instrução baixou à enfermaria e veio a ter que abandonar o curso por faltas.

Durante um fim-de-semana em que foi a casa, sentindo-se mal, foi ao hospital. O médico que a assistiu entendeu que o que observou poderia derivar de alguma “agressão” física e, ou, psicológica e como parece ser de lei, reportou o facto às autoridades competentes.

O assunto caiu nos jornais e logo se relacionou as eventuais “lesões” com o ocorrido em Mafra.

No “processo” relativo `a futura oficial existente na Escola Prática de Infantaria, nada constará passível de censura relativamente ao treino a que foi submetida.

Somos sempre pelo apuramento da verdade dos factos e pela prevalência da Justiça. No entanto:
Não parece bem, fazer-se chicana nos “média” com coisas sérias; ou haver aproveitamento jornalístico, ou não, para ataques infundados, ou em prol de interesses pessoais;

Deve ter-se em conta que como me disse um instrutor em tempos idos “a Infantaria não é nenhuma pêra doce”, e que parece não haver nenhum infante no mundo que tenha chegado ao fim dos treinos sem um conjunto alargado de nódoas negras.

A Infantaria destina-se ao combate puro e duro e, para tal, tão importante é a preparação física como uma forte componente moral e psicológica.

Nem toda a gente que se propõe atingir um objectivo na vida, tem capacidade para o levar a cabo. As coisas são como são e não podem ser de outra maneira.

Ainda uma última achega: a chegada dos tirocinantes à EPI e respectivo curso envolve uma série de “praxes” e tradições antigas, que longe de estarem deslocadas, são fundamentais à vivência dos Exércitos, não só porque endurecem o corpo e a mente como, sobretudo, por criarem laços afectivos e deontológicos para todo o sempre: espírito de corpo; camaradagem e outros laços morais fundamentais à Instituição Militar e sem os quais esta não se sustenta.

Falar do que não se sabe, ainda por cima podendo afectar negativamente um dos pilares da Nação Portuguesa, não parece ser o mais avisado.

AS MULHERES NA TROPA

20/03/2007
 
Ainda estava no serviço activo, quando foi tomada a decisão de recrutar um largo contingente de cidadãos do sexo feminino para os quadros de praças da Força Aérea (FA). Até então os quadros tinham sido abertos nas Academias Militares e apenas um pequeno número de moças tinha entrado para cadetes.

Era uma situação nova e como me tinha apercebido que o assunto tinha sido pouco estudado no Estado-Maior onde, na altura, estava colocado, tomei a iniciativa de fazer uma informação enquadrando a problemática e solicitando que fosse feito um estudo apurado sobre as implicações que a entrada de um grande número de mulheres, pela primeira vez, na FA teria e a implementação de medidas para lhes fazer face.

A informação foi a despacho a um escalão intermédio de decisão e veio de lá riscada de alto a baixo com a indicação de que era desnecessário por o assunto já estar estudado e em marcha.

Não estava, e a prova disso é que no fim da primeira recruta na OTA havia uma instruenda grávida e ninguém sabia como lidar com o assunto.

Porém, aquilo que me parecia mais importante ser tratado era a questão psicológica, e não o que saltava à cabeça de todos que se confrontavam com o problema, isto é, os uniformes e as casas de banho para as ditas cujas.

Ora o impacto psicológico e comportamental de quem estava – estamos a falar numa instituição muito peculiar - com muitos séculos de existência e modos arreigados de ser e estar, mas só de homens, é que me parecia primordial e a cadeia hierárquica devia estar preparada para lidar com esta nova realidade.

Mas a pressa da FA em ser primeira neste campo, a novidade, a pressão das “feministas” e outros “istas” e, sobretudo, a falta de voluntários machos, ditaram a sorte das coisas.

No Exército o assunto correu um pouco melhor de início, por terem começado mais tarde e, na Marinha, mais tarde ainda e com maior cuidado, sobretudo por causa da questão de compatibilizar a vida a bordo com estes novos abencerragens.

As coisas lá foram andando com a nossa proverbial capacidade de “desenrascanço” para ir resolvendo os problemas em que ninguém pensou a tempo e a “plasticidade” q.b. para contornar e ignorar uma quantidade de questões que se espera seja sempre outro a enfrentar.

Mesmo mais de 10 anos depois de milhares de cidadãos do sexo feminino terem passado pela vida militar muito pouca coisa se tem feito para estudar e avaliar o seu desempenho e impacto na IM. Convinha fazê-lo, para que tal não aconteça, apenas quando formos confrontados com operações militares alargadas, em cenário de guerra.

Mesmo aquilo que se publica mos “media” reporta-se, por norma, a uma qualquer novidade, do género “a primeira mulher a ser isto ou aquilo”.

Ora o fulcro da questão parece-nos ser a resposta a duas perguntas:

Devem as mulheres cumprir o serviço militar?

E sendo alistadas, deve poder-se-lhes atribuir especialidades directamente relacionadas com o combate?

A nossa posição é uma negativa em relação a ambas. E por duas simples razões genéricas: por não acrescentaram nada à IM e por causa da natureza humana.

Vamos lá tentar dilucidar isto um pouco melhor.

As mulheres não trazem mais-valia nenhuma às FAs, mas aumentam-lhe consideravelmente os problemas. E tentar defender o recrutamento das mesmas por falta de homens parece pouco curial. Convinha antes questionar o modelo de Serviço Militar e, ou, o porquê dessa eventual falta. Mentes mais argutas podem defender, ainda, que algumas características femininas podem beneficiar a IM, por exemplo, o seu maior sentido de organização, higiene, acuidade visual, atenção pelos pormenores, etc., poderia favorecer a vida nos quartéis. Mas para tal era necessário que essas militares fossem aproveitadas em funções específicas, o que nem sempre é possível e seria criticado por representar uma “descriminação”.

