tag:blogger.com,1999:blog-14863518360372868592024-03-13T21:39:33.668+00:00ARQUIVO BRANDÃO FERREIRAAqui encontra-se o arquivo de artigos escritos antes do inicio do meu blog emAdamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.comBlogger101125tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-68006567799761949922013-01-25T23:29:00.002+00:002013-01-28T13:36:33.312+00:00OPINIÃO DE MARGARET THATCHER SOBRE MULHERES NAS FFAA<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: blue; font-family: inherit;"><b>CURIOSA OPINIÃO!</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Qq4AoDGoo4U/UQMWIvORm9I/AAAAAAAABLM/2Ip_mHTy0do/s1600/thatcher1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-Qq4AoDGoo4U/UQMWIvORm9I/AAAAAAAABLM/2Ip_mHTy0do/s1600/thatcher1.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: blue; font-family: inherit;">Será interessante, passadas duas décadas, conhecer a visão e opinião de uma grande líder da Europa sobre o assunto de mulheres nas Forças Armadas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Não foi ouvida, e talvez seja tempo de fazer uma análise das consequências e alterações resultantes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">…Mas os militares também são diferentes, porque a vida da caserna é distinta da vida do civil. As virtudes que precisam ser cultivadas por aqueles que são chamados a colocar em risco as suas vidas no cumprimento do seu dever simplesmente não são as mesmas exigidas a um homem de negócios, a um funcionário civil ou, sem sombra de dúvida, a um político. É vital, acima de tudo, ter coragem — coragem física.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Os militares precisam desenvolver a camaradagem com os seus companheiros em muito maior grau. Devem ser capazes, implicitamente, de confiar uns nos outros. Soldados, marinheiros e aviadores também são indivíduos e basta ler as suas biografias para compreender isso. Mas não podem ser individualistas. Para aqueles que vivem em regime disciplinar, são os deveres e não os direitos que balizam suas vidas. Eis por que a vida militar é justamente considerada uma nobre vocação e por que, através dos anos, muitos dos que abandonam a carreira militar para ingressar na vida civil sentem dificuldade para se adaptar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Como regra, os militares necessitam ser fisicamente fortes. Não é suficiente ser talentoso, embora a habilidade certamente ajude. Nenhuma força combatente pode se permitir abrigar, mesmo em pequena proporção, pessoal que não esteja apto a cumprir missões </span>que lhe possam vir a ser atribuídas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Assim, sou contra as actuais tentativas de empregar conceitos liberais e institucionais da vida civil nas nossas forças armadas. Programas visando introduzir sistemas jurídicos segundo o modelo civil, promover direitos homossexuais e franquear novas actividades para mulheres são, no mínimo, irrelevantes para as funções que se espera sejam desempenhadas pelos militares. Sob um enfoque pessimista, contudo, ameaçam a capacidade militar de forma realmente perigosa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">O militarismo feminista nas forças armadas talvez seja o mais pernicioso desses agentes “reformadores”. O facto de a maioria dos homens ser mais forte do que a maior parte das mulheres significa ou que as mulheres devem ser excluídas das missões fisicamente mais exigentes, ou que precisa ser reduzida a exigência de tais missões, algo evidentemente mais fácil em treino do que em combate. Porém, obviamente, é essa segunda alternativa que as feministas procuram ver adoptada e, com muita frequência, as suas pretensões são aceitas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Quando se constatou que as mulheres não são capazes de lançar granadas comuns à distância desejável, para que não sejam atingidas pela explosão, a solução foi não deixar a tarefa só para homens, mas construir granadas mais leves (e menos letais). Quando se descobriu que mulheres a bordo de navios de guerra precisam de instalações não exigidas pelos homens, A Marinha dos Estados Unidos teve que “reconfigurar” as suas belonaves para proporcioná-las — apenas no USS Eisenhower, ao custo de US$ 1 milhão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Quando a maioria das mulheres (correctamente, em minha opinião) opta por não assumir funções de combatente, a resposta, de acordo com um professor da Universidade de Duke, é fazer com que os militares abdiquem de atributos como “autocontrole, autoconfiança. agressividade, independência, auto-suficiência e determinação para assumir riscos. As mulheres dispõem de inúmeras tarefas em que podem servir com destaque. Algumas de nós até dirigimos nações. Mas, em geral, somos melhores lidando com bolsas do que com baionetas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Guerra sempre envolverá o emprego de baionetas ou equivalentes. É irrealista pensar que as guerras possam vir a ser travadas sem jamais ocorrer contacto físico e confronto directo com o inimigo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: blue; font-family: inherit;">Tendo em mente essas considerações, penso que os nossos líderes políticos e militares devem:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">· Revelar mais firmeza, resistindo aos lobies de pressão “politicamente correctos” que contribuem para subverter a ordem e a disciplina em nossas forças armadas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">· Deixar claro que a vida na caserna não pode tomar como modelo os procedimentos, a moldura legal ou as peculiaridades da vida civil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">· Recusar-se a colocar a doutrina liberal adiante da eficácia militar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">· Demonstrar um pouco de bom senso</span></div>
Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-73722649359235178502013-01-25T23:25:00.001+00:002013-01-25T23:34:35.180+00:00MULHERES NA INFANTARIA<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span lang="EN-GB"><i>3/3/2007</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Mu0ISAkDZeQ/UQMWhWd38wI/AAAAAAAABLU/GBONl3Wsp-4/s1600/guerreiras2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-Mu0ISAkDZeQ/UQMWhWd38wI/AAAAAAAABLU/GBONl3Wsp-4/s320/guerreiras2.jpg" width="232" /></a></div>
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Vieram a público algumas notícias sobre
eventuais “exageros” ou “abusos” físicos e psicológicos sobre uma aspirante de
infantaria, durante o seu tirocínio em Mafra, que a teriam obrigado a abandonar
o curso.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Deixando para trás a controversa decisão de
se permitir a entrada de cidadãos do sexo feminino para as Forças Armadas, de
modo indiscriminado, mandaria o bom senso e a equitatividade, que da porta de
armas para dentro não houvesse “machos” e “fêmeas”,mas apenas um ser militar. Isto,
sem embargo da salvaguarda de especificidades incontornáveis que distinguem
homens e mulheres e que muitos “istas” da nossa praça pretendem aplainar
querendo fazer igual aquilo que, naturalmente, é diferente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>Como se já não fosse suficiente deixar
invadir uma instituição que foi sempre cumprindo bem a sua missão, durante séculos,
sem precisar de incorporar mulheres, ainda as foram admitir em Armas e
especialidades directamente expostas ao combate, quando não são mesmo o esteio
desse combate – o que parece de todo contrário à compleição e natureza
feminina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>É o caso da Infantaria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>A senhora aspirante era a primeira a
aventurar-se a assumir tal desiderato como oficial do quadro permanente. A
pressão psicológica era grande, como se deve compreender e como transparece
numa entrevista que deu ao “Jornal do Exercito” em Janeiro deste ano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>Mas para que haja sucesso os candidatos ao
curso têm que ultrapassar as provas curriculares. Lá estão os instrutores – que
não pertencem propriamente a uma associação de malfeitores, note-se - para o
aferirem. É campo onde não nos metemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>Acontece que a militar em questão, logo no início
da instrução baixou à enfermaria e veio a ter que abandonar o curso por faltas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>Durante um fim-de-semana em que foi a
casa, sentindo-se mal, foi ao hospital. O médico que a assistiu entendeu que o
que observou poderia derivar de alguma “agressão” física e, ou, psicológica e
como parece ser de lei, reportou o facto às autoridades competentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">O assunto caiu nos jornais e logo se
relacionou as eventuais “lesões” com o ocorrido em Mafra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>No “processo” relativo `a futura oficial
existente na Escola Prática de Infantaria, nada constará passível de censura
relativamente ao treino a que foi submetida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><b><span style="mso-spacerun: yes;"></span>Somos sempre pelo apuramento da verdade
dos factos e pela prevalência da Justiça. No entanto:</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não
parece bem, fazer-se chicana nos “média” com coisas sérias; ou haver
aproveitamento jornalístico, ou não, para ataques infundados, ou em prol de
interesses pessoais;</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Deve ter-se em conta que como me disse um
instrutor em tempos idos “a Infantaria não é nenhuma pêra doce”, e que parece
não haver nenhum infante no mundo que tenha chegado ao fim dos treinos sem um
conjunto alargado de nódoas negras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">A Infantaria destina-se ao combate puro e
duro e, para tal, tão importante é a preparação física como uma forte
componente moral e psicológica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Nem toda a gente que se propõe atingir um
objectivo na vida, tem capacidade para o levar a cabo. As coisas são como são e
não podem ser de outra maneira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Ainda uma última achega: a chegada dos
tirocinantes à EPI e respectivo curso envolve uma série de “praxes” e tradições
antigas, que longe de estarem deslocadas, são fundamentais à vivência dos
Exércitos, não só porque endurecem o corpo e a mente como, sobretudo, por
criarem laços afectivos e deontológicos para todo o sempre: espírito de corpo; camaradagem
e outros laços morais fundamentais à Instituição Militar e sem os quais esta
não se sustenta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT;">Falar do que não se sabe, ainda por cima
podendo afectar negativamente um dos pilares da Nação Portuguesa, não parece
ser o mais avisado.<o:p></o:p></span></div>
Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-38565184549347952962013-01-25T23:16:00.002+00:002013-01-25T23:37:39.895+00:00AS MULHERES NA TROPA<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span class="Apple-style-span" style="color: blue; font-size: x-small;"><em>20/03/2007</em></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: blue;"></span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Lq5jvyIYVQ8/UQMW9ZJsBUI/AAAAAAAABLc/logoOae1EGY/s1600/mulheres-tropa-emprego.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="185" src="http://2.bp.blogspot.com/-Lq5jvyIYVQ8/UQMW9ZJsBUI/AAAAAAAABLc/logoOae1EGY/s320/mulheres-tropa-emprego.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Ainda
estava no serviço activo, quando foi tomada a decisão de recrutar um largo
contingente de cidadãos do sexo feminino para os quadros de praças da Força
Aérea (FA). Até então os quadros tinham sido abertos nas Academias Militares e
apenas um pequeno número de moças tinha entrado para cadetes.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Era
uma situação nova e como me tinha apercebido que o assunto tinha sido pouco
estudado no Estado-Maior onde, na altura, estava colocado, tomei a iniciativa
de fazer uma informação enquadrando a problemática e solicitando que fosse
feito um estudo apurado sobre as implicações que a entrada de um grande número
de mulheres, pela primeira vez, na FA teria e a implementação de medidas para
lhes fazer face.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>A
informação foi a despacho a um escalão intermédio de decisão e veio de lá
riscada de alto a baixo com a indicação de que era desnecessário por o assunto
já estar estudado e em marcha.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Não
estava, e a prova disso é que no fim da primeira recruta na OTA havia uma
instruenda grávida e ninguém sabia como lidar com o assunto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Porém,
aquilo que me parecia mais importante ser tratado era a questão psicológica, e
não o que saltava à cabeça de todos que se confrontavam com o problema, isto é,
os uniformes e as casas de banho para as ditas cujas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Ora
o impacto psicológico e comportamental de quem estava – estamos a falar numa
instituição muito peculiar - com muitos séculos de existência e modos
arreigados de ser e estar, mas só de homens, é que me parecia primordial e a
cadeia hierárquica devia estar preparada para lidar com esta nova realidade. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Mas
a pressa da FA em ser primeira neste campo, a novidade, a pressão das
“feministas” e outros “istas” e, sobretudo, a falta de voluntários machos,
ditaram a sorte das coisas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>No
Exército o assunto correu um pouco melhor de início, por terem começado mais
tarde e, na Marinha, mais tarde ainda e com maior cuidado, sobretudo por causa
da questão de compatibilizar a vida a bordo com estes novos abencerragens.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>As
coisas lá foram andando com a nossa proverbial capacidade de “desenrascanço”
para ir resolvendo os problemas em que ninguém pensou a tempo e a
“plasticidade” q.b. para contornar e ignorar uma quantidade de questões que se
espera seja sempre outro a enfrentar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Mesmo
mais de 10 anos depois de milhares de cidadãos do sexo feminino terem passado
pela vida militar muito pouca coisa se tem feito para estudar e avaliar o seu desempenho
e impacto na IM. Convinha fazê-lo, para que tal não aconteça, apenas quando
formos confrontados com operações militares alargadas, em cenário de guerra.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Mesmo
aquilo que se publica mos “media” reporta-se, por norma, a uma qualquer
novidade, do género “a primeira mulher a ser isto ou aquilo”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Ora
o fulcro da questão parece-nos ser a resposta a duas perguntas: </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<b><span style="mso-tab-count: 1;"></span>Devem
as mulheres cumprir o serviço militar?</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>E
sendo alistadas, deve poder-se-lhes atribuir especialidades directamente
relacionadas com o combate?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>A
nossa posição é uma negativa em relação a ambas. E por duas simples razões
genéricas: por não acrescentaram nada à IM e por causa da natureza humana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><span style="mso-tab-count: 1;"></span>Vamos
lá tentar dilucidar isto um pouco melhor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>As
mulheres não trazem mais-valia nenhuma às FAs, mas aumentam-lhe
consideravelmente os problemas. E tentar defender o recrutamento das mesmas por
falta de homens parece pouco curial. Convinha antes questionar o modelo de
Serviço Militar e, ou, o porquê dessa eventual falta. Mentes mais argutas podem
defender, ainda, que algumas características femininas podem beneficiar a IM,
por exemplo, o seu maior sentido de organização, higiene, acuidade visual,
atenção pelos pormenores, etc., poderia favorecer a vida nos quartéis. Mas para
tal era necessário que essas militares fossem aproveitadas em funções
específicas, o que nem sempre é possível e seria criticado por representar uma
“descriminação”.<br />
<br />
E pode argumentar-se que há mulheres (dizem-me que até há três
sargentos na Infantaria do Quadro Permanente que são um exemplo), que fazem
tudo tão bem como os homens. Pois há, mas são uma minoria, e nas organizações o
que interessa é a linha média das pessoas. Agora a lista de inconvenientes é
longa, eis alguns exemplos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
A logística tornou-se mais complicada e vai
desde a adaptação de edifícios, aos uniformes; foi preciso um esforço grande
(ainda não terminado), para regular tudo o que dissesse respeito às mulheres
militares; afecta constantemente a rotina por causa das trocas de serviço,
deveres parentais, gravidez; quem faz os trabalhos mais pesados, etc., complica
a gestão de pessoal por causa dos casamentos, deslocamentos, adequação de
pessoas a funções, etc.; as eventuais vantagens cromossomáticas, são amplamente
ultrapassadas pelos inconvenientes: as mulheres perante um problema, por norma,
choram; intrigam, sobretudo e por causa das “outras”; levantam problemas que
estão fora da lógica militar, etc. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
A
presença de mulheres na tropa levanta ainda questões disciplinares novas e na
prática diária: a constante adequação do esforço físico a umas e a outros; a
inspecção das camaratas femininas por homens e de masculinas, por mulheres; a
convivência dentro de espaços confinados (por ex., um veículo blindado de
transporte de tropas); a organização de um bivaque em exercícios no campo; a
questão da interacção sexual, etc.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Finalmente,
um aspecto sempre escamoteado tem a ver com a percentagem de mulheres
admitidas. Não existem regras escritas quanto a isto, por causa do
politicamente correcto e do “ruído” feito por “istas” defensores voluntaristas
de todas as igualdades. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Não
se deveria ter mais de 10 a 15% de mulheres no total do contingente (pelas
“regras” actuais, elas poderiam ser 100%), e as mesmas deveriam estar
equilibradas dentro de cada especialidade. Ora não é nada disto que se passa.
Creio mesmo que se anda em roda livre …</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>A
questão psicológica era a mais importante, estando agora atenuada, mas não
deixa de ser fundamental. Havendo homens e mulheres nas FAs só há uma maneira
de encarar a situação: da porta de armas para dentro, não há machos nem fêmeas,
apenas militares. Ora as coisas podendo em teoria ser encaradas assim, na
prática são muito mais difíceis de pôr em execução. Foram muitos séculos a
falar de mulheres, quando se estava no quartel e a falar de tropa quando no
meio civil …</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"></span>Os
exemplos, às vezes são os mais corriqueiros: tratar as mulheres pelos apelidos
(como é norma antiga) e não pelo primeiro nome; obrigar as militares <b>menos</b>
graduadas a passar na porta depois <b>dos</b> militares <b>mais</b> graduados;
não permitir troca de beijos no serviço, etc. Depois há sempre o aspecto da
diferença de hormonas: se bem que grande parte das mulheres é capaz de falar
com um homem em serviço, sem atender a mais nada, para a grande maioria dos
homens é inevitável que seja feita, em simultâneo, uma apreciação sobre a
beleza física de quem está na sua presença. É fatal como o destino!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Neste
âmbito as coisas, apesar de tudo, até nem têm corrido mal. Estamos longe de
chegarmos aos exageros já ocorridos nos EUA, a propósito do “sexual arresment”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Lá
chegaremos?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Agora
a parte ainda mais importante: as mulheres irem para especialidades
combatentes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Há
alguns anos a esta parte, foi decidido, dentro do Corpo de Marines americano,
proibir as mulheres de irem para especialidades directamente relacionadas com o
combate. A decisão levantou grande controvérsia. O assunto chegou ao Congresso
onde uma conhecida parlamentar liderou o processo. O Comandante dos Marines foi
chamado ao Congresso (coisa que raramente acontece com os nossos chefes militares),
e inquirido pela senhora congressista, das razões da proibição, respondeu:
“<em>Madam, war is a business of destroying things and killing people, and we both
know that women are not very good in doing that</em>” (“Senhora, a guerra é um
negócio de partir coisas e matar pessoas e ambos sabemos que as mulheres não
são muito boas a fazer isso”).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
A
inquirição morreu logo ali.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
De
facto a natureza feminina não se ajusta bem a partir coisas e a matar gente.
