3/3/2007
Vieram a público algumas notícias sobre
eventuais “exageros” ou “abusos” físicos e psicológicos sobre uma aspirante de
infantaria, durante o seu tirocínio em Mafra, que a teriam obrigado a abandonar
o curso.
Deixando para trás a controversa decisão de
se permitir a entrada de cidadãos do sexo feminino para as Forças Armadas, de
modo indiscriminado, mandaria o bom senso e a equitatividade, que da porta de
armas para dentro não houvesse “machos” e “fêmeas”,mas apenas um ser militar. Isto,
sem embargo da salvaguarda de especificidades incontornáveis que distinguem
homens e mulheres e que muitos “istas” da nossa praça pretendem aplainar
querendo fazer igual aquilo que, naturalmente, é diferente.
Como se já não fosse suficiente deixar
invadir uma instituição que foi sempre cumprindo bem a sua missão, durante séculos,
sem precisar de incorporar mulheres, ainda as foram admitir em Armas e
especialidades directamente expostas ao combate, quando não são mesmo o esteio
desse combate – o que parece de todo contrário à compleição e natureza
feminina.
É o caso da Infantaria.
A senhora aspirante era a primeira a
aventurar-se a assumir tal desiderato como oficial do quadro permanente. A
pressão psicológica era grande, como se deve compreender e como transparece
numa entrevista que deu ao “Jornal do Exercito” em Janeiro deste ano.
Mas para que haja sucesso os candidatos ao
curso têm que ultrapassar as provas curriculares. Lá estão os instrutores – que
não pertencem propriamente a uma associação de malfeitores, note-se - para o
aferirem. É campo onde não nos metemos.
Acontece que a militar em questão, logo no início
da instrução baixou à enfermaria e veio a ter que abandonar o curso por faltas.
Durante um fim-de-semana em que foi a
casa, sentindo-se mal, foi ao hospital. O médico que a assistiu entendeu que o
que observou poderia derivar de alguma “agressão” física e, ou, psicológica e
como parece ser de lei, reportou o facto às autoridades competentes.
O assunto caiu nos jornais e logo se
relacionou as eventuais “lesões” com o ocorrido em Mafra.
No “processo” relativo `a futura oficial
existente na Escola Prática de Infantaria, nada constará passível de censura
relativamente ao treino a que foi submetida.
Somos sempre pelo apuramento da verdade
dos factos e pela prevalência da Justiça. No entanto:
Não
parece bem, fazer-se chicana nos “média” com coisas sérias; ou haver
aproveitamento jornalístico, ou não, para ataques infundados, ou em prol de
interesses pessoais;
Deve ter-se em conta que como me disse um
instrutor em tempos idos “a Infantaria não é nenhuma pêra doce”, e que parece
não haver nenhum infante no mundo que tenha chegado ao fim dos treinos sem um
conjunto alargado de nódoas negras.
A Infantaria destina-se ao combate puro e
duro e, para tal, tão importante é a preparação física como uma forte
componente moral e psicológica.
Nem toda a gente que se propõe atingir um
objectivo na vida, tem capacidade para o levar a cabo. As coisas são como são e
não podem ser de outra maneira.
Ainda uma última achega: a chegada dos
tirocinantes à EPI e respectivo curso envolve uma série de “praxes” e tradições
antigas, que longe de estarem deslocadas, são fundamentais à vivência dos
Exércitos, não só porque endurecem o corpo e a mente como, sobretudo, por
criarem laços afectivos e deontológicos para todo o sempre: espírito de corpo; camaradagem
e outros laços morais fundamentais à Instituição Militar e sem os quais esta
não se sustenta.
Falar do que não se sabe, ainda por cima
podendo afectar negativamente um dos pilares da Nação Portuguesa, não parece
ser o mais avisado.
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