E pode argumentar-se que há mulheres (dizem-me que até há três sargentos na Infantaria do Quadro Permanente que são um exemplo), que fazem tudo tão bem como os homens. Pois há, mas são uma minoria, e nas organizações o que interessa é a linha média das pessoas. Agora a lista de inconvenientes é longa, eis alguns exemplos.

A logística tornou-se mais complicada e vai desde a adaptação de edifícios, aos uniformes; foi preciso um esforço grande (ainda não terminado), para regular tudo o que dissesse respeito às mulheres militares; afecta constantemente a rotina por causa das trocas de serviço, deveres parentais, gravidez; quem faz os trabalhos mais pesados, etc., complica a gestão de pessoal por causa dos casamentos, deslocamentos, adequação de pessoas a funções, etc.; as eventuais vantagens cromossomáticas, são amplamente ultrapassadas pelos inconvenientes: as mulheres perante um problema, por norma, choram; intrigam, sobretudo e por causa das “outras”; levantam problemas que estão fora da lógica militar, etc.

A presença de mulheres na tropa levanta ainda questões disciplinares novas e na prática diária: a constante adequação do esforço físico a umas e a outros; a inspecção das camaratas femininas por homens e de masculinas, por mulheres; a convivência dentro de espaços confinados (por ex., um veículo blindado de transporte de tropas); a organização de um bivaque em exercícios no campo; a questão da interacção sexual, etc.

Finalmente, um aspecto sempre escamoteado tem a ver com a percentagem de mulheres admitidas. Não existem regras escritas quanto a isto, por causa do politicamente correcto e do “ruído” feito por “istas” defensores voluntaristas de todas as igualdades.

Não se deveria ter mais de 10 a 15% de mulheres no total do contingente (pelas “regras” actuais, elas poderiam ser 100%), e as mesmas deveriam estar equilibradas dentro de cada especialidade. Ora não é nada disto que se passa. Creio mesmo que se anda em roda livre …

A questão psicológica era a mais importante, estando agora atenuada, mas não deixa de ser fundamental. Havendo homens e mulheres nas FAs só há uma maneira de encarar a situação: da porta de armas para dentro, não há machos nem fêmeas, apenas militares. Ora as coisas podendo em teoria ser encaradas assim, na prática são muito mais difíceis de pôr em execução. Foram muitos séculos a falar de mulheres, quando se estava no quartel e a falar de tropa quando no meio civil …

Os exemplos, às vezes são os mais corriqueiros: tratar as mulheres pelos apelidos (como é norma antiga) e não pelo primeiro nome; obrigar as militares menos graduadas a passar na porta depois dos militares mais graduados; não permitir troca de beijos no serviço, etc. Depois há sempre o aspecto da diferença de hormonas: se bem que grande parte das mulheres é capaz de falar com um homem em serviço, sem atender a mais nada, para a grande maioria dos homens é inevitável que seja feita, em simultâneo, uma apreciação sobre a beleza física de quem está na sua presença. É fatal como o destino!

Neste âmbito as coisas, apesar de tudo, até nem têm corrido mal. Estamos longe de chegarmos aos exageros já ocorridos nos EUA, a propósito do “sexual arresment”.

Lá chegaremos?

Agora a parte ainda mais importante: as mulheres irem para especialidades combatentes.

Há alguns anos a esta parte, foi decidido, dentro do Corpo de Marines americano, proibir as mulheres de irem para especialidades directamente relacionadas com o combate. A decisão levantou grande controvérsia. O assunto chegou ao Congresso onde uma conhecida parlamentar liderou o processo. O Comandante dos Marines foi chamado ao Congresso (coisa que raramente acontece com os nossos chefes militares), e inquirido pela senhora congressista, das razões da proibição, respondeu: “Madam, war is a business of destroying things and killing people, and we both know that women are not very good in doing that” (“Senhora, a guerra é um negócio de partir coisas e matar pessoas e ambos sabemos que as mulheres não são muito boas a fazer isso”).

A inquirição morreu logo ali.

De facto a natureza feminina não se ajusta bem a partir coisas e a matar gente. Está mais acentuada a tratar das pessoas: dos pais, dos maridos e dos filhos, isto é, da família. E os homens gostam de convidar as mulheres para passear, para jantar fora, para ir ao bailarico, ou para ir para a cama. Agora para ir para a guerra?!

Sejamos sensatos, as mulheres podem ser tão corajosas quanto os homens, e já o demonstraram em muitas ocasiões da História de Portugal: nos cercos de Diu; quando se arriscaram escondidas nas caravelas; nos ataques a S. Aleixo da Restauração; na resistência posta aos invasores, durante as cruentas invasões francesas, etc. Mas nesses casos são as circunstâncias que ditam o empenhamento.

As mulheres têm ainda um papel fundamental na retaguarda, não menos importante que na frente, como foram os exemplos de Mariana de Lencastre e Filipa de Vilhena, ao fazerem de seus filhos bons patriotas e logo bons combatentes!

Manter as mulheres fora da IM não deve pois ser encarado como um acto discriminatório. Antes como um facto natural da vida, que defende muito mais as mulheres e as FAs do que insistir em modernismos já serôdios, que a natureza humana e a realidade prática desaconselham.

Quando haverá coragem para encarar as coisas como elas são?