Está mais acentuada a tratar das pessoas: dos pais, dos maridos e dos filhos,
isto é, da família. E os homens gostam de convidar as mulheres para passear,
para jantar fora, para ir ao bailarico, ou para ir para a cama. Agora para ir
para a guerra?!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Sejamos
sensatos, as mulheres podem ser tão corajosas quanto os homens, e já o
demonstraram em muitas ocasiões da História de Portugal: nos cercos de Diu;
quando se arriscaram escondidas nas caravelas; nos ataques a S. Aleixo da
Restauração; na resistência posta aos invasores, durante as cruentas invasões
francesas, etc. Mas nesses casos são as circunstâncias que ditam o
empenhamento.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
As
mulheres têm ainda um papel fundamental na retaguarda, não menos importante que
na frente, como foram os exemplos de Mariana de Lencastre e Filipa de Vilhena,
ao fazerem de seus filhos bons patriotas e logo bons combatentes!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Manter
as mulheres fora da IM não deve pois ser encarado como um acto discriminatório.
Antes como um facto natural da vida, que defende muito mais as mulheres e as
FAs do que insistir em modernismos já serôdios, que a natureza humana e a
realidade prática desaconselham.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Quando
haverá coragem para encarar as coisas como elas são?</div>
Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-54556627298077437612011-05-13T19:59:00.005+01:002011-05-13T20:04:37.434+01:00A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM E A DEFESA NACIONAL<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-iW7I2QrpqFQ/Tc2AvYwgJiI/AAAAAAAAAbM/6t-OweK1lpA/s1600/agenda2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="220" src="http://4.bp.blogspot.com/-iW7I2QrpqFQ/Tc2AvYwgJiI/AAAAAAAAAbM/6t-OweK1lpA/s320/agenda2.jpg" width="320" /></a></div><span style="color: blue;">“A principal indústria de um país é a agricultura”</span></div><div style="text-align: right;"><em>António Augusto Ferreira </em><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: blue; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><em>[1]</em></span></span></span></span></div><div style="text-align: right;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em artigo anterior<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span>, defendemos que as três instituições fundamentais que existem em Portugal, a Universidade, a Igreja e as Forças Armadas, estão a ficar de tal modo enfraquecidas que podem pôr em risco a sobrevivência nacional. </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em complemento, vamos hoje discorrer sobre a gravíssima crise em que mergulhou a agricultura portuguesa.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como se sabe, as actividades agrícolas estão na origem da sedentarização dos povos e na posterior estruturação e desenvolvimento das comunidades.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A existência de alimentos é uma condição básica de sobrevivência para qualquer indivíduo/sociedade e tal consegue-se, sobretudo através dos produtos da terra, complementados com a criação pecuária e a pesca. A existência de excedentes fomenta as trocas aumentando o comércio e os bens ao dispor. Cresce, deste modo, a riqueza, o que permite investimentos noutras áreas, e, assim sucessivamente.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aumentando a população (por via de uma boa alimentação), os misteres diferenciam-se, porque já nem todos precisam de trabalhar o campo e porque as necessidades materiais, culturais e espirituais aumentam, permitindo e exigindo uma maior especialização…</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bom, tudo isto é sabido, como é sabido também, que desde principalmente, o século XVI, Portugal não consegue ser auto-suficiente em matéria alimentar, nomeadamente nos cereais. Sem embargo, por melhores ou piores que fossem as políticas seguidas sempre houve a intenção e a preocupação de produzir mais e melhor. Agora o que é inédito e inaudito é que se fomente (pagando) a não produção, o abandono das terras e se atire cerca de 20% da população para a voragem canibal das multinacionais alimentares e respectivos intermediários, sem outra defesa que não seja o subsídio – outra despesa. Pois é efectivamente isto que está a acontecer em Portugal, indo já ter efeitos em 1993, em termos de desemprego, falta de escoamento de produtos, baixas de produção, aumento do custo dos factores de produção, confusão e corrupção na distribuição de créditos e subsídios, agitação social, etc.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Reparem, o raciocínio é simples: Imaginem vários peixes de diferentes tamanhos que viviam em aquários separados mas cujas paredes se tocavam. O que defendia os peixes pequenos dos grandes eram as paredes dos aquários (fronteiras). A certa altura começaram a partir as paredes dos aquários, sem que dessem tempo aos peixes mais pequenos que crescessem. </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Agora adivinhem o que é que os peixes grandes vão fazer aos pequenos!? É isso, comem-nos, e nós estamos exactamente nessa posição (dos peixes pequenos).</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A PAC é uma aberração. É antieconómica e é antinatural. E (aparentemente) estúpida. Protege, sobretudo, os circuitos comerciais internacionais (e vamos ver que guerra é que isto vai dar com os EUA e Canadá, dentro e fora do GATT). </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Haverá, assim, tendência para que passe a existir uma multinacional “alemã” da beterraba açucareira, uma “inglesa” para a ovelha; uma “francesa” para o vinho; uma “espanhola” para o azeite, e assim por diante. Em última análise toda a parte produtiva e comercial do que fazemos sairá das nossas mãos e passará para entidades supra ou transnacionais, cinzentas, estranhas e às vezes difíceis de identificar, cujas únicas baias são as regras emitidas pelos tecnocratas de Bruxelas, após luta feroz entre interesses e “lobbies”. Quando as coisas correrem mal quem será o responsável? A quem se poderá pedir contas?</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por outro lado, e por via dos acordos comunitários estamos impedidos de procurar fornecedores ou mercados onde mais nos interesse, caducando naturalmente qualquer acordo bilateral que pudéssemos ter.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim, a situação, a prazo, será tão ou mais grave do que a monarquia dual imposta por Filipe I, em Tomar, no ano da graça de 1581.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Parece-nos ainda inadmissível que num mundo em que morrem milhares de pessoas de fome todos os dias, em que cerca de um bilião de seres humanos vivem no limiar da sobrevivência, se destruam alimentos e não se aumente a produção de quem o pode fazer. Mesmo em Portugal, é chocante ver estragar comida, não apanhar a fruta das árvores, entornar o vinho nas ruas, etc., com tanta gente a passar mal e os preços sempre a subirem nos mercados.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Que diabo, ofereçam ao menos às Misericórdias ou, se forem menos amigos do género humano, dêem ao Jardim Zoológico … Mas, o mais grave de tudo, parece-nos, situa-se a nível do psicológico.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os agricultores são o âmago da Pátria, a força telúrica da Nação, que emana da terra, uma reserva moral (e material) do País. O homem da terra está intimamente ligado à natureza e às suas leis, mantendo com ela uma relação de equilíbrio estável e intuitivo, que transporta para a família e para a sociedade. Ora pedir a um operário que não produza tantas rodas dentadas não é o mesmo que pedir a um agricultor que deixe morrer as suas árvores de fruto. O operário tem alternativas, ou vai de férias. Quiçá ficará grato. Mas, o agricultor? Vai para o café da aldeia carpir mágoas? E, oh almas, não vêem que quando as árvores morrerem é também um pouco do agricultor que morre também? Não percebem que a actividade agrícola está ligada à alma do agricultor e que o equilíbrio atrás mencionado pode ser roto?</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Infelizmente a impressão que temos é que a maioria de quem anda a negociar e a decidir sobre estes assuntos não percebe, não quer perceber e terá até raiva de quem perceba destas coisas. São uns rapazes armados em tecnocratas do “jet set”, de computador debaixo do braço, sempre ávidos a transformar ecus em escudos e vice-versa. Mas, Deus do Céu, que outras qualificações terão para negociar estas questões, que perceberão das motivações das pessoas a quem deveriam defender os interesses e das implicações que das decisões advirão para os interesses nacionais?</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A questão dos subsídios, já falada, está completamente inquinada. Por várias razões. A primeira sendo a de não se saber o que é que se quer fazer em termos agrícolas. É preciso ter um plano agrícola, silvícola, pecuário, etc., com objectivos a atingir e depois fazer os investimentos em conformidade. As ideias neste campo são as mais diversas e andam sempre a mudar. Ora despejar dinheiro num cesto destes é ter a garantia, à partida, de que a maioria dele se evaporará sem benefícios visíveis. Em segundo lugar, é preciso ter uma política de subsídios. Tem que se saber que tipo de subsídios existem e quais as condições em que podem ser concedidos. Numa palavra é necessário que as regras do jogo sejam claras. </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Além disso, é vital dá-las a conhecer. Tão mais vital, em virtude da maioria dos agricultores portugueses ser idosa e possuir um grau de cultura muito baixa. Não será fácil proceder a este esclarecimento (como fazer face às restantes coisas), quando a maior parte dos funcionários do Ministério da Agricultura está em Lisboa …</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em terceiro lugar, é importante que a concessão de subsídios seja fiscalizada sob pena de nos atolarmos num pantanal de corrupção e injustiça. Isto é: nos subsídios malparados!</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Creio bem, que é já neste estádio que nos encontramos. Desenvolveu-se, entretanto, uma “fina flor de chicos espertos” que passaram de “agricultores” para aquilo a que poderemos chamar de “gestores de subsídios”. Acontece de tudo: luvas entre quem empresta e quem recebe; favores; empresas fantasmas; financiamento de produtos que nada têm a ver com as campanhas de momento, falências fraudulentas, etc., etc.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enfim, muito subsídio para o Mercedes e pouco para a vaca!</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No meio de tudo isto, uns poucos enriquecem e a maioria dos agricultores está no limiar da sobrevivência, atolados em dívidas. E sem saber o que fazer.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma palavra mais sobre os subsídios. Não se deve, quanto a nós, criar o reflexo condicionado da pedinchice. Isto é: se chove muito, pede-se subsídio; se não chove, pede-se subsídio; se os preços caem, pede-se subsídio; se não se escoam os produtos, pede-se subsídio; e tudo, de preferência, a fundo perdido. E perguntamos nós, quando a colheita é boa, alguém devolve algo? E os seguros de colheita servem para quê? E que tal ensinar os “empresários” agrícolas a fazerem uma boa gestão dos seus meios?</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma coisa é certa, faça sol, chuva ou vento, produza-se muito ou pouco, no dia seguinte as coisas estão mais caras no mercado!</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É evidente que tem que haver subsídios, mas haja peso e medida. E mão forte para quem burlar. </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em síntese, o subsídio deve servir para corrigir políticas, formar técnicos, fazer face a calamidades extraordinárias, reconverter culturas, apoiar experiências inovadoras, apoiar a estabilização de preços, etc.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As contas, porém, devem ser tornadas públicas, no fim do ano. Neste particular seria bastante útil que se soubesse a distribuição a que foram sujeitos os cerca de 1.300 milhões de contos que entraram no País desde a sua entrada na CEE.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Do que já foi dito extraem-se muitas consequências negativas em termos de defesa nacional. Uma primeira constatação, contudo, merece ser dita desde já: é que nos parece que nada do que se tem gizado em termos de política agrícola (como de resto nas outras), teve em conta qualquer preocupação em termos dessa mesma defesa. </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Muitos aspectos merecem a nossa atenção: a cidade está cada vez mais afastada do campo, o litoral do interior. Há zonas perigosamente despovoadas e desertificadas: por via da crise agrícola pode aumentar a tensão social, a agitação e diminuir a solidariedade nacional. Estes aspectos necessitam de rápido tratamento sob pena do País ficar algo mutilado e crescerem tendências regionalistas e centrífugas e de ligação a regiões adjacentes espanholas.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em termos de defesa nacional (e em termos macroeconómicos também), é perigoso que o País não produza sequer 50 por cento do que come. Agrava esta situação o facto da produção das restantes parcelas da economia nacional não chegarem para cobrir este défice.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ficamos, assim, dependentes do exterior. E do que Bruxelas nos quiser vender e comprar (o que acontecerá quando houver quebras de produção?); torna-se muito mais difícil constituir reservas estratégicas para qualquer emergência, crise ou guerra. Uma má política agrícola e silvícola, degrada o solo, a gestão da água disponível desertifica. Suponham, por absurdo, que só somos autorizados a plantar eucaliptos?!</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas o mais grave em termos de defesa nacional, relativamente à PAC é que nos toma, por um lado completamente dependentes de outros países e sobretudo de Bruxelas<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: blue; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span></span></span> e por outro, vai-nos reduzir a agricultura a franjas de pequenas produções ou obrigam-nos a produzir coisas que mais ninguém quer produzir. Só conseguiremos evitar isto, ser produzirmos mais barato, e melhor que os outros. Gostaria de desafiar as autoridades competentes a explicarem como é que isto estará ao nosso alcance. Sem embargo, tudo o que nós tivermos de bom, terá tendência a ser comprado por quem tem posses saindo das nossas mãos, não só os bens como a mais-valia que os mesmos podiam prover. Numa palavra, ficaremos como estava D. João II quando subiu ao trono: seu pai tinha-lhe feito senhor dos caminhos e estradas do reino e pouco mais…<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: blue; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A concluir o quadro, é preciso ter em conta, que tudo se faz para manter a população desinformada sobre estes assuntos.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Parece-nos, assim, importante, que se estude e debata as implicações das opções políticas que são tomadas a esmo, sempre com grande optimismo, sempre na mira dos milhões fáceis (que hão-de, fatalmente, ser pagos com juros), na mira de sinecuras, mas sem cuidar bem dos verdadeiros interesses nacionais. Atitude esta, que a continuar levará à conclusão – legítima – que os citados interesses estão bem longe das preocupações daqueles que, por dever, os deviam ter em preocupação primeira.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estes assuntos têm que ter um tratamento de Estado. Não podem ser conduzidos por mercenários da política, desconhecedores do país real e dos seus interesses permanentes e profundos; que renegam (quando conhecem) a História Pátria e têm do funcionamento do mundo uma ideia, no mínimo, nebulosa.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Todavia, manejam muito bem a máquina de calcular e são peritos em servir os interesses de momento que lhes permitam manter o exercício do poder… pelo poder.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Caros compatriotas, cuidado se um dia estes senhores chegarem à conclusão que é muito caro manter Portugal como país independente, naturalmente, vendem-no.</div><br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><em><span style="font-size: x-small;">Publicado no jornal “O Dia” de 10/3/93 com o pseudónimo Adamastor<br clear="all" /> </span></em></div><em><span style="font-size: x-small;"></span></em><br />
<em><span style="font-size: x-small;"></span></em><br />
<em><span style="font-size: x-small;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></span></em><br />
<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span></span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"> Meu pai</span><br />
<div style="mso-element: footnote-list;"><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span></span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"> “Portugal, o Princípio do Fim”, “O Dia” de 27de Setembro de 1992.</span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span></span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"> Daí a PAC ser estúpida, apenas aparentemente.</span></div></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span></span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"> Só que, nessa altura, as terras estavam na mão dos nobres, que, por sinal, eram portugueses.</span></div></div></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-12497637987976610982011-01-06T16:09:00.005+00:002011-01-06T16:16:25.867+00:00O SANTO CONDESTÁVEL D. NUNO ÁLVARES PEREIRA – NUNO DE SANTA MARIA<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: blue;">“Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, Fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o reino dos céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descança o seu corpo.”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><em>Inscrição que existiria na pedra tumular da sepultura primitiva de D. Nuno Alvares Pereira, na igreja do Carmo, em Lisboa </em></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSXqNim5UWI/AAAAAAAAAWU/HiFRZ9ClATI/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="cssfloat: left; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSXqNim5UWI/AAAAAAAAAWU/HiFRZ9ClATI/s400/1.jpg" width="400" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><strong>Por uma feliz iniciativa do autor, certamente inspirada no patriotismo que lhe corre nas veias, vamos poder desfrutar da excelsa figura de Nuno Álvares Pereira cantada por José Campos e Sousa.</strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>São um conjunto de bonitos poemas de autores consagrados que a sensibilidade de Campos e Sousa musicou e representam uma original e justa homenagem ao português maior e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>único que foi D. Nuno.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em boa hora o fez.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSXqncWoSpI/AAAAAAAAAWY/_CZbfuRSzZU/s1600/ContraCapa-Portugal_e_mais_nada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSXqncWoSpI/AAAAAAAAAWY/_CZbfuRSzZU/s400/ContraCapa-Portugal_e_mais_nada.jpg" width="397" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O futuro Fronteiro-Mor do Alentejo e Condestável do Reino, nasceu em Cernache do Bonjardim ou no Castelo da Flor da Rosa – segundo outros autores - em 1360.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Educado com esmero e nos ideiais da Cavalaria não se limitou a rever-se neles, interiorizou-os e aplicou-os pela vida fora. Quis ser exemplo do que professava e que outros o seguissem.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>D. Nuno distinguiu-se primariamente como um grande general, um líder natural e um combatente de eleição. Somou sucessos, foi generoso na vitória <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e humano para com o inimigo. A ele devem Portugal e os portugueses a mercê de serem independentes e com identidade própria no concerto das nações. Mais tarde, cumprida a tarefa de salvaguardar o trono e a segurança das fronteiras, a sua Fé – que sempre o acompanhou em tudo o que fez – levou-o a dedicar-se em exclusivo ao Bem, ao serviço de Deus e da sua alma. </div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Culminou os muitos templos religiosos que mandou construir, grande parte deles em honra da Virgem Maria - de quem era especial devoto - com o convento do Carmo, em Lisboa, destinado a ser sede da Ordem com aquele nome e local para a sua última morada. Para lá entrou como simples irmão donato, ficando encarregue da portaria. </div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sendo dos homens mais poderosos e ricos do país, foi-se desfazendo da sua riqueza, quer em obras pias, quer distribuindo-a e aos títulos, pelos seus familiares, pelos seus camaradas de armas e simplesmente pelos pobres. E foi para estes que esmolava depois de se ter recolhido à sua cela do convento que mandara construir. O caldeirão que antes servira para cozinhar o rancho para as suas tropas, servia agora para alimentar os desvalidos com sopa – a sopa dos pobres!</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como cidadão há a destacar um conjunto alargado de qualidades que pôs ao serviço da comunidade, dando exemplo de boas práticas e de bons costumes. Sobrava-lhe carácter, mas não deixou de ser humilde. Não se lhe conhecem vilezas. Por tudo isto o povo logo o apelidou de “Santo”, assim que Nuno de Santa Maria fechou os olhos, com 71 anos de vida bem vivida, rodeado do Rei e dos infantes. E não mais parou de haver romaria ao seu túmulo onde passou a tremular a luz de uma lamparina de prata oferecida pelo futuro rei D. Duarte que muito estimava o Condestável. </div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Foi este rei que inaugurou as iniciativas de canonização que duraram um longo período de seis séculos até a santidade ter sido reconhecida pelo actual Papa Bento XVI, em cerimónia ocorrida em Roma, a 26 de Abril de 2009. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É este homem, General e Santo, exemplo ímpar para Portugal e agora para todo o mundo católico, que este CD homenageia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao contrário de muitos responsáveis políticos e outros, que ignoraram a honra da canonização e o exemplo de D. Nuno, José Campos e Sousa cumpriu o seu dever de <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>artista, de cidadão e de português.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Devemos estar-lhe gratos por isso.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-82647262934595525152011-01-04T23:43:00.009+00:002011-01-04T23:52:32.778+00:00“OS CHUMBOS QUASE NUNCA SÃO BENÉFICOS”: Machadada Final no Ensino<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">31/7/2010</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: blue;">“De pequenino é que se torce o pepino”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">adágio popular</i> </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> <br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSOxfDeWrpI/AAAAAAAAAWQ/scGb69XYkMY/s1600/MariaIsabelGiraodeMeloVeigaVilar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSOxfDeWrpI/AAAAAAAAAWQ/scGb69XYkMY/s200/MariaIsabelGiraodeMeloVeigaVilar.jpg" width="146" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><a href="http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Governo/Perfis/Pages/MariaIsabelGiraodeMeloVeigaVilar.aspx">Ministra da Educação</a></span></td></tr>
</tbody></table> <span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="font-family: inherit;"> <strong> </strong></span></span><strong><span style="font-family: inherit;">A frase que encima o título resume a entrevista que a Sr.ª Ministra da Educação (melhor seria da instrução, já que a educação dá-se em casa…), deu ao Expresso de 31 de Julho.</span></strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por ele ficámos a saber que está a pensar fazer mais uma reforma do ensino, a juntar às já incontáveis que ocorreram nos últimos 35 anos. </span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Este parece ser o golpe de misericórdia que faltava no inenarrável edifício da 5 de Outubro, onde se despeja anualmente euros às pazádas (mais de um bilião<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de contos/ano, nos últimos anos!).</span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De facto o modo como se abordou a questão mata à nascença qualquer hipótese de conteúdo positivo que a ideia contivesse. Pensem bem e recuem aos tempos em que estudavam: se por acaso aparecia um professor a dizer “esta e aquela matéria não vem para o ponto”, o que é que 99% dos alunos fazia? Isso mesmo, arrumava os livros referentes à matéria apontada e nunca mais pegava neles. O que a Srª Ministra veio dizer foi isto: nenhuma matéria vem para o ponto; melhor, já não há ponto…isto numa altura em que quase já não há exames…</span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estão a ver não estão? Dando outro exemplo, é como querer que exista Exército e acabar com o RDM e o CJM <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span>, e bem têm tentado fazê-lo!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outro erro de monta é andar constantemente a invocar o que se passa nos outros países para que nos sirva de exemplo, nomeadamente os famigerados congéneres europeus. Ora isto é outro disparate desconforme. Não, que não se deva estudar o que por lá se passa para, com as devidas adaptações, as implementarmos caso se mostrem adequadas. Agora decalcar coisas de realidades diferentes com meios diferentes e, sobretudo, gente diferente, não é adequado nem sério.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> O sistema de ensino tem que ser adequado à nossa idiossincrasia, à nossa cultura e aos nossos costumes e tradições e estudado por quem conheça bem os que “de luso ou lisa, filhos foram, parece, ou companheiros”, no dizer de Camões. Aliás, não é apenas o sistema educativo que deve tal reflectir: tudo o resto que enforma a sociedade o deve ter em conta, a começar no sistema político, no modo de gerir empresas, comandar homens em combate, ou treinar a selecção de futebol. E já agora, no campo legislativo, pois temos que fazer leis para as pessoas pela simples razão de que não se podem fazer pessoas para as leis…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Parece, à primeira vista, que quem não entenda isto, sofre<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de profunda estupidez. Mas isto apenas se aplica a uma pequena percentagem da população, até porque tal tem a ver com o bom senso que é o senso comum de todos; haverá uma larga maioria que não tem informação ou conhecimentos suficientes para entender determinadas coisas – aliás a maioria dos assuntos – ou pura e simplesmente as coisas passam-lhes ao lado. Sem embargo há, estou certo, minorias que sabem muito bem o que andam a fazer, uns porque acreditam piamente; outros porque é politicamente correcto e ainda uns quantos que estão ao serviço de determinadas ideologias ou interesses.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A classe politica entra, seguramente, na sua esmagadora maioria dentro deste último âmbito. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora isto de andar com as criancinhas ao colo, pôr os direitos à frente dos deveres (acabar mesmo com estes…), desresponsabilizar os delinquentes, relativizar tudo, atacar regras, hierarquias, conceitos e referências; confundir o Mal com o Bem e mais uma quantidade de ideias verdadeiramente subversivas da sociedade e do correcto convívio entre humanos, representam conceitos político-ideológicos que ainda derivam da Revolução Francesa, a que se veio misturar o lixo anti doutrinário do pós Maio 68, em França. Junte-se a isto doses q.b. de demagogia – doença infantil da Democracia – a que qualquer governo/partido que não olhe a meios para se manter no Poder, usa e abusa, e temos uma amálgama explosiva que rebenta com qualquer nação digna desse nome. Mesmo aquelas que nasceram no século XII e ganharam maioridade no século XIII/XIV…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não é senhora ministra?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já não lhe chegava (e aos seus antecessores), a chusma de passagens administrativas; os exames faz de conta; as novas oportunidades; a babilónia de cursos; a indisciplina de todos; o granel nas carreiras e nas avaliações de professores; governarem para as estatísticas; a luta perdida contra o abandono escolar e mais um ror de coisas que uma resma de papel A4 não chegava para explicitar e ainda quer acabar com os chumbos?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><strong>O resultado de tudo isto é os jovens portugueses andarem há mais de 30 anos a chegarem ao mercado de trabalho na sua maioria, analfabetos encartados, sem estarem minimamente preparados para a vida – que é dura e não fácil – fisicamente definhados, civicamente meio cegos, intelectualmente diminuídos, tecnicamente mal apetrechados e moralmente baralhados.</strong> E a senhora ministra pretende é que ninguém chumbe? Ou é de propósito para terem cidadãoes acriticos,mansos e fáceis de enganar?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os jovens de hoje, não são piores nem melhores que as gerações que os antecederam, mas têm sido pessimamente orientados e enquadrados. Até acabaram com o serviço militar obrigatório…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por isso senhores governantes finem de vez com essa treta idiota de que toda a gente nasce igual ou é igual, pois toda a gente é diferente e cada um tem que fazer o seu percurso. Deve é tentar-se que todos tenham as mesmas oportunidades, mas isso joga-se noutro campeonato. Deixem de meter na cabeça das pessoas que todos podem ser licenciadas em qualquer coisa. Isso representa uma irresponsabilidade e uma impossibilidade. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> Ainda não perceberam que não há boas ou más profissões (e todas são necessárias!) mas sim bons e maus profissionais?Que não interessa haver muitos licenciados, mestrados ou doutorados, mas sim bons, em que o canudo corresponda às aptidões e ao saber? Os outros só lá estão a atrapalhar. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sabe, senhora ministra, no que dá todo este descalabro? Eu digo-lhe: no campo individual, quando alguém abandona a escola e for à procura de emprego, vai ter que aí, demonstrar o que sabe e fazer os exames necessários que não fez (e devia ter feito) durante a sua vida de estudante. Sabe porquê? Porque as empresas precisam de ter lucros ao fim do ano e não se podem dar ao luxo de contratar gente incompetente para a função. Ora isto vai ser muito doloroso para quem tem vinte e tal anos e não está preparado para a vida – de pequenino é que se torce o pepino – e muitos não vão conseguir emprego, ou preencher as expectativas que criou ou lhe criaram, com as frustrações inerentes e que não são quantificáveis.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> Finalmente, os mais aptos, que conseguiram por mérito próprio, ou por bom conselho parental (e tiveram posses para isso), escaparam a este marasmo, ao verem-se atolados no pântano que leva três décadas de apodrecimento, não descansam enquanto não abandonam o país. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">Em termos colectivos, o desastre da educação – que gera efeitos para toda uma vida – vai condenar o futuro de Portugal e dos portugueses. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por isso, senhora ministra, sorria menos e pense melhor. E já agora diga-nos em que escolas estudam os seus filhos e netos, se os tiver. É só para percebermos se o que a senhora diz, coincide com o que a senhora faz.</span> </span></div><div style="mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br clear="all" /></span></div><div style="mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> RDM, Regulamento de Disciplina Militar</span></span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">CJM, Código de Justiça Militar</span></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-41282404832171550422011-01-04T23:34:00.003+00:002011-01-04T23:39:40.066+00:00OS PROTESTOS DE VALENÇA E A FALTA DE SENSO<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">7/4/2010</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSOvtF8FHiI/AAAAAAAAAWM/GShi_TW7Kjg/s1600/848x573.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TSOvtF8FHiI/AAAAAAAAAWM/GShi_TW7Kjg/s320/848x573.jpg" width="320" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">Quando escrevo faz três dias que ondeiam ao vento na cidade portuguesa de Valença, centenas (?!) de bandeiras espanholas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tal facto inédito e indecoroso, acontece em protesto por o governo português ter encerrado as urgências nocturnas, nos serviços de saúde daquela localidade e em agradecimento ao facto do autarca da galega cidade de Tuy, logo ter disponibilizado os seus serviços para atender os portugueses que necessitassem.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Cumpre explicar porque classificamos o que está a acontecer de “indecoroso”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Independentemente da justiça dos protestos – e tem que se avaliar caso a caso a razoabilidade dos mesmos – e da legitimidade e legalidade do que se entende fazer – outros elementos a ter em conta, desfraldar bandeiras espanholas,nas circunstancias em que o fizeram (diria, em qualquer circunstância), é insensato, perigoso e uma bandalhice, que desacredita e desfeia quem o promoveu e quem aderiu.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há mil e uma maneira de fazer protestos, e não consta que falte imaginação aos portugueses, agora hastear bandeiras adentro de uma fortaleza que há 900 anos defende o respectivo povoado dos ataques de quem durante todo esse tempo se tem mostrado inimigo ou antagonista, é um acto de quem perdeu o norte, está falho de referências e esqueceu valores. Fica mal. E os fins nem sempre justificam os meios. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Acaso imaginam que acto semelhante pudesse ocorrer do lado de lá?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Que agradecimentos merece o alcaide galego além de um muito obrigado? Ele fez mais do que a sua obrigação? Não lhe sabe bem que lhe fiquem devedores e que os euros em vez de se gastarem do nosso lado, transitem para o lado dele? Haverá de facto alguma filantropia? </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Caros compatriotas de Valença: andaram mal, e tão cedo não se limpam desta ignomínia!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A maneira mansa e abúlica com que os poderes públicos reagiram ao sucedido é sinal inequívoco de como vivemos numa paz podre e decrépita. A comunicação social acompanha a onda, quando não faz circo no que havia por ter sido tido, como coisa séria e reveladora de que o país está doente. Muito doente. Uma coisa destas, há 30 anos, não acontecia, pela simples razão, de que não passaria pela cabeça de ninguém, sequer, pôr a hipótese de que tal pudesse acontecer!...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sem embargo, os poderes públicos e as políticas postas em execução são as principais causas do estado, a quase todos os títulos lastimável, a que chegámos. A ignorância histórica, estratégica, geopolítica, etc., demonstrada pela classe política é aterradora. A inoculação de referências erradas é avassaladora. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O resultado está à vista de todos e todos os dias.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As causas próximas destes protestos têm sido o sucessivo abandono do interior do país ao Deus dará. Concentrou-se a vida dos 90000 Km2 que nos restam, numa faixa de 50 Km junto à costa que vai de Braga a Setúbal. Mais a sazonabilidade turística da faixa algarvia (os arquipélagos são outra questão). O interior está deserto pela migração, pela quebra demográfica, pelo estertor da agricultura, pela devastação dos incêndios e pela ausência de indústria. Até os quartéis do Exército fecharam quase todos…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Restam os serviços públicos, muitas rotundas, alcatrão de passagem e uns minis afloramentos turísticos, dispersos. No Alentejo existem ainda muitos centros de apoio à terceira idade, mesmo assim eles suicidam-se às mãos cheias…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tudo isto representa um enormíssimo erro político-estratégico de monta. O resultado é que as populações da raia se têm tentado ligar às economias espanholas, criando acordos transfronteiriços, que os políticos do Terreiro do Paço pacoviamente aplaudem. Ora o interior deve estar ligado ao litoral, não à raia espanhola! Aliás a política de cedência e de ajoelhamento face a Espanha tem sido total e irresponsável. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Conde Duque de Olivares, lá no Purgatório onde penará eternamente, informado pelas Moncloa e Zarzuela, do que se está a passar, já disse para não o maçarem mais, pois não consegue acreditar em nada!...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E como podemos querer que simples cidadãos se comportem condignamente quando tivemos um ministro que foi à Galiza dizer que era iberista e que o próprio governo português prosseguia uma política iberista?; quando o Primeiro-ministro insiste em passar pelo ridículo de falar espanholês sempre que passa a fronteira, e grita Espanha, Espanha, Espanha?; quando o governo português colabora ostensivamente com Madrid relativamente ao TGV (e a tudo!), dando aos espanhóis de bandeja um objectivo que eles perseguem relativamente aos caminhos-de-ferro, desde sempre e que nós conseguimos resistir até hoje?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como se pode censurar o simples povo, quando (só para citar um ex. entre centenas), se permitiu que a volta à Espanha em bicicleta, tivesse início em Lisboa, com guardas-civis armados (!?) a fazerem protecção? Que censurar, quando a câmara de Lisboa (tão célere a mandar retirar a bandeira monárquica) antes tinha substituído a bandeira nacional do mastro do alto do Parque Eduardo VII, pelo trapo azul com estrelinhas, da UE? (este facto deu origem a uma queixa de um grupo de cidadãos, entregue na PGR, que respondeu não ter visto nenhum mal no assunto!).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por isso não é de estranhar que o silêncio dos filhos de algo, desde o PR até aos líderes partidários, sobre o assunto, seja ensurdecedor! E que ande tudo, o que é autoridade no país sem saber o que há-de fazer e pior do que isso, muitos conformados com este estado de coisas! E onde estão as instituições que se dizem “patrióticas” por estatuto, quem as ouve? Onde está a sua indignação? </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Que é feito da censura social? Quem se propõe mudar a lei para dissuadir comportamentos destes? <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que se passou em Valência não pode ser considerado um “fait divers”. Mexe com coisas sérias.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E o modo como tudo se passou e as reacções (que não gerou), podem ser o início do fim de muita coisa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"></div><hr align="left" size="1" width="33%" /><br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote; text-align: justify;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Só gostaria de ver como reagiriam as autoridades se em vez de bandeiras espanholas, fossem hasteadas bandeiras nazis…</span></div></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-80826339504005380682010-12-31T15:08:00.002+00:002011-01-01T09:48:54.681+00:00MILITARES, REGALIAS E OUTRAS COISAS…<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">13/8/09</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR74ey9cPMI/AAAAAAAAAV8/3Ue6OZ7v0xU/s1600/comarrc-3-serrano-rosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="190" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR74ey9cPMI/AAAAAAAAAV8/3Ue6OZ7v0xU/s400/comarrc-3-serrano-rosa.jpg" width="400" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Era uma vez um jovem militar do quadro permanente. Tinha tido, em tempos, esta ideia de se tornar oficial e até à data não se tinha desenvencilhado mal. A Academia tinha-lhe mostrado outros horizontes, dado outras referências. Melhor ou pior “arrumou-lhe” a cabeça de outra maneira. Transpirou muito e fez novas amizades. Conheceu a camaradagem. Aprendeu novas técnicas e, de repente, encontrou-se só, a pôr em prática a bagagem acumulada. Estava feito um profissional das armas. Tinha uma missão a cumprir! Não se dava ainda conta de que era um elo importante nessa missão, mas tinha uma ideia algo consistente de que esta não era propriamente equiparável àquilo que os seus amigos do liceu hoje em dia faziam na vida. Tinha algo de… transcendente. É isso, transcendente. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O nosso amigo habitava na sua unidade, mas aspirava a mudar a sua situação, isto é, gostaria de legalmente poder passar a dar nome a descendentes seus. Ambição perfeitamente plausível no campo humano e social, mas mais complicada de pôr em prática. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No meio destas “crises existenciais” próprias da idade e do momento, sentia-se no entanto cada vez mais incomodado com o que de tempos a tempos ia ouvindo sobre a sua condição militar, que ele apesar de tudo muito prezava. Era o jornal “A” que zurzia os militares por causa do orçamento; o locutor da rádio “X” que vociferava que a vida estava cara, não havia hospitais nem estradas e os militares a gastarem dinheiro, etc., foi o facto de, no outro dia, quando viajava de autocarro, ter ouvido cochichar que os militares isto e aquilo, de tal modo que ele até foi no dia seguinte a correr ter com o homem dos serviços sociais perguntar se era verdade (não era);<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a maneira como no outro dia o tinham olhado quando tinha entrado fardado num café, como se de um marciano se tratasse; mais a prima da outra banda que lhe pedia para lhe comprar o produto XPTY, no “casão”, que era seguramente muito mais barato que cá fora, e a gasolina, meu Deus, a gasolina, ainda havia cidadãos que pensam que os militares têm a gasolina mais barata! </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estava o nosso jovem nestas cogitações, pensando quer certamente havia algo de errado pelo meio, quando apareceu a D. Sabedoria, personagem de elevada cultura e gabarito e lhe disse:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- “Meu bom amigo: coração ao alto! Pois não te disseram que a vida tinha destas coisas? Não te falaram da servidão militar juntamente com a nobreza da profissão? Pois toma a incompreensão popular que por vezes existe, como uma das servidões. Sempre assim foi, dificilmente deixará de o ser (vê a questão dessa maneira: as FAs são como um seguro de vida. Toda a gente o deve ter, mas quem gosta de o pagar? É um seguro caro que pagamos e ficamos satisfeitos quando o seguro não teve de ser utilizado). Há muitas razões para que situações destas existam. A maior delas é o desconhecimento. Vou fazer uma comparação para ilustrar o meu pensamento. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como sabes a Força Aérea já teve a seu cargo uma Brigada de Pára-quedistas Ligeira praticamente completa e operacional, que foi uma das melhores unidades das FAs portuguesas. O orçamento para 1983 do Corpo de Tropas Pára-quedistas foi de 1.300.000 contos. Ora os pára-quedistas são uma tropa de elite, cara, que salta de avião, desloca-se em viaturas, veste, calça, come, dorme e treina, utilizando ainda uma panóplia muito variada de armamento. Tinham,na altura, um total de cerca de 3100 homens (320 civis).Pois bem, só o subsídio de almoço de uma empresa pública custou mais, no mesmo ano, ao erário público do que a Brigada de Pára-quedistas! Estás a abanar a cabeça, não acreditas? Então repara: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A dita empresa(a TAP) empregava cerca de 10000 trabalhadores em Portugal. O subsídio de almoço era, na altura, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de 350$00. Atendendo a que um ano de trabalho tem 11 meses a 25 dias cada, se te quiseres dar ao trabalho de fazer contas,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>concluirás que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>só em “alimentação” a empresa gasta 962.500.000$00. Acrescentando a este valor o resultante de idêntico subsídio aos trabalhadores no estrangeiro (em média 1200$00/dia/pessoa), sendo estes cerca de 2000, obtém-se um total de 1.622.000$00, é superior a 1300 000$00!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já acreditas?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas isto nem chega a ser a ponta do iceberg. Os exemplos são muitos, são públicos e revestem-se das mais variadas formas. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma grande parte de grupos profissionais, pelo simples facto de o serem, ficam habilitados a usufruir das mais variadas regalias: uns andam mais barato de avião, comboio ou autocarro; outros têm juros ou seguros bonificados, etc.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Regiões existem no país que também por si só conseguem beneficiar os seus habitantes, por exemplo, gasolina ou electricidade mais barata. Os contratos colectivos de trabalho concedem os mais variados benefícios: creches, subsídios de refeição, de aleitamento, casamento, funeral, horas extraordinárias, etc., etc. Grande parte dos funcionários do Estado dispõe de um complicado esquema de emolumentos, que permitem aumentar substancialmente os vencimentos base, para já não falar nas condições especiais, ou no usufruto de bens por parte de grupos seleccionados de eleitos que ocupam algumas posições chave na “sociedade”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O nosso militar que ouvia atentamente, já de olho um pouco esbugalhado, engoliu duas vezes<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>em seco e balbuciou:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- “Mas então se há tudo isto, porque é que só falam dos militares?”</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A D. Sabedoria sorriu e disse:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- “Razões que a razão bem conhece mas que a conveniência esquece. Posso adiantar-te algumas: é fácil e prático por as culpas nos militares. Está na moda e faz jeito arranjar um bode expiatório; má fé, não é segredo para ninguém que a instituição militar não colhe simpatias por parte de alguns indivíduos, grupos e organizações; ignorância e ingenuidade de pessoas e grupos; falta de educação cívica a nível da escola e da família; falta de sensibilidade para os problemas de defesa nacional. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas olha, a mim o que me preocupa mais não é o facto em si mas antes as consequências globais do actual estado de coisas. Tais factos estão a gerar assimetrias e injustiças cada vez mais complexas em toda a sociedade, que fica assim enrredada num novelo cada vez mais difícil de desembaraçar. Os alicerces são falsos …”</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O nosso homem que recuperava da incredulidade animou-se, colocou-se instintivamente numa posição parecida à de sentido e soltou: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- “Mas então ninguém denuncia uma coisa destas? Como é que o país aguenta?”</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- “Acalma-te, retorquiu a D. Sabedoria em tom maternal. O País não se aguenta, endivida-se. Quanto ao denunciar é quase impossível. Sabes, o Hara-Quiri é uma prática que está confinada a alguns grupos de orientais. Nunca fez sucesso no ocidente. O público em geral não denuncia a situação por desconhecedor, os partidos para não perderem votos, os sindicatos para manterem e se possível melhorarem as “conquistas”, “as entidades competentes” para não destabilizarem… e quase todos enfim, porque têm de um modo geral aproveitado com o sistema. Já me esquecia, os órgãos de informação falam por vezes nisto, mas como cada um diz de sua justiça, conseguem baralhar a audiência fiando tudo na mesma”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O nosso militar coçava agora a cabeça tentando pôr as ideias em claro: </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- “Mas então não há nada a fazer, não há esperança?”</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- “Olha amigo, ele haver há e muito, assim apareçam homens e condições para o fazer. Até lá,, não te apoquentes com o que dizem da gasolina. Conserva os teus ideais e vai em frente”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E foi-se.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">PS. Este texto foi escrito em 1983. Pelos vistos ainda não houve “homens e condições” para fazer<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>algo. Ignoro se o jovem, apesar de tudo, se casou.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-38336476911779137762010-12-31T14:57:00.002+00:002010-12-31T15:05:29.813+00:00GEO POLÍTICA DE ESPANHA<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3xMgvnZeI/AAAAAAAAAV4/ELLTSfPXJZ0/s1600/hastaadam.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3xMgvnZeI/AAAAAAAAAV4/ELLTSfPXJZ0/s400/hastaadam.jpg" width="400" /></a></div><span style="color: blue;">Não nos temos cansado de dizer – com o êxito a que já estamos habituados -, que tudo o que de importante se passa na nossa vizinha Espanha devia ser objecto do melhor estudo e atenção.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas como para a opinião pública se clama que entre nós e a Espanha já só há bom vento e melhor casamento – embora ali para o lado de lá de Jurumenha, haja quem não seja da mesma opinião … -,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>para quê perder tempo com preocupações que só têm cabimento em mentes obtusas que insistem em andar com o passo trocado com a História? Bom bom, é a gente derramar a vista numa lânguida praia mediterrânica bebendo uma caña e petiscando uma tapita.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“Nuestros Hermanos” também vão nisto, mas entre eles há quem se preocupe em, por exemplo, ir reforçando o seu Poder Militar. Vamos tentar ilustrar com alguns exemplos. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">Comecemos pela Marinha</span>: por alturas de Abril foi lançado à água em Ferrol (Galiza), um novo Porta Aviões e plataforma marítima, o Juan Carlos I, que só tem paralelo nos Marines americanos. Vai juntar-se ao “Príncipe das Astúrias”…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Construíram ainda nos mesmos estaleiros cinco fragatas da classe Álvaro de Bazan que incorporam a mais moderna tecnologia incluindo a de defesa aérea “aegis”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Construíram ainda dois modernos navios polivalentes logísticos, capazes de exercerem comando e controle, transportar tropas, servir de navio hospital e reparação em alto mar. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estão em vias de comprarem ainda 20 mísseis de cruzeiro “Tomawak” aos EUA, para o que é necessário obter autorização do Congresso.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">Quanto à Força Aérea</span> procederam à modernização (MLU -Midle life update), das três esquadras de F18 (Torrejon, Saragoça e Las Palmas); dos Mirage F1 que têm em Albacete e já está operacional a primeira esquadra de Eurofighter (caça de última geração) em Moron, cuja construção partilham com a Inglaterra, a Itália e a Alemanha. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Num outro projecto em que participam, o Avião de Transporte Estratégico Airbus 400M, verão a sua 1ª aeronave ser entregue em Junho, de um total de …17! O mesmo MLU foi também feito aos vários P3M (antisubmarina) que possuem. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em Madrid têm dois centros de satélites a funcionar, um a ser operado pelos países da UE que integram o programa e outro só por eles…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">O Exército</span> está a ser equipado com a última versão do carro de combate “Leopard”, que já é fabricado às dezenas em Sevilha. E já operam 30 UAVs – veículos armados não tripulados -<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de alta tecnologia fabricados também em Espanha e até produziram doutrina sobre o seu emprego.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estamos a falar de exemplos…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Significativo é o facto de se registar um desenvolvimento exponencial das Indústrias de Defesa, que incorporam muita tecnologia de outras indústrias civis e que está apostada na exportação, como é o caso das fragatas. O governo espanhol tenta participar em tudo o que é projecto NATO e não só. Vai receber, em termos permanentes o TLP, Tactical Leadership Program, um importante centro de desenvolvimento de tácticas aéreas, que transitará da Bélgica para a base de Albacete, já no próximo ano. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E tendo os EUA denunciado o acordo de Defesa com a Islândia, afirmando que cabe aos europeus garantir essa defesa, de imediato os espanhóis se ofereceram para tomarem conta da respectiva Defesa Aérea (a rodar entre outros países que também a queiram fazer). No final deste esforço e neste momento possivelmente não haverá na Europa, país que se lhe possa igualar em capacidade militar clássica.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">E isto note-se, sendo público e notório a pouca simpatia que uma parte considerável das forças políticas, nutrem pelas FAs; pelos graves problemas de recrutamento existente, da campanha anti militar existente em muitos meios e ainda por em alguns pedaços da Espanha (e sobretudo o País Basco e a Catalunha) serem francamente hostis à presença de unidades militares.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E no meio disto tudo não deixa de ser curioso verificar o contencioso político com os EUA desde que o PSOE é governo o que levou o primeiro ministro até agora a nunca visitar aquele país e à proibição do desfile de uma Companhia de Marines, no dia da Hispanidad (12/10) logo a seguir à sua primeira tomada de posse condescendo, apenas, à presença do embaixador. Não será, certamente por acaso, que, mais tarde, os EUA se opuseram a uma candidatura do representante espanhol no comité Militar da NATO, ao cargo do respectivo “chairman” (concorreu ainda o polaco e o italiano, ganhando este).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Estado Espanhol diz abertamente que quer afirmar a Espanha como uma grande potência na Europa e <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que as FAs fazem parte desta estratégia de afirmação. O que está certo e ninguém tem que se melindrar com isso. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Parece, todavia, que as capacidades militares que se estão a construir, se destinem apenas às missões de Paz e Humanitárias em que estão muito empenhados, como também afirmam. É que tal ultrapassa em muito tal desiderato. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Comecemos por passar a retina pelas principais operações acima referidas, em que os sucessores dos antigos Terços Espanhóis estão empenhados <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span>: Líbano (desde 2007), com 1181 homens e um navio tipo corveta; Afeganistão (2002), 745 H e um destacamento de apoio no Kirziguistão de 52 H; Kosovo (1999), 621 H; Bósnia-Herzegovina (1992), 323 H; Chade (2008), 90 H. Está em estudo o envio de um ou dois navios de guerra para as águas da Somália, a fim de combater a pirataria. No total somam 3012 militares o que ultrapassa o máximo de 3000 imposto pela Lei de Defesa Nacional, aprovada pelo actual governo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Julga-se, pois, que para manter estes compromissos não é preciso tamanho potencial. Mas pode servir para outras coisas. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com o reforço que está em marcha, embora nem tudo esteja operacional, as forças espanholas ficam habilitadas a operar, simultaneamente, em dois oceanos/mares com duas poderosas forças tarefas (task force), aero-navais com base em dois porta aviões. Ou seja sem sair da defesa próxima do seu território – embora as força-tarefa estejam concebidas para a projecção do Poder longe do território -, podem operar no Atlântico Central e Mediterrâneo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">E cabe aqui recordar que o “Espaço Estratégico de Interesse Nacional”, espanhol se estende até aos Açores; o Arquipélago das Canárias sempre funcionou como base avançada das navegações para Ocidente e Sul e está muito perto da ZEE portuguesa (Madeira) incluindo as Ilhas Selvagens.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Este poderio militar por ser empregue de vários modos na América Central e do Sul em apoio e defesa da “Hispanidad”. Serve para mostrar a bandeira; evacuar nacionais ou conter alguma fogosidade de lideres mais aguerridos …</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A aposta espanhola nas Américas é sobretudo cultural e económica (logo política, também), a que não é estranho o desejo de promover o castelhano à segunda língua mais falda no universo e a concorrer com os EUA no seu “quintal das traseiras”. A Espanha já participa na exploração da Antártida e é natural que faça acordos de colaboração nomeadamente com o Chile e a Argentina. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É natural que as afinidades culturais e históricas empurrem a Espanha para o continente americano, mas o mesmo não se pode dizer de África. Mas África é um espaço onde os falantes da língua de Cervantes estão a apostar cada vez mais. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Gibraltar é um espinho cravado na Moncloa. É evidente que o poderio militar serve para apoiar qualquer solução que se tente para o futuro do “Rochedo”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não pretenderão, certamente, transformar o Mediterrâneo num lago espanhol, mas não andará longe a ideia de terem uma presença forte e incontornável. Em primeiro lugar para manter em respeito os países do Norte de África e impedir qualquer veleidade sobre Ceuta e Mellila; depois e no mínimo, hão-de querer estar em pé de igualdade com a França e a Itália, agora que os EUA retiraram a 6ª esquadra e a Royal Navy mantém apenas uma presença simbólica. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A Espanha procura também reforçar a sua presença e peso na NATO e em todos os “fora” em que participa e é agressiva em querer ocupar vazios. É preciso ter em atenção o que o actual Tratado Europeu (Lisboa) prevê para a exploração dos recursos vivos da ZEE e da eventual projecto de se montar uma “Guarda Costeira” para operar do Báltico ao Egeu.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas a Espanha reforça o seu músculo militar, estamos em crer, também por razões internas, por causa das autonomias e da possível desagregação politica do reino. É que as FAs são nacionais, espanholas, veneram o Rei e actuam sempre em nome da Espanha. E o seu prestígio e o que contribuírem para a afirmação da Espanha como tal e no mundo, desvaloriza as tendências centrífugas em várias regiões do seu território. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O mesmo se passa, por exemplo, no desporto: já repararam que sem se perceber bem como, os espanhóis passaram a ganhar tudo, desde o ténis ao futebol passando pelo automobilismo, basket, etc ? Até no hóquei em patins.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">O mundo geopolítico vive de equilíbrios.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: blue;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há que os manter para preservação da Paz.</span></div><div style="mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><br clear="all" /></div><div style="mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote; text-align: justify;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Dados retirados do jornal “ABC” de 6 de Junho de 2008.</span></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-26810528570236610032010-12-31T14:52:00.004+00:002010-12-31T14:55:22.487+00:00FORÇAS ARMADAS: DE VITÓRIA EM VITÓRIA ATÉ À DERROTA FINAL?<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">28/6/09</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3uzz5oI0I/AAAAAAAAAV0/Eqxr4GI25oE/s1600/comarrc-0-serrano-rosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3uzz5oI0I/AAAAAAAAAV0/Eqxr4GI25oE/s400/comarrc-0-serrano-rosa.jpg" width="400" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;">Eleições Europeias, dia seguinte: o governo congela totalmente a Lei de Programação Militar. Nada transpira, ninguém se incomoda. Como vai ser?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Resumindo e concluindo,o partido que forma o governo perde as eleições – do que só se pode queixar de si próprio – e quem paga as favas (mais uma vez...) é a Instituição Militar. Até quando?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aliàs as Forças Armadas não param de ser desagregadas e demolidas. As leis sobre a nova organização são uma perda de tempo,pois para além de não <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>resolverem nenhum dos muitos e prementes problemas que afligem o meio militar,ainda vão abrir mais brechas na coesão das forças. È um acto falhado por escusado. Com o RDM ainda é pior: depois das forças politicas terem acabado com a Justiça Militar,vão subverter a disciplina. É dificil fazer pior em qualquer parte do mundo. Só pode haver uma razão; ser de propósito!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A fragata Corte Real e todos os que nela navegam, andam a fazer figura de “ursos”. Perseguem piratas, prendem-nos, arriscam-se a levar uns tiros e depois soltam-nos. O comandante da Armada já disse que era preciso criar leis apropriadas (deveria <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ter sido o Conselho de Chefes a fazê-lo...). Do Governo,Parlamento e PR,nem pio. “No passa nada”!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O segundo submarino (“Arpão”) foi lançado à àgua em Kiel. O Sr. ministro da Defesa foi lá incógnito. No portal do ministério nem uma linha. Para a comunicação social idem. Isto é, o governo assume um compromisso importante relativo à Defesa Nacional, mas tem vergonha de o assumir e defender. Alguns ministros são até contra. Publicamente. Muito edificante. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Que se passará no Instituto de Defesa Nacional? Quase todas as semanas há um quadro da casa que pede para abandonar funções. O último foi o próprio sub- director, que nem aqueceu o lugar. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O senhor ministro<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>já descobriu a raiz do problema, assobia para o lado ou vai insistir que as coisas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>continuem a quebrar pelo lado mais fraco? O IDN já não faz falta e também é para acabar?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pressionam constantemente o Exército (sobretudo o Exército) para alienar património à sua guarda, normalmente a fundo perdido. A apetência autárquica e regional por estes “bens” não conhece peias e a ganancia da especulação imobiliària parece não ter limites. Vá-se lá saber porque bulas, as FAs e sobretudo o Exército vai dando, tudo de mão beijada,sem ser resarcido de quase nada <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e sem um ... ai. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Depois passa-se um pouco de tudo, por exemplo as instalações da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém foram libertadas pelo Exército no prazo combinado – a tropa cumpre. Como não apareceu ninguém para ficar com as chaves, o Exército ficou com elas – sempre pronto a cumprir a missão e a carregar com os sacrifícios ! – e ainda manteve sentinelas. Até que um general mais avisado e corajoso, entendeu (e bem) que a situação já tinha ultrapassado o que permitia o regulamento e retirou a guarda. Foi um ver se te avias, as instalações foram assaltadas diversas vezes e tudo roubado. Parece que nalguns casos acoisa tomou foros de organização em forma. Falta agora proceder de igual forma para com as ex- instalações militares de Elvas (que deviam ser um museu vivo, à falta de melhor sorte), para cuja segurança o Regimento de Cavalaria de Estremoz, tem que <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>destacar permanentemente um pelotão.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Doce país.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ali para os lados de Alfragide o Comando da Força Aérea está, por seu lado, à beira de um ataque de nervos. Então não é que mais três coronéis pilotos aviadores vão passar à reserva, justamente agora que iriam comandar bases aéreas? E eram dos mais resistentes. O que fará um oficial de carreira querer trocar um comando de base por umas funções menores, desfazadas em grande parte daquilo a que estão habituados e se preparam durante tanto tempo?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Toda a gente sabe estas respostas, mas ninguém as diz oficialmente.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E não se consegue enviar um médico para o Afeganistão. O primeiro, isto é <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a primeira a ser nomeada, arranjou maneira de concorrer às próximas eleições e passou à reserva. As duas seguintes pediram abate ao quadro e têm que pagar cerca de 100.000 euros cada, de indemnização. Consta nos mentideros que quem vai pagar a conta, vão ser os hospitais onde as duas oficiais médicas (ou será que se julgam só médicas?), estão a tirar a especialidade à custa da FA(!) pois pretendem que elas fiquem a trabalhar para eles. Conhecem algum adjectivo para qualificar este “negócio”?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E para quando, a AR vai mudar a lei que obriga os militares a passar à reserva para poderem concorrer a eleições que tem sido usada para vigarices do foro pessoal e profissional, ao passo que é uma lei discriminatória para os militares já que são a única classe profissional em que os seus servidores são obrigados a abandonar a carreira para se dedicarem à política. Será que também é de propósito? À atenção, outrosim, das Associações de Militares. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Enquanto tudo isto se passa o que faz o senhor pequenino que ostenta o título de Ministro da Defesa? Pois olhem, foi recentemente em visita oficial a Luanda com meia dúzia de acompanhantes num Falcon da FA. Pararam, à ida, em Accra para pernoita, presumo que o Falcon não faz directo a Luanda, só pode. Pediu em seguida uma audiência ao Presidente angolano, uma audiência que este não lhe concedeu, não interessa para o caso as razões (ou será que interessa?). Sabe-se que a comitiva decidiu antecipar a vinda para Lisboa, mas em vez de voarem de Falcon, meteram-se num avião da South Africa Airways, quero crer que em turística. O Falcon, esse pernoitou em Luanda e veio no dia seguinte … vazio.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu por mim não quero ajudar a pagar esta viagem do senhor ministro, e vocês ó contribuintes?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Será que é por estas e por outras que os nossos queridos representantes parlamentares querem diminuir as competências do PR em matéria militar? <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span></div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /></div><div style="mso-element: footnote-list;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Será que o consignado na nova proposta de RDM, prevendo a punição de militares na reserva e reforma se destina também a impedir textos com este de serem publicados?</span></div></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-84405952735542521482010-12-31T14:35:00.006+00:002010-12-31T14:43:18.738+00:00O ENGENHEIRO SÓCRATES CONVIDOU OS CHEFES MILITARES PARA ALMOÇAR<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">30/07/2009</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3sAPoFjpI/AAAAAAAAAVw/tHcmmTNcYLM/s1600/7462278_Lg4kZ.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3sAPoFjpI/AAAAAAAAAVw/tHcmmTNcYLM/s1600/7462278_Lg4kZ.jpg" /></a></div><span style="color: blue;">Fazer política devia querer dizer tratar seriamente das coisas. Tratar das coisas sérias também devia ser atributo da Política. Em Portugal parece que nem um nem outro se aplica.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Num processo atribulado e eivado de erros têm sido tentadas várias reformas das estruturas e documentos enformadores das Forças de Segurança. Chegou-se agora à altura da aprovação do estatuto remuneratório da PSP e GNR. Inventaram-se subsídios, horários e um conjunto de regras que a serem<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>aprovadas, gerarão um quebra cabeças futuro. Mas “esqueceu-se”, creio que deliberadamente, que havia coisas que não podem ser idênticas em ambas as corporações, pela simples razão de que existe na GNR o estatuto da “Condição Militar” enquanto que na PSP a estrutura e conceitos está completamente “civilizada”, sendo similar, aos bombeiros, cruz vermelha e afins. Ora “condição militar” e “condição civil”, são conceitos que, não sendo antagónicos, não são miscíveis. É assim como a água e o azeite...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por exemplo, o conceito de “horário de trabalho”que se quer instituir na Guarda é um absurdo já que é um conceito perfeitamente “civil”: um militar tem que ter disponibilidade total para o serviço. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Por isso não tem horário de trabalho, mas sim um horário “normal de serviço”. De resto está ao serviço quando é preciso e descansa quando pode! E isto representa uma necessidade premente do serviço e das missões que lhe estão consignadas e outrossim, uma preparação psicológica e mental para o fim último dos Exércitos que é a guerra. E estas nunca decorrem das nove às cinco …</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Este é que é o ponto fulcral de toda esta novela, em que no meio de muita ignorância e incompetência por parte dos políticos existe uma ideia geral e arreigada que percorre <u>todo</u> o espectro partidário e que é esta: acabar, por todos os meios, com a existência de qualquer vestígio de condição militar. Ódio velho não cansa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E tanto assim é, que para além de se “esquecerem” de compaginar o que se passa na GNR e PSP, se olvidaram também, de pensar nas FAs. Como se vivêssemos <personname productid="em compartimentos estanques. Quando" w:st="on">em compartimentos estanques. Quando</personname> os chefes militares se aperceberam de mais esta malfeitoria, deixaram cair uma<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>palavra na Presidência da República, dispondo-se o inquilino mor do Palácio de Belém a dar uma palavra (puxou as orelhas?) ao senhor que entre os ministros é o primeiro. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O General Comandante da GNR, empalado com a triste reforma aprovada do anterior, que se viu condenado a implementar (não está fácil!), e farto de ultrapassagens hierárquicas e das suas ideias e intenções serem reiteradamente ignoradas, quis ir-se embora. É pena pois é um homem sério e capaz. É preferível que fique e lute.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E foi assim que os quatro chefes militares foram partilhar o rancho melhorado do Eng. Sócrates, juntamente com os seus colegas do MAI e MDN.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não é preciso ser mosca para se adivinhar o que se passou: exibiram-se alguns sorrisos e disseram-se umas graças de circunstância; o senhor MDN entrou mudo e saiu calado como é seu timbre, e o seu comportamento de menino de coro já<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>nos habituou.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O MAI – outro grande responsável disto tudo a quem interessava apurar as obediências últimas – ter-se-à mostrado aflitinho, desculpando-se com os compromissos que já tinha com a PSP e algumas associações/sindicatos. O CEMGFA lá terá explicado com clareza as razões do incómodo e da impossibilidade. O senhor PM num repente de grande descoberta intelectual, pensou “Eureka!” e disparou: então porque não harmonizam? Esquecendo-se obviamente daquela história da água e do azeite. E quando a chefia militar adiantou, que harmonizar para a tropa, em termos de condição militar (o resto não é possível harmonizar…), custava uma pipa de milhões de euros, o senhor PM perdeu o apetite e chutou para canto dando instruções para a formação de um grupo de trabalho, que deverá apresentar uma solução no prazo de 10 dias. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como isto se deve vir a revelar uma missão impossível, os diplomas devem ser remetidos para a próxima legislatura.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vamos ficar todos muito contentes.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-42354906399537598822010-12-31T14:26:00.002+00:002010-12-31T14:33:12.840+00:00O SEMPRE IMPREVISÍVEL PSD<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">27/3/2010</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: x-small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3pm7GyV_I/AAAAAAAAAVs/CZIyU0OKCtw/s1600/Nova+imagem.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TR3pm7GyV_I/AAAAAAAAAVs/CZIyU0OKCtw/s320/Nova+imagem.jpg" width="234" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;">Culminando um longo período de desacertos, guerrilha interna, lideranças a prazo e muito folclore político/partidário, a actual segunda força política do espectro partidário da lusa gente, lá conseguiu eleger um novo presidente do partido.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Desta feita fê-lo por uma margem expressiva (61% dos votos), provavelmente para acabar de vez com o ciclo de lideranças precárias e sem o grau consensual adequado…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esta a primeira conclusão a tirar. A segunda sendo que, mais uma vez, o grande estratega que actua como eminência parda, e que está por detrás da vitória de Passos Coelho, é o EngºAngelo Correia. A.Correia é, de facto, um dos raros políticos bem preparados que o país tem. Só que a sua primeira prioridade não aparenta ser a política, mas sim os negócios. Uma promiscuidade que normalmente resulta mal. A coisa com o autarca de Gaia, acabou por correr menos bem, apesar das aparências terem sido salvas. A reter e a aguardar. A terceira conclusão que se pode tirar, desde já, é que o eleitorado alaranjado, quis correr com os baronatos que desde sempre têm condicionado o poder dentro do partido . É natural que o “império” contra ataque. O líder que se cuide…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aliás Passos Coelho, tem um problema sério a resolver que é o facto de não estar presente no Parlamento e estar longe de dominar o grupo parlamentar, o que foi armadilhado à partida. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para além disto, a tarefa principal é dotar o PSD de uma doutrina consistente donde derive uma política e daí as estratégias adequadas aos timings e às situações. O partido é, neste âmbito, o pior de todos eles: é árido e prolixo ao mesmo tempo, um mosaico indefinido, um saco onde cabe quase tudo. Uma confusão ingovernável, como diria o corrosivo Vasco P. Valente. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com isto dito, vamos a coisas verdadeiramente importantes. O PSD consegue, pelos seus genes, ser o partido mais baralhativo e anarca, que por aí anda. De tal modo assim é, que até confunde uma organização mais secreta que discreta, de que apenas aflora o nome e que é conhecida pelo Grupo de Bilderberg. <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Este grupo que não está só no mundo – é parte até de uma rede complexa e complementar – mas aparenta ser o que mais directamente interfere na situação em Portugal.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De há umas décadas a esta parte todos os primeiros-ministros,que residiram <personname productid="em S. Bento" w:st="on">em S. Bento</personname> (como de resto, na maioria dos países europeus ocidentais), passaram previamente pelas recrutas anuais destes senhores todos poderosos (que, aliás, ninguém elegeu…). Normalmente vão aos pares e são quase sempre do PS e do PSD, como se só estes partidos estivessem “autorizados” a governar em Portugal (curioso como tal é semelhante ao que sucedeu em Portugal após a Regeneração de 1851, com o Rotativismo – alternância entre o Partido Regenerador e o Progressista..). Foi assim que lá foram parar, Durão Barroso e Ferro Rodrigues,Morais Sarmento, Santana Lopes e Sócrates; Aguiar Branco e Augusto S. Silva; Ferreira Leite e Manuel Pinho. E sim, o ex-D. Sebastião também por lá navegou. A lista é extensa e está publicada.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É sempre uma dupla que vale por uma tripla. Nem sempre se consegue controlar tudo, pois acontecem inopinados: Ferro Rodrigues ficou fora de acção por causa da Casa Pia; Manuel Pinho por causa da cena dos corninhos; Guterres porque se fartou – embora ande a cumprir a missão noutro local, apesar de se dizer católico (a verdadeira Igreja é auto exclusiva neste particular mas pode ser infiltrada). Ferreira Leite por seu lado, não tem alma para isto. Direi que é demasiado honesta para isto. Por vezes, valores mais altos se levantam e mudam-se os planos, eis porque passaram “guia de marcha” a Durão Barroso para ir dirrimir problemas noutro campeonato (é claro, se lhes perguntarem eles negam tudo!...).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora tudo isto tem muito pouco de democrático. Aliás, a Democracia, é apenas uma fachada, que aqueles que verdadeiramente têm o poder, ou estão organizados para ter, usam para encobrir os seus fins, que de claros e límpidos não têm nada, a não ser (que se note), a manutenção do poder e o lucro. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma pergunta deve estar a bailar, por esta altura na mente dos leitores: quem é que escolhe os eleitos para ir às reuniões? Pois o nome que aparece mais consensual neste âmbito é Pinto Balsemão, que passa por ser o secretário permanente da organização atrás citada, para este cantinho à beira mar plantado. Como ele lá chegou, não se sabe, é objecto de especulação. Perguntem-lhe. Balsemão passou, efemeramente, pela cadeira do poder (sempre dá curriculum, experiência e conhecimentos), para se afastar depois, ostensivamente, para se dedicar à sua paixão pelo jornalismo. O que pode ser apenas um subterfúgio para continuar a influenciar o poder no sentido prescrito para a organização apátrida para quem, porventura, trabalha. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pinto Balsemão (PB) começou no Expresso, que foi um dos principais aríetes no derrube do regime português do Estado Novo – que por ser eminentemente patriota, tinha que ser derrubado, pois não alinhava neste baralho. Mais tarde o trabalho de PB tem sido o de ir criando um empório na comunicação social (CS), o que culminou com a SIC. Quem domina a CS ou grande parte dela, elege e depõe presidentes…. A SIC porém, não se ficou por aí tenta, aparentemente, mudar a sociedade através da “subversão” dos costumes, das referências, das instituições, etc. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A Igreja ainda se quis opôr a isto, tomando conta da TVI, mas falhou, ou fizeram-na falhar. As coisas não são o que aparentam. Mário Soares, não precisou, quase por certo, de nada disto (a não ser para o OK, ao 25 de Abril), chegou lá através da Internacional Socialista , outro dos tentáculos do cefalópode (“polvo”). </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Prof. Cavaco Silva deve dar alguma atenção a estas coisas em vez de andar enleado quase sempre entre a tecnocracia dos números/economia/empresas/finanças.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que é que isto tem a ver com a nova direcção dos sociais-democratas, perguntarão?. Pois parece que tem tudo, havendo ainda alguns mistérios a entreabrir: porque é que Aguiar Branco foi preterido, depois de ter sido “preparado” faz tempo? Porque foram buscar à pressa Rangel? (quase certamente porque F. Leite não quis aturar o fardo…). Aquele, porém, não teve tempo de ser “convidado”/“preparado” – o convite ainda foi <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>feito,nas vesperas do Congresso, mas ganhou o Passos Coelho. A maioria dos eleitores desconhece estas nuances… Até o Dr. Jardim, que não se costuma perder, baralhou-se e apostou no cavalo errado!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Dr. Coelho que se cuide, pois (e bem andaria se deixasse cair o que pensa sobre o serviço militar obrigatório, a regionalização, as drogas, o casamento dos pares idênticos, e mais uma série de disparates). E para azar dele, a química com o Prof. Cavaco também não parece ser a melhor. E este sendo reeleito, ainda diminui mais as hipóteses de Passos, pois isso seria pôr muitos ovos no mesmo cesto e a situação ainda não estar madura para isso. A estrelinha de Sócrates continua a brilhar. Até acontecer algo que ninguém controle.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Independentemente do que acontecer, a agonia vai começar a sério.</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Bilderberg, é o nome do hotel onde decorreu a primeira reunião do grupo então formado (1954),em Oosterbeck,Holanda, por iniciativa do Príncipe Bernardo, e que reunia a fina flor da política, homens de negócios, banca, “media”, forças de segurança, etc. </span></div></div></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-73555192117395475892010-12-27T00:30:00.005+00:002010-12-30T10:50:16.698+00:00PALMA INÁCIO: TERRORISTA, BANDIDO OU HERÓI?<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">9/8/09</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRfhvJ5FrGI/AAAAAAAAAVg/Dm5WJar-RVI/s1600/palma_inacio.JPG" imageanchor="1" style="cssfloat: left; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRfhvJ5FrGI/AAAAAAAAAVg/Dm5WJar-RVI/s400/palma_inacio.JPG" width="400" /></a></div><span style="color: blue;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A propósito do passamento do cidadão Palma Inácio, no passado dia 14 de Julho, escreveram-se algumas imprecisões históricas, ignoraram-se convenientemente factos, branquearam-se acções e fizeram-se elogios patéticos. Como estamos no campo da opinião, também queremos dar a nossa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O conceito de “terrorismo” vem da Antiguidade Clássica e devemos remontar à seita dos “Assassinos” (Sec.XII) e ao “Velho da Montanha”, para encontrar o seu início organizado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Até hoje não se acordou numa definição de terrorismo dada a dificuldade objectiva de o fazer. Isto é, para uns, o autor de um acto tido como terrorista é, para outros, um acto de heroísmo em defesa de uma causa. Isto para já não entrarmos no conceito do próprio Estado poder ser considerado terrorista…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De qualquer modo, terrorismo ou não, queremo-nos referir sempre a actos de violência que implicam, ou podem implicar mortes e danos – inclsivé pretender infundir o terror – e que visam objectivos políticos, ou simples violência gratuita. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por outro lado, o delito comum está ligado aos crimes de assassínio, estupro, roubo, etc., que visam motivações de ordem pessoal. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Herói, por seu turno, vem do grego “héros”, homem extraordinário pelas suas proezas guerreiras; protagonista duma obra literária (deprecit.); homem notável pelos seus desmandos ou irregularidades. <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Palma Inácio (PI) é um exemplo acabado em como “a ocasião faz o ladrão”.</strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vejamos como tudo começou.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Palma Inácio nasceu algarvio, em Ferragudo, no ano de 1922. Filho de família modesta, nada se conhece da sua infância que seja relevante para o que estamos a tratar.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Concorreu à Aeronáutica Militar com 18 anos e em 1946 encontrava-se a prestar serviço na Base Aérea<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(BA1) em Sintra, como ajudante de mecânico de aviões, tendo atingido o posto de furriel.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Segundo depoimento do Capitão Graciano chefe dos mecânicos da BA1<span style="color: blue;"> <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT;"><strong>[2]</strong></span></span></span></span></span> e também responsável pela manutenção dos aviões do Aeroclube de Portugal (ACP) que operavam a partir da base, PI era “<em>ambicioso, refilão, com tendência para a indisciplina, insatisfeito, revelando por vezes menos simpatia para com o regime político (através de desabafos). Fundamentalmente revelava inconformismo com a sua situação. Queria ser piloto, mas não tinha habilitações mínimas para concorrer ao curso de praças pilotos</em>”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não tendo dinheiro para tirar o curso no ACP pediu para ser ajudante do Cap. Graciano como funcionário daquele aeroclube, o que foi aceite e lhe proporcionou uma nova remuneração. Conseguiu ainda ser mecânico do avião Dragon que fazia voos de fotografia aérea aos fins de semana, para os serviços geográficos e cadastrais.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Este pecúlio extra permitiu que se inscrevesse no ACP a fim de tirar o brevet de piloto civil. Caiu então na tentação de roubar gasolina dos aviões militares para os aviões do ACP, permitindo-lhe, deste modo, fazer mais horas de voo com menos despesa (registava uma quantidade de gasolina superior à que metia nos depósitos; o excedente, impróprio para consumo, juntava num bidon e utilizava posteriormente nos aviões do ACP). Na caderneta de voo escrevia ainda um total de horas, menor do que realmente fazia, pagando assim menos. Tudo isto representava procedimentos irregulares do ponto de vista disciplinar e da segurança de voo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Num dia de Setembro resolveu dar um passeio de avião ao Ribatejo para ir apanhar melões, mas na tentativa de aterragem sofreu um acidente tendo o avião ficado partido bem como as pernas do passageiro, o Pcb Costa Pereira, que aliciara para a aventura.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Comandante da BA1, TCor Filipe Gomes Vieira quis saber como era possível dois mecânicos andarem a voar num avião do ACP durante as horas de serviço e mandou instaurar um processo de averiguações do que resultou descobrir-se toda esta trama.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Comandante puniu<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>PI com 10 dias de prisão disciplinar agravada, o que foi agravado para 20 dias, pelo Comandante Geral da Aeronáutica Militar. Tal castigo, à luz da legislação de então, obrigava o punido a abandonar as fileiras. PI jurou vingança.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como gozava de fama de ser competente como mecânico rapidamente arranjou emprego, sendo admitido na Companhia Aérea KLM, em Lisboa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em 10 de Abril de 1947, teve epilogo um movimento de contestação ao “Estado Novo” onde estava implicado o Brigadeiro de Aeronáutica António de Sousa Maia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>PI ter-se-á ligado a este movimento por ver aí a oportunidade de satisfazer o seu desejo de vingança. Aparentemente foi aliciado para a acção por um ex-tenente Quintão, após encontro com este na Praça do Chile (o que PI mais tarde viria a negar). Deste modo o nosso “herói” foi encarregue de sabotar os aviões da BA1, tendo-lhe sido acenado com uma posterior promoção a major.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Assim, na noite de 9 para 10 de Abril de 1947, PI cortou (ou serrou) os cabos de comando a vários aviões Tiger Moth, T-6 e DC3, num total de 35. No caso participou o Pcab mecânico Gabriel Gomes (não por ser revolucionário, mas por ser amigo de PI) que o introduziu e retirou do hangar.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRfh8Oo0T_I/AAAAAAAAAVk/W56dCUZnPkc/s1600/45A436A2182F6.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="230" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRfh8Oo0T_I/AAAAAAAAAVk/W56dCUZnPkc/s400/45A436A2182F6.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Abraçado a Soares, à sua esquerda, na varanda da estação ferroviária de Santa Apolónia (Lisboa), com os seus amigos Manuel Tito de Morais, Dias Lourenço, Mário Soares e Manuel Serra, em 28/4/1974.</span></td></tr>
</tbody></table><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A conjura (onde também esteve implicado o cidadão João Lopes Soares (pai do Dr. Mário Soares), falhou e PI ficou a monte. O TCor Vieira acabou por não ir frequentar o curso de promoção …</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por curiosidade refira-se que PI tinha um irmão mais novo, Jaime Inácio da Palma, que fez carreira na FA como mecânico de material aéreo. Mas em tudo diferia do irmão e não concordava “<em>com os seus métodos de actuação</em>”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E foi assim que começou a vida “revolucionária” e “romântica” deste ícone do “reviralho”.</strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De facto algumas das suas acções ficaram célebres, mas não pelas melhores razões. Ao fim e ao cabo que feitos dignos de nota conseguiu PI?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já analisámos a participação na conspiração de 1947, que resultou em prisão, fuga e exílio. A partir daqui PI deambulou um pouco pelo mundo, até que em 1959 conhece Humberto Delgado e Henrique Galvão, no Brasil. Volta à conspiração.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em 11 de Novembro de 61 assalta e desvia o Super Constellation da TAP que fazia o percurso Casablanca/Lisboa, com o objectivo de lançar panfletos sobre Lisboa, o que consegue. Daqui nada resulta na prática para além de um embaraço para o governo de Lisboa. Mas inaugurou a época da pirataria aérea moderna (como a seguir aconteceria no mar com o assalto ao paquete Santa Maria – nós temos que estar na vanguarda de algo!) que tantas dores de cabeça têm dado ao mundo em geral e ao Ocidente em particular.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Resta ainda saber até que ponto é lícito e moral arriscar a vida de cidadãos comuns e pôr em causa bens nacionais, para beneficiar ideias políticas ou personalidades, que ainda por cima estavam longe de colher apoio ou simpatia na esmagadora maioria dos portugueses.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há cerca de um ano o jornal “Correio da Manhã” ainda promoveu um encontro entre este elemento “antifascista” e o então comandante Marcelino, e a chefe do pessoal de cabine. Foi uma festa! Há gente que não tem mesmo vergonha na cara. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De Marrocos, cujas autoridades se recusaram a extraditá-lo, parte novamente para o mundo. E regressa à conspiração.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">A ausência leva alguns anos e devem-se ter esquecido dele. Até que no dia 17 de Maio de 1967, reaparece à frente de uma quadrilha – que lhe devemos <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>chamar? - e assalta a dependência do Banco de Portugal na Figueira da Foz. Roubam 28000 contos, uma fortuna para a época. A fuga é aparatosa e acaba em Paris. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A PIDE põe-se em campo e através do rasto de notas deixadas pelo caminho levam as autoridades francesas a prendê-lo. É então que entra em cena um elemento da oposição dita democrática, com provas dadas de seriedade, o Dr. Emídio Guerreiro e que inventa a criação da LUAR, a fim de dar um cariz politico ao roubo e assim evitar a extradição do preso para Lisboa. É deste modo que é criada a LUAR, em 19 de Junho de 1967, um mês após a “Operação Mondego”. Com este argumento as autoridades francesas impediram a entrega de PI à justiça portuguesa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> A PIDE infiltra entretanto a LUAR e consegue recuperar 22000 contos do dinheiro roubado, em duas tranches de 11000. 3000 contos tinham sido gastos pelos “amigos do alheio” e 3000 foram entregues a Emídio Guerreiro<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que os depositou numa conta na Suiça. Quando se dá a revolução dos cravos, 1500 contos que restavam desta última quantia, foram entregues por Emidio Guerreiro a PI para serem entregues ao Banco de Portugal, mas desapareceram. E este é um dos episódios que levaram estes dois personagens a acusarem-se mutuamente e irem a tribunal.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De tudo resultou ser PI o último preso a ser libertado de Caxias após o 25 de Abril, já que muitos o consideravam um preso de delito comum. Resta ainda acrescentar que a LUAR ainda realizou em França e Luxemburgo assaltos à mão armada a carrinhas que carregavam as economias dos nossos emigrantes. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda hoje não há conhecimento de quais as actividades levadas a cabo contra o regime de Salazar, com o produto destes roubos… Aliás o insuspeito Jaime Serra (da ARA - Acção Revolucionária Armada), acusou a LUAR, em entrevista ao DN de 13/2/99, de “<em>ter cometido actos criminosos a coberto de motivações políticas</em>”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>PI volta a aparecer no ano seguinte em Portugal sendo o objectivo agora tomar a cidade da Covilhã com meia dúzia de novatos. A operação que ninguém sabe explicar como se fazia ou para que serviria, nem se desencadeia, sendo o grupo preso pela polícia. Nova fuga e exílio. <span style="mso-tab-count: 1;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Finalmente infiltra-se novamente no continente com o intuito de raptar figuras políticas, a fim de serem trocadas por presos políticos. De novo é preso e assim fica até ser libertado pelos revolucionários de Abril de 74.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;">De facto PI nunca conseguiu nada a não ser manchar o seu nome com o epíteto de traidor, pois realizou acções que objectivamente favoreceram os inimigos do seu país, que então desenvolvia extensas operações militares de contra guerrilha e afirmação de soberania. PI não tinha, aparentemente, ideário politico, nunca escreveu um manifesto e não se lhe conhece uma ideia. A única coisa que mostrou competência foi em fugir das prisões. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Foi este personagem que esta terceira República elegeu como herói e referência nacional, que o então PR Mário Soares, quis atribuir a Ordem da Liberdade, ao que se opuseram toda a Casa Militar e não só. Mário Soares não se atreveu a levar por diante a sua intenção<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- estranha-se pois os elogios que só agora assumiu na sua plenitude – a qual só foi concretizada pelo seu sucessor, Jorge Sampaio, no ano 2000, mas a que nem sequer se deu à decência de assumir, estando presente, deixando o encargo ao vate Alegre.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A necessidade de presentear PI com uma pensão (paga por todos nós), parece ter sido o motivo principal para lhe atribuir a comenda, já que pelos vistos o irrequieto Inácio tinha uma má relação com o dinheiro e não apreciava muito emprego das nove às cinco.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mutatis Mutandis, a maioria do povo português que nunca lhe passou pela cabeça aprovar as diatribes criminosas de semelhante abencerragem, foi condecorada com um atestado de reprovação e censura. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Partido Socialista obsequiou-o e está-lhe reverente e obrigado. Estamos elucidados. </strong></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aguardamos, pois, em jubilosa esperança, a transladação deste digno descendente de Gamas, Albuquerques e Cabrais, para o lugar que sem dúvida alguma merece, no Panteão Nacional.</span> </div><div style="mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><br clear="all" /></div><div style="mso-element: footnote-list; text-align: justify;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote; text-align: justify;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Dicionário da língua portuguesa, Livraria Figueirinhas, Porto, 3ª edição 194?.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote; text-align: justify;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Este depoimento e muitos outros documentos encontram-se no processo de Palma Inácio existente no Arquivo Histórico da Força Aérea.</span></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-5156889397654840802010-12-22T13:33:00.004+00:002010-12-22T13:49:18.141+00:00O ULTRAMAR E A GUERRA. AINDA!<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">15/12/08</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRIBHDsXj6I/AAAAAAAAAVM/vkUdbb31iSg/s1600/capa-revista-militar-193x280.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRIBHDsXj6I/AAAAAAAAAVM/vkUdbb31iSg/s1600/capa-revista-militar-193x280.jpg" /></a></div><span style="color: blue;"><strong><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda, porque as coisas estão longe de estar arrumadas e no são.</strong></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;">No dia 10 de Dezembro o órgão de expressão escrita de carácter militar, de publicação ininterrupta, mais antigo em <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">todo o mundo</b> -<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a Revista Militar - levou a efeito uma jornada de reflexão sobre as últimas campanhas africanas em que as FAs combateram. A sessão decorreu na Academia Militar - minha vetusta escola -, e destinava-se sobretudo aos cadetes e tinha como objectivo principal a recolha de ensinamentos derivados das operações então realizadas. Foi pena que a comunicação social, onde se lê, ouve e vê, tantos desacertos relativos ao tema primasse uma vez mais pela ausência</span>.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nestas coisas nunca há tempo nem oportunidade para se falar de tudo e como no período das perguntas e respostas não pode haver debate, é fatal haver assuntos que ficam mal burilados. Por isso entendi respigar alguns pontos que me parecem pertinentes realçar e complementar. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRIBQCZanVI/AAAAAAAAAVQ/zRLkLW9P_OE/s1600/Dia%252520AM-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRIBQCZanVI/AAAAAAAAAVQ/zRLkLW9P_OE/s320/Dia%252520AM-1.jpg" width="320" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sendo a Academia Militar uma Escola com maiúscula onde se formam os futuros oficiais do Exército e da GNR é mister falar verdade. Ora a verdade deve ser escorada em factos e na correcta percepção das intenções dos protagonistas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Felizmente que sobre as últimas campanhas ultramarinas já se começam a ouvir vozes equilibradas, há divergência de opiniões, são ditas coisas caladas até há pouco tempo e deixou de haver tanta preocupação com o politicamente correcto. Mas os constrangimentos psicológicos, má consciência e temores vários, são ainda enormes. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O General CEMGFA entendeu honrar a audiência com a sua presença, mas ao dirigir-se à assembleia e nomeadamente aos cadetes presentes preferiu despir-se da função e falar apenas como um soldado que é há 45 anos. A mais alta figura da hierarquia é um profissional com tarimba, hábil, com boa presença, verbo fácil e cabeça arrumada. Fez uma boa intervenção, mas no fim pareceu-me divisar uma pequena contradição, ao fazer um amplo elogio ao modo como as FAs se comportaram na guerra que sustentaram durante 13 anos afirmando que “<em>Portugal e as FAs podem orgulhar-se do que fizeram</em>”, vem logo a seguir defender que o 25 de Abril deve ser considerado como “<em>afirmação de serviço ao país</em>”, sabendo-se que o golpe de estado teve como consequência imediata o fim do “<em>orgulho</em>” citado anteriormente. Um assunto certamente a ser explicitado, caso o discurso pudesse ter sido sujeito a interacção com a audiência.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Finalizou dando uma nota de optimismo, moralizadora dos futuros oficiais presentes, afirmando que se hoje tivesse 17 anos voltaria a correr para os portões da Academia novamente. É bonito. Mas, lamentavelmente, já não é a sua geração que tem que se alistar agora, mas a actual. E esta tem da Instituição Militar, uma ideia pouco mais do que vaga. Bem andaria o Conselho de Chefes a que preside se apresentasse ao governo e a S. Exª o PR - únicas entidades que têm meios para actuar sobre o problema - as razões pelas quais as coisas se passam assim. De preferência com a veemência adequada. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já estou habituado a não ver respondidas cabalmente, ou simplesmente não ver respondido de todo, as perguntas que coloco em eventos deste género. Desta vez houve excepções. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRIB1nsHPPI/AAAAAAAAAVY/eeuo95_Atxw/s1600/ultra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="171" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TRIB1nsHPPI/AAAAAAAAAVY/eeuo95_Atxw/s400/ultra.jpg" width="400" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não estando em causa o valor, a competência e os serviços prestados às FAs e ao País por todos os ilustres oradores e membros da mesa foram feitas algumas afirmações que peço vénia para complementar ou até contestar.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Entre vários assuntos abordados levantei a magna questão da justiça da guerra, isto é, se a guerra que fizemos era justa ou não. Questão esta que, de um modo geral, toda a gente foge a tratar como o diabo da cruz e que é bom lembrar foi considerada oficialmente como “<em>injusta</em>” a luta que travámos, e assim ficou no discurso político, na grande maioria dos “<em>media</em>” e nos livros escolares, desde os idos de 1974/75.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><strong>Ora a justiça da guerra – e ninguém gosta de combater numa guerra injusta – tem a ver com o direito natural, o direito internacional, com questões éticas tais como a recta intenção e, sobretudo, com o direito à legítima defesa. Ora estamos em crer que Portugal tem neste campo uma soma indestrutível de argumentos a seu favor. E tem que se olhar para esta questão com olhos portugueses, independentemente de se dever ter consciência da “<em>justiça</em>” inimiga.</strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Depois é preciso não fazer confusões com um comboio de coisas: a justiça da guerra não tem nada a ver com a sua sustentabilidade, ou com estratégias a seguir, ou com o falso argumento de que a solução para a guerra era política e não militar. É interessante elaborar um pouco mais sobre este jargão amiúde esgrimido como uma sentença definitiva, em que ninguém até hoje, explicou concretamente o que quer dizer com isso. E a verdade simples é que todas as guerras têm uma solução política, assim como a decisão de as iniciar também é política.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">E ainda esquecendo-se que a guerra é a continuação da política por outros meios. O aparelho militiar, como o diplomático, a economia, as finanças a acção psicológica, etc., são meios usados pela estratégia para a obtenção de objectivos políticos. Cabe é ao poder político facultar os meios e as orientações para que os diferentes sectores do poder nacional desenvolvam a sua acção. Mas isso é outra história. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O conhecimento da teoria da estratégia é sem dúvida, indispensável para a boa condução da política e das operações militares. Mas a sua prática não depende só da teoria nem se faz a régua e esquadro, pois está sujeita àquilo que o Almirante Botelho de Sousa chamou de “<em>factores imponderáveis na guerra</em>”, onde inclui a Liderança, o Moral, a Fé, as virtudes militares, etc., e onde também se devem ter em conta, por exemplo, o desaparecimento físico de lideres importantes, a mudança de alianças, alterações político-militares noutros cenários, até catástrofes naturais, etc. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A guerra é sobretudo uma luta de vontades e o facto de se acreditar que ela é justa é um factor multiplicador dessa vontade, importantíssimo. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quanto à citação aduzida de que a “<em>guerra que é necessária pode-se considerar justa</em>” atribuída a Maquiavel, mas de facto da autoria do cidadão da antiga Roma, Tito Lívio, para ilustrar que a guerra quando começou em Angola (o que dizer da Índia?), era justa porque era necessária, e depois deixou de ser justa (quando e porquê?) é ela sim “<em>maquiavélica</em>”. Não parece, porém, que Maquiavel seja um bom argumento, ou um bom autor para se falar de justiça…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E assim se passou mais um dia.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-5715746385289388612010-12-19T18:28:00.003+00:002010-12-19T18:35:42.157+00:00PORTUGAL E A UNIÃO INDIANA: OS FACTOS E A VERDADE<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">5/7/09</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQ5P4djMYzI/AAAAAAAAAU0/zKOi60tcYKw/s1600/portugal-india-scott549.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQ5P4djMYzI/AAAAAAAAAU0/zKOi60tcYKw/s320/portugal-india-scott549.jpg" width="244" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><span style="color: blue;">No passado dia 30 de Junho assistimos, na Academia de Marinha, a uma interessante conferência sobre a Estratégia actual da União Indiana (U.I.) e a importância que a componente naval tem nessa estratégia. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No fim, já no período de debate, veio à colação a questão das relações entre Portugal e a UI e o que interessava fazer no futuro para manter os marcos civilizacionais que deixámos por aquelas bandas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sabe-se que 34 anos depois de restabelecidas as relações diplomáticas pouco se tem evoluído de um lado e de outro e os esparsos contactos havidos poucos resultados têm dado. Questionou-se onde residiriam os constrangimentos e os nós dos problemas. Até que, a certa altura, um ilustre académico resolveu fazer uma intervenção cuja síntese é esta: os indianos não estão interessados em comemorar a presença portuguesa (ou a chegada de Vasco da Gama), pela mesma razão de que os portugueses não comemoram a perda de Olivença.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A argumentação foi feita de boa mente, tem a sua pertinência e toda a gente na sala, creio, percebeu a ideia que a intervenção subentendia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><strong><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Porém, para um correcto entendimento, a argumentação necessita de um outro enquadramento.</strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De facto o Estado Português (e bem), nunca reconheceu a perda de Olivença em 1801, que a Espanha mantém sequestrada, desde pelo menos o Congresso de Viena, em 1815. O governo português tem, desde então, cedido perante o direito da força, mas não cedeu perante a força do Direito.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"> Por junto as autoridades portuguesas contemporâneas, não comemoram (por enquanto?!) a usurpação de Olivença e o seu termo (cerca de 700 Km2, que nos pertencem desde 1297), não a reconhecem, mas também nada fazem para resolver o diferendo (mal!).</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQ5QERr3ECI/AAAAAAAAAU4/IoBILmLjJYU/s1600/india-portuguesa1938.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQ5QERr3ECI/AAAAAAAAAU4/IoBILmLjJYU/s320/india-portuguesa1938.jpg" width="221" /></a> <span style="color: blue;"> A questão de Goa, Damão e Diu (para a UI) é diametralmente oposta. Estes territórios eram portugueses, há cerca de 450 anos, quando a UI resolveu invadi-los e tomá-los pela força bruta, em 18 de Dezembro de 1961, depois de 14 anos de diatribes, má vizinhança e ataques de toda a ordem.</span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"> Mais uma vez Portugal teve que ceder ao direito da Força, mas guardou a força do direito, nunca reconhecendo a ocupação – que, aliás, foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU – até que, em Dezembro de 1974, o então ministro dos negócios estrangeiros, Dr. Mário Soares, encontrou o seu homólogo indiano em Nova Iorque e lhe propôs – sem para o efeito estar mandatado por ninguém – o reconhecimento “de jure” por parte de Portugal da cobarde e inqualificável agressão indiana.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> <strong>Ora enquanto que em relação a Olivença o governo português tem mantido uma posição de princípio, embora tímida e às vezes cobardolas, perante a Espanha, relativamente à UI revelou uma falta de patriotismo, vergonha na cara, irresponsabilidade política e desprezo pela honra e direitos nacionais, a toda a prova. Foi Portugal no seu pior. </strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por tudo isto não se pode entender porque a UI não queira colaborar com Portugal. Quando os portugueses chegaram ao sub continente indiano (e não à India…), não existia UI, nem nenhum país que se pudesse considerar independente. Havia, sim, cerca de 300 mini estados, hindus e muçulmanos, que se guerreavam mutuamente.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> Nós fomos à Índia à procura de cristãos e pimenta e foi a oposição das forças islamizadas que se encontravam em guerra com a Cristandade, que nos obrigaram a usar a força militar para nos estabelecermos na região. Não temos desculpas a pedir a ninguém, nem eventos importantes que nos envergonhem. <strong>A chegada de Vasco da Gama a Calicut é um marco da História Universal. </strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQ5Qa4kcQRI/AAAAAAAAAU8/uOPQi0E-ZwI/s1600/india-portuguesa-scRA1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQ5Qa4kcQRI/AAAAAAAAAU8/uOPQi0E-ZwI/s320/india-portuguesa-scRA1.jpg" width="224" /></a><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não entendemos porque razão tal marco possa desagradar à actual UI, que apenas se pode legitimamente considerar herdeira do território e população que a potência colonizadora na altura da independência lhe outorgou. Nem as populações que vieram a constituir o Paquistão se lhes quiseram juntar. </div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na questão do Estado Português da Índia, a UI não tem uma molécula de razão, repito, uma molécula!<span style="mso-spacerun: yes;"> E</span> se alguém tem que estar zangado e muito dorido é o povo português que sempre quis ter com os indianos as melhores relações e foi agredido na sua soberania e integridade pelo estado independente da UI. Uma acção feita à revelia do Direito Internacional, e escabrosa em termos de relacionamento humano e entre Estados. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não queremos empolar qualquer diferendo, ou criar más relações com a UI, mas não é admissível que este país – e já agora a Espanha – nos trate com sobranceria ou arrogância, nem que a verdade dos factos seja escamoteada por interesses de conveniência ou ignorância militante.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não há nada que pague a dignidade nacional e nós, infelizmente, nem sempre fazemos por isso.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-61792162316165462562010-12-16T18:54:00.005+00:002010-12-16T19:03:50.011+00:00O “TABU” DO REFERENDO AO TRATADO DE LISBOA<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="color: black; font-size: x-small;">2007</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><br />
</span><span style="color: blue;">“Para jurarem solenemente, perante Deus, perante o mundo e perante o país, que havemos de repelir com toda a energia da nossa vontade, das nossas forças, das nossas crenças, dos nossos sentimentos, das nossas convicções e da nossa alma qualquer emboscada ou infame atentado contra a independência Nacional.”</span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pedido feito às Cortes, por um deputado anónimo, um homem do povo.</i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estendendo o braço direito os deputados Juraram.</i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lisboa, 1869</i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQphwZc1uTI/AAAAAAAAAUs/YXOTISb-l2s/s1600/tratadolisboa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQphwZc1uTI/AAAAAAAAAUs/YXOTISb-l2s/s320/tratadolisboa.jpg" width="252" /></a>Soubemos agora que não há referendo. A decisão foi maquiavelmente tomada, de jofre num dia, logo seguida do anúncio de Alcochete como futuro local do novo aeroporto. Brilhante esta jogada: com tanta substância para mastigar, tornava-se impossível a digestão e como o folhetim da Ota colhe muito mais interesse no Zé, a controvérsia sobre o referendo esfumou-se. Daqui se tira o chapéu a S. Bento. Mas não pelas melhores razões …</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nós entendemos a União Europeia (UE) como um objectivo nacional importante, mas circunstancial. Circunstancial ao tempo e ao modo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Devemos aproveitar a UE naquilo que nos interessar e devemos sair quando ela nos prejudicar, no que tivermos de essencial. Esse momento, essa “fronteira”, será traçada quando a Europa (que é uma expressão geográfica – tal como a Ibéria ! - e não deve passar disso), quiser passar para uma unidade politica. Isto é, quando a UE tentar evoluir dos Estados Nações para a Federação. Isto representaria o fim do Estado Português no quase imediato e da Nação Lusa, a prazo. </div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E é isto que o anterior Tratado Constitucional apontava às claras e que o actual Tratado de Lisboa tenta fazer às escuras. </div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por isso os portugueses não devem estar agradados por ele (Tratado) ter sido aprovado. E devíamo-lo chumbar.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Do que julgamos saber do actual estado de espírito e de conhecimento da opinião pública (pior ainda na publicada!), estamos em crer que se se fizesse um referendo sobre o Tratado – independentemente da manipulação, que se intentasse fazer sobre a(s) pergunta(s), o resultado seria favorável à sua aprovação.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Logo, para os estrategas da política nós estaremos a evidenciar um comportamento “anormal” ao defendermos a realização do referendo. Isto porque deveríamos estar satisfeitos por assim se perpetuar a falta de legitimidade dos governos portugueses, desde 1986, quanto à decisão de nos meterem na CEE, depois na CE e mais tarde na UE. Esquecem-se que esta tese é facilmente iludida com o argumento de que a adesão a esta organização transversal e internacionalista, fazia parte dos principais partidos políticos e que o Parlamento resultante de eleições, também tem legitimidade para aprovar tais passos …</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Porque o fazemos então?</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em primeiro lugar porque é necessário (cada vez mais) defenderem-se Princípios e não conveniências. Os políticos não devem andar a virar de casaca conforme lhes convenha no momento (e se os povos forem por maus caminhos têm que se aguentar …).</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em seguida por uma questão de coerência e de decência: os políticos têm que cumprir o que afirmam e têm que defender os interesses da Nação Portuguesa. É para isso que são eleitos e se lhes paga. Temos que a função de político – quem governa a cidade -, deve ser tida em alta conta. A actuação dos nossos políticos desclassifica-os. <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas, sobretudo, defendemos o Referendo por uma questão de imprescindibilidade cívica. De facto, o que está em jogo não é nenhum assunto menor, não tem a ver com comportamentos morais (ex aborto), ou com organização administrativa do território (ex regionalização). O que está em cima da mesa é um documento de legalidade internacional, com vastas implicações futuras e que mexe com a identidade e a individualidade de Portugal como Nação Independente. E o próprio governo que a jurou defender recusa-se, aparentemente, a esclarecer o que se está a passar e não quer pôr à consideração dos nacionais, o seu beneplácito. Não há memória de “despotismos esclarecidos” terem semelhante comportamento!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Prof. Salazar, cuja figura tem sido tão abominada, não era de facto um Democrata – e tem doutrina q.b. que o sustente -, mas era probo. E tinha, como o Prof. António José Saraiva escreveu <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span>, a rara virtude da recta intenção. Estes políticos de agora, não têm palavra, balançam nos interesses e não se dão ao respeito. Transformaram o Estado nos antípodas da chamada “pessoa de bem”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;"><strong>Salazar, que não era democrata, mas acreditava na força do Direito e da Razão, na magestade da Lei (e era o primeiro a cumpri-la), e não promíscuia fronteiras da Ética e da Moral, fez o primeiro referendo de que há memória em Portugal, justamente sobre a nóvel constituição de 1933. Coisa que, por ex, os republicanos nunca fizeram após o 5 de Outubro de 1910 – ou seja a República fundou-se num crime político (o assassinato do Rei D. Carlos e do herdeiro do trono), e um golpe de estado revolucionário, que a constituição de 1911 legitimou, apenas, pela força das baionetas.</strong></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por ironia do destino, acabou por ser o autocrata Salazar a ajudar a legitimar a República com o seu referendo, embora lhe mudasse completamente o figurino. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sem embargo, nunca teve a ousadia de impôr a perpetuação do regime, obrigando à exclusividade da fórmula republicana, como acontece com a actual Lei Fundamental, legitimando-se assim, à partida, qualquer acção violenta quanto ao status quo!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Argumentam gurús políticos e fazedores de opinião que o “povo” não está preparado para discutir e opinar sobre questão tão complexa. Quer dizer, o “povo” – esse burro de carga, que serve para tudo menos para decidir o seu futuro -, pode votar em questões complexas como sejam os regimes políticos; escolhas de governação, nos seus supostos representantes que mal conhecem,etc, mas não se lhes dá carta de alforria para apreciarem um conjunto de artigos que põem em causa o modo como subsistem desde 1128! Os senhores arvorados em políticos não têm vergonha de pôr assim em causa o próprio regime de que tão adeptos se dizem?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas se porventura a maioria da população não está preparada pela sua ignorância ou desinteresse – como aliás não está para tantas outras coisas!...-, para assimilar as doutas propostas, porque não se a prepara para tal? Que é feito dos milhões que se gastam no ensino? Haverá falta de televisões, rádios, jornais, revistas, Internet e outros meios de comunicação de massas?; há falta de verba para gastar em campanhas eleitorais? Ora tenham vergonha! E como podem ter o despautério de querer “impor” um desígnio que afecta milhões de pessoas em aspectos fundamentais das suas vidas, quando acham à partida que tal é incompreensível para os mesmos?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E se tal decisão – como é aventado -, tem origem sobretudo em pressões estrangeiras, mais uma vez salta à evidência, como estamos cada vez mais dependentes de alheios. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não há, aliás, almoços grátis.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Também já ouvimos alguns “inteligentes” defenderem que a pergunta não deveria ser sobre o tratado mas sim se deveríamos ou não sair da UE ! </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para esses tenho a contrapor outra pergunta e que é esta: “Entende que Portugal deve desaparecer?”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Aceitam o repto? Não vos parece, oh leitores, que há algo de errado nisto tudo?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">O que se está a passar não tem nada a ver com a Democracia e está para além dela. Tem a ver com Poder. E não é linear nem claro, quem o procura.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para nós portugueses isto tem fundamentalmente a ver com a nossa noção de Pátria.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aliás tudo isto é um absurdo. É como se nos quisessem separar da nossa mãe e achassem que era complicado perguntarem-nos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E, bem vistas as coisas, é isto exactamente o que está em causa.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por isso é que antes de deixarmos, daqui para a frente, que qualquer governo negoceie seja o que for relativamente à UE, deveremos voltar a fazer o pedido, sob a forma de exigência, daquele deputado, em 1869.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;">É urgente conhecer a resposta.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: blue;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A confiança exauriu-se.</span></div><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Acordem portugueses!</span></span> <br />
<div style="mso-element: footnote-list;"><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Lembram-se de Moniz Barreto, na sua carta ao Rei D. Carlos, sobre os males da Nação?: “… quem pode entender os políticos, quem pode fartar os banqueiros …”</span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Expresso, 22 de Abril de 1989</span></div></div></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-51820421249003092162010-12-15T01:41:00.003+00:002010-12-15T01:44:46.766+00:00PORTUGAL: UM IMENSO CASINO!<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQgdhP90nLI/AAAAAAAAAUk/IHctl8Q8ksk/s1600/lisbon-portugal.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQgdhP90nLI/AAAAAAAAAUk/IHctl8Q8ksk/s320/lisbon-portugal.jpg" width="320" /></a></div><span style="color: blue;">O Presidente da República Brasileira, proibiu a existência de jogos de azar no Brasil, no já distante ano de 1946. Isto sem embargo, até, de ter sido acabado de construir um luxuoso casino na cidade de Petrópolis. A situação mantém-se até hoje, e devia servir-nos de exemplo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Durante o Estado Novo, a regulamentação sobre casinos e jogos de azar foi muito cuidadosa e algo restritiva. Existia a lotaria nacional e mais tarde foi criado o totobola que acompanhava o desporto mais popular entre os portugueses, mas os intuitos tinham sobretudo a ver com preocupações de ordem social e de assistência, para onde deveriam ser canalizada a maioria dos lucros. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com os casinos era mais complicado, já que o jogo não era tido como uma virtude em termos de moral pública. A excepção em todo o território português foi Macau por particularidades próprias com as tradições e vizinhanças locais.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Deste modo Portugal era parco em casinos: o do Estoril, por via da concentração de personalidades e aristocracia, sobretudo a partir dos anos 30 e durante a II GM; três no Algarve,já nos anos 60, por razões relacionadas com o turismo e que tinham<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>contrapartida a norte, com os casinos da Figueira da Foz e na Póvoa de Varzim.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Havia ainda restrições: o jogo estava proibido ao funcionalismo público, a magistrados, militares e diplomatas, e havia alguma escolha na clientela. E tudo estava muito longe da massificação actual que a divulgação das “<em>slot machines</em>” e a moderna tecnologia <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>potencia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com o 25 de Abril, também a comporta que segurava “estas águas”, veio abaixo. De modo que, tem sido um “vê se te avias”...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os casinos multiplicaram-se e “democratizaram-se”; criaram-se as salas de Bingo, que logo pulularam; inventou-se o totoloto com várias variedades; apareceram as raspadinhas, os lotos e agora joga-se na Internet. Isto para não falar nos “casinos” ilegais que são de sempre, antros de vício onde chefes de família se perdem e gente acaba mal os seus dias. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com a economia a não carborar; sem se investir em mais valias que nos sustentem o futuro, antes apostando na especulação financeira e imobiliária; com a balança de pagamentos a derrapar constantemente; sem ideia séria e consequente do que queremos continuar a ser como Nação; pondo a esmagadora maioria das pessoas a viver acima das suas possibilidades com o acesso indiscriminado ao “dinheiro de plástico”; a criminosa doutrinação que sobrepõe os direitos aos deveres e a propaganda à informação séria, é natural que governantes e governados, optem por dinâmicas de “negócio” menos apropriado para sustentar,uns, os réditos públicos e os cofres partidários, a fim de se manterem no Poder; os outros para sobreviverem e manterem expectativas que lhes criaram, mas que estão longe de serem realistas ou sérias.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> <span style="color: blue;"> </span></span><strong><span style="color: blue;">E assim se resvala para a corrupção.</span></strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Perante este cenário é fácil a virtude dar lugar ao vício; o negócio a qualquer preço,preferir o trabalho sério e continuado; a Verdade o Belo, o Bem, a Fé, a Caridade, a Esperança, o Patriotismo, o Respeito, o Carácter, a Integridade, etc., que são as verdadeiras molas reais com séculos de apuro, que têm feito a Humanidade progredir, deram lugar ao relativismo moral numa inominável cedência ao voto individual e ao interesse de cada um.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E para as almas que se perdem, não se pede castigo, responsabilização ou consequências: desculpabiliza-se; exige-se mais direitos e mais oportunidades. Os que têm o azar de se manter equilibrados, pagam! </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aliàs,apreceram recentemente nos “media”uns filantropos a denunciar que já haveria cerca de 100000 jogadores patológicos(!),e deveria existir apoio estatal para os doentinhos.Ora aqui está mais um belo negócio em perspectiva...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não espanta pois que os portugueses tenham aderido em massa ao nóvel euromilhões e estejam todos à espera que lhes saia o jackpot ! Temos sido o país da Europa, aliás, onde mais se joga e onde saem mais prémios …</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O jogo a dinheiro, é perigoso porque pode criar habituação e esta leva ao vício. Tudo o que é vicioso deve ser combatido e contido. Porque é uma referência errada e negativa para a sociedade; porque cria chagas sociais e porque auto limita a liberdade. Um viciado (seja no que for), nunca pode afirmar que é um Homem livre.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aproveitando a recente notícia vinda da Rússia, em que esta vai reprimir o jogo, devíamos segui-la.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas não, o Estado, alienou a patacos a Sociedade Estoril Sol,por ex., sobre cujos contornos se fez, de repente, silêncio.E,até,já põe o dinheiro dos contribuintes a render em “Off Shores”sem dizer nada aos cidadãos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Um dia destes acaba a explorar bordeis.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-2506818284149308792010-12-14T23:06:00.006+00:002010-12-14T23:13:01.840+00:00PR, VETOS E AUTONOMIAS<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">11/01/09</span><br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQf5FvuITDI/AAAAAAAAAUg/wifRG3RW-FU/s1600/3655.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" n4="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TQf5FvuITDI/AAAAAAAAAUg/wifRG3RW-FU/s320/3655.jpg" width="210" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><a href="http://www.blogger.com/goog_651782906">Carlos César, do PS,</a></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><a href="http://edt-gra.azores.gov.pt/Portal/pt/principal/?lang=pt&area=ct">Presidente do Governo Regional dos Açores</a></span></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="color: blue;">A recente perturbação – não chegou a ser uma crise – entre o PR, Governo e Região Autónoma dos Açores, por causa do novo estatuto autonómico, só aparentemente terminou. Vai deixar marcas e depende do bom senso politico não provocar dissabores senão mesmo fortes crises, no futuro.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">A questão resume-se em poucas linhas: aproveitando-se da maioria absoluta que o PS detém na AR e da já crónica “distração” parlamentar em plena época balnear, o governo regional dos Açores apresentou um novo progecto de estatuto que mexe em assuntos constitucionais – torcendo-os – sem que, previamente, tivesse havido qualquer alteração na lei fundamental que tal permitisse. Deste modo foram atingidos alguns dos poderes do PR. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Isto configura um pequeno golpe de estado constitucional.</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Pela informação disponível parece que todos os intervenientes se portaram mal no processo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Andou mal o governo regional dos Açores, com o seu presidente à cabeça, pela iniciativa que não é necessária a nenhum titulo nem aparenta ter sido feita de boa fé; não contentes com isso, mesmo depois da lei promulgada, ainda continuam a querer alimentar a polémica.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Não andaram bem os Partidos pois não “mastigaram” convenientemente o diploma durante a fase de discussão; não andaram bem ainda, pela baixa politica evidenciada e pela baixeza e cobardia que representa a genuflexão pela tirania dos votos e da pseudo satisfação das clientelas partidárias.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Não andou bem o PR pois inexplicavelmente não enviou, em devido tempo, o documento para o Tribunal Constitucional; depois porque, após tomar atitudes públicas firmes e claras – uma raridade na classe politica – invocando Princípios, acabou por fazer uma retirada de sendeiro.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Não estiveram, finalmente, alguns comentadores e orgãos de informação, por tentarem menorizar os eventos. A questão, apesar de não ser reconhecivel facilmente pela maioria dos portugueses como importante tem, de facto, importância elevada.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">O prof. Cavaco Silva ocupando o cargo mais proeminente na magistratura da Nação e, por inerência, comandante supremo das FAs, não pode mostrar falta de coragem ou tergevisação nos procedimentos. Se o fizer a sua autoridade sairá ferida daí para a frente. Quem confiará na sua intervenção numa crise futura? Não se deve, por outro lado invocar Princípios e, na sua quebra, não retirar as consequências inerentes.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Ora o que aconteceu, não querendo o PR resignar, só poderia terminar na dissolução da AR. Dirão alguns, que tal seria causa de grande perturbação politica e social e que isso favoreceria o partido no governo que assim podia descartar-se das responsabiliades na crise económico/financeira/social – diria sobretudo moral – em que o país está mergulhado e assim capitalizar em eleições antecipadas. Esse desiderato explicaria, até, a insistência absurda do PM em não querer mudar uma vírgula ao diploma. Pode ser, mas a agitação irá bater à porta mais cedo ou mais tarde. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Aliás, o País anda em roda livre há vários anos seja qual for o governo que lá esteja a cobrar impostos.</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Não pensem que somos irresponsáveis: o que resta de Portugal tem-se aguentado porque Bruxelas tem enviado para cá somas avultadas de dinheiro e não tem havido rupturas de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">stocks</i> de alimentos e energia (que cada vez importamos mais...) não foi porque algum governo tenha conseguido por o país a funcionar e a produzir de uma forma competente e honesta – a avaliar pelos casos de corrupção e nepotismo que são públicos e notórios. Os índices económicos, financeiros e sociais não páram de deslizar para o vermelho e a maioria da população está longe de se aperceber da gravidade da situação. Tudo isto irá ter consequências politicas e não se deverá ficar por aí.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Os partidos políticos estão a ficar, também, reféns de votos regionais o que representa mais uma acha para a fogueira da ingovernabilidade. Atente-se o que se tem passado em Espanha.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Voltamos à questão do estatuto autonómico para dizer que tudo isto é um erro. Começa por ser um erro toda a parafernália de estruturas politicas que se inventou para os Arquipélagos dos Açores e Madeira pois são perfeitamente dispensáveis já que não acrescentam nada à governabilidade destes 90000km2 de terra habitada (ainda) soberanamente por uns tipos que se dizem portugueses.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Nem representam alguma mais valia em termos sociais, económicos ou qualquer outro âmbito que se queira considerar. Representa, isso sim, uma despesa descomunal, um desperdício de tempo e energias,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>um foco permanente de tensões e problemas e uma passerelle de vaidades.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Não há, em rigor, qualquer razão para “autonomias” do mesmo modo que não as há para o Minho ou para a Estremadura, pois nenhuma questão étnica, religiosa, cultural, linguística ou seja de que espécie for, justifica semelhante diferenciação</b>. O facto de serem ilhas e haver muito mar de permeio nada justifica. Também era dificil chegar a Tràs-os-Montes e o mar, no nosso caso, serviu sempre para unir e não separar. Hoje em dia com os meios de comunicação e transporte existentes as distâncias estão ao alcance de todos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Nada mais seria necessário, portanto, às portuguesíssimas ilhas atlânticas do que freguesias, câmaras e governo civil. E bom seria que os portugueses de todas as terras circulassem por todas elas!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Existe, porém, uma razão ponderosa para que se tivessem criado governo e parlamento regionais e espalhados por várias ilhas – até partidos regionais – e ministro da república: é que por alturas de 1974/75, o desatino que tomou a revolução dos cravos, que nos pôs à beira da guerra civil, com a ameaça de tomada do poder por forças marxistas, em Lisboa, provocou uma reacção violenta de rejeição nos arquipélagos. Essa reacção fez despertar aflorações separatistas e para evitar males maiores inventou-se a autonomia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Sendo as coisas o que são não será sensato pôr em causa uma realidade que já leva 35 anos. Mas será mais insensato ainda querer passar daqui. O radicalismo de algumas vozes e o à vontade irresponsável de alguns jornalistas e comentadores, que passaram a falar em “federação” e outros temas como quem combina ir beber umas imperiais e comer uns tremoços, não augura nada de bom.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Desenganem-se os optimistas, o sistema está eivado de erros e os partidos politicos simplesmente não prestam.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">As coisas não só podem piorar, como vão piorar.</b></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-9136012407591184852010-12-04T22:04:00.001+00:002010-12-04T22:11:18.044+00:00SEGURANÇA INTERNA VS DEFESA<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">28/3/2010</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: x-small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPq8dTZgcZI/AAAAAAAAAUE/bofz82JjqSY/s1600/Nova+imagem.bmp" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" ox="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPq8dTZgcZI/AAAAAAAAAUE/bofz82JjqSY/s320/Nova+imagem.bmp" width="267" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Notícias recentes dos jornais, informam-nos que o Governo vai reforçar as forças de Segurança (FS) (PSP e GNR) em 2000 efectivos, ao passo que vai cortar em 2600, os efectivos das<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>FAs, nomeadamente nos seus quadros permanentes. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora isto acontece pela enésima vez nos últimos 20 e tal anos! Aumentam-se os efectivos e restantes meios das forças de segurança e reduzem-se os das FAs e aqueles afectos à defesa nacional, no seu âmbito geral.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nós sabemos o significado disto e pela enésima vez, também, já o comentámos. Mas como por parte dos excelentíssimos comentadores, ilustríssimos jornalistas, e eméritos políticos em exercício, reputados chefes e ex-chefes militares e povo em geral, não se manifestam sequer por um pio que se oiça, sobre o que por aí vai, reservo-me o direito de cidadão teimoso, de tornar ao mesmo.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Note-se a incongruência: numa altura em que o governo pela pessoa do MAI, apresenta o relatório sobre a criminalidade do ano anterior e se congratula com as melhorias registadas, apesar de ténues (com o devido respeito não acreditamos em nada com as ilações e realçamos as omissões...), simultaneamente pretende reforçar as polícias, civis e militares; numa época em que as FAs<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>vêm as suas missões acrescidas, combatem em vários teatros de operações e há 25 anos que andam a ser causticadas com toda a sorte de constrangimentos – que nenhum outro grupo profissional ou empresa, aguentava! – eis que lhe dão mais duas machadadas: redução de efectivos e cortes na lei de programação militar, lei esta que representa a maior mentira política e hipocrisia de carácter, desde que passámos a ter governos constitucionais baseados na Lei Maior de 1976.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Uma ressalva é necessário fazer: o recrutamento de efectivos que se pretende neste momento,tem sobretudo a ver com recompletamento,de modo a compensar as passagens à reforma e outras saidas.Isto acontece porque os actos admnistrativos do MAI para as incorporações,são constantementes adiados,por razões politico/financeiras,o que causa as maiores dificuldades na continuidade dos cursos e na gestão do pessoal (já chegaram até a acabar<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>cursos antes de tempo...) . Na PSP,por ex,,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>não há cursos para “subchefes”- o equivalente a sargentos nas FAs - desde 2005!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Que comentários nos suscita toda esta problemática? Primeiro as FAs têm sido competentes no cumprimento das suas missões, com meios diminuídos. Resultado, cortes acrescidos. Segundo, as FS têm falhado na sua missão, dado que os diferentes tipos de crime e a insegurança têm aumentado (e não vale a pena os diferentes ministros se esfalfarem em dizer o contrário, pois toda a gente sente o oposto!).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Resultado, os seus meios aumentam sem parar. Há aqui a dizer também, que grande parte do insucesso das FS, as ultrapassa, tem a ver com as leis inadequadas, falta de autoridade e mau funcionamento da máquina judicial. Mas já lá iremos. Terceiro, aumentar a segurança interna e diminuir a externa, quer dizer que há perigo para o regime?; aumento incontrolável da violência social? perigo de terrorismo? Se assim é, porque não se assume e se explica? Se a ameaça externa baixou, alguém a sentiu?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Porque é que o(s) governo(s) continuam a ligar-se a toda a sorte de organizações internacionais de defesa e de iniciativas de defesa avançada da fronteira, e de missões ditas de paz e humanitárias, no minimo discutiveis, relativamente aos interesses nacionais? E nesse caso faz sentido diminuir os meios, quando se sabe há anos que está tudo preso por arames, não há reservas de coisa nenhuma e nem sequer se consegue recrutar soldados? Está montado um monumental e confrangedor, faz de conta?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">E como compreender o corte de efectivos nos sargentos e oficiais dos quadros permanentes quando se sabe que eles são polivalentes, acumulam um capital de experiência e saber que não existe em mais nenhum grupo profissional da Nação e são a única capacidade restante capaz de aumentar rapidamente o dispositivo militar em caso de necessidade? O que se anda a fazer parece ser da maior irresponsabilidade, não ser admissível, nem <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>perdoável!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: blue;">Outra reflexão: acusava-se e acusa-se, o Estado Novo de ditadura e de estado policial. Curioso.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quando existíamos do Minho a Timor, espalhados por quatro oceanos e continentes, e possuíamos cerca de 2 milhões de km2 e 22 milhões de almas, existiam cerca de 1/3 dos efectivos da PSP e GNR (esta última, só existia na Metrópole!...), e havia uma polícia de informações altamente repressiva(?!), que no máximo dos efectivos não chegava a 3000, grande parte dos quais estava empenhado directamente na contra subversão que ocorria em Angola, Moçambique e Guiné. Dava pelo nome de PIDE/DGS.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Veio uma constituição e órgãos de soberania super democráticos e o que assistimos? Pois a dita PIDE/DGS foi substituída por quatro organismos a saber: o Serviço de Informação e Segurança (SIS), o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Divisão de Informações Militares (DIMIL). Isto claro, sem contar com as unidades especiais para lidar com alta violência existentes, na GNR, PSP e PJ. Desconhecem-se os efectivos… Afinal como é que se define um estado policial?. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com isto dito é preciso acrescentar o seguinte: aumentar os efectivos das FS não resolve nenhum problema; até podiam ser 200000!, só aumenta os custos e a confusão.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">O que é necessário fazer é legislar adequadamente para portugueses (e não para outros quaisquer que uns tontos desejem que existam!); fazer cumprir a lei e não actuar para as estatísticas, esvaziar prisões ou fazer experiências sociológicas delirantes; arranjar uma organização para a jurisprudência que seja para<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>funcionar e não para arranjar equilíbrios funestos, servir doutrinas decadentes e irrealistas e conseguir porções de poder partidário; arranjar uma hierarquia pura e dura na polícia, que funcione, exerça liderança e imponha disciplina e defenda os seus homens o que permitiria, à partida, acabar com os sindicatos, que são areia na engrenagem,uma tentativa de duplicação da cadeia hierárquica e só servem para que forças políticas tenham poder efectivo que não lhes advém dos votos expressos nas urnas. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E, de resto, para que se quer aumentar os efectivos das FS, se eles não podem exercer violência sobre ninguém a não ser em caso de auto defesa e mesmo assim sabe Deus? (para quando a autorização para o uso de lagartas nas operações stop, por ex.?). Isto traz-nos a outra questão: nós não precisamos de muitos policias: precisamos de bons e com autoridade! (segundo creio a formação de guardas na PSP deve ser mais puxada e exigente de modo a evitar serem “alvos”,em vez de agentes).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tudo isto, mais meia dúzia de pequenas coisas, à revelia daquilo que os aficionados da Revolução Francesa, à mistura com a trupe saudosista do Maio de 68, em França, gosta, e resolviam-se os problemas em três tempos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Até lá a Segurança Nacional, que é uma simbiose da segurança interna e da defesa externa, consubstanciada num estado de espírito, irá estiolar e perder capacidades. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas enfim, não é em universidades “independentes”, nem nas juventudes partidárias, que se aprendem estas coisas.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-20114849794569119352010-12-04T21:47:00.004+00:002010-12-04T21:59:56.679+00:00SOBRE ECONOMIA E FINANÇAS EM PORTUGAL<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPq5yOQL9tI/AAAAAAAAAUA/YyY1TFBzBHY/s1600/financas%255B1%255D.gif" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPq5yOQL9tI/AAAAAAAAAUA/YyY1TFBzBHY/s1600/financas%255B1%255D.gif" /></a></div><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">14/2/10</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Apesar dos “<em>fait divers</em>” dos “acoplamentos homossexuais”, que não são tão “<em>divers</em>” como isso pois visam a subversão da sociedade, e das questões fundamentais de soberania a que ninguém liga, por devidamente anestesiadas, vive impante na preocupação lusa a (péssima) realidade financeira e económica portuguesa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não é dispicienda esta preocupação.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Fala-se muito na dependência da conjuntura internacional para explicar o casulo da crise omnipresente, que nos envolve e em que estamos submersos. Mas poucos tomam em devida conta, que se somos vulneráveis ao que nos vem de fora, melhor faríamos em não nos deixarmos cair em vulnerabilidades próprias e dependências alheias em que a nossa ingovernabilidade e fraco siso nos colocam e nos tornam mais susceptíveis às crises dos outros. Disso somos relapsos em reflectir, por nos cair no regaço…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De facto nós hoje somos vulneráveis a tudo e quando um especulador internacional espirra o país constipa-se.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A razão é simples: o Estado Português – e por extensão a Nação que é suposto representar – quase não tem Poder, desbarata o que existe e não sabe o que fazer com o que resta, a não ser distribuir prebendas pelos acólitos e gastar réditos e esforços no controlo dos votos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com a queda da União Soviética deixou de haver contraponto ao regime capitalista a nível mundial, sobretudo depois da China ter enveredado pelo mesmo caminho.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não estamos a dizer isto por defendermos os regimes comunistas que são utópicos e anti-naturais – e de expressão prática selvagem e inhumana – mas porque se deixou caminho livre a uma fauna que está longe de ser melhor, mas usa métodos mais sofisticados: as máfias do capitalismo selvagem.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A situação em Portugal esteve controlada durante o “Estado Novo”, melhor dizendo, pelo Prof. Salazar, que manteve os primeiros fora de portas e os segundos, em respeito. No mais, elaborou uma teia de entendimento entre empresários e operários controlando organizações de patrões e sindicatos, visando a harmonia social e não o conflito permanente. Daí promovendo o equilíbrio e a justiça social, o que só se consegue na ordem e não na desordem.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Os banqueiros não só estavam em respeito como lhe tinham respeito; a especulação (bolsa) era controlada e as multinacionais tinham que cumprir as regras decretadas. Poderia haver excepções, mas o mote era o indicado e cumpria-se. A profundidade estratégica do “todo português” permitia opções, tinha peso internacional e garantia capacidades existentes ou futuras.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Portugal tinha uma Ideia de si mesmo, uma política nacional portuguesa e estratégias para a sustentar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Havia a noção de que a Economia não era um fim em si mesma, derivava de uma política e era instrumento de uma estratégia; e que o sistema financeiro se destinava a contentar e a promover o sector económico, onde fosse mais necessário e não propriamente a engordar banqueiros e, ou, a promover “lobbies” de poder, pelo Poder. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estas falhas de entendimento, constituem os maiores pecados desta III República, ignorante da História, da Geopolítica, da Geoestratégia e inerme de portugalidade. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ou seja, tudo estava controlado e em mãos portuguesas (sérias!) e a esta situação não é certamente estranha a decisão dos poderes internacionalistas de acabarem com o Poder em Lisboa, em 1974, aproveitando a ignorância e a ingenuidade da maioria dos meus camaradas, capitães na altura. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Passados 36 anos daquela esquina da História, estamos hoje confrontados com uma crise política gravíssima que já tem laivos de crise de regime – ela própria causa e não consequência, da crise económica e financeira (e sobretudo moral) em que nos encontramos, e que não poderemos resolver enquanto aquela se mantiver.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E que, para bem ou mal dos nossos pecados, - lamento afirmar - se irá agravar.</span></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-21752044335686879312010-12-02T18:30:00.007+00:002010-12-02T18:36:11.950+00:00TELEFÓNICA E MUNDIAL: ESPANHA 2 - PORTUGAL 0<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">05/07/2010</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="color: blue;">“<span style="font-family: inherit;">Não há cidade cercada que resista a um burro carregado de ouro”</span></span></div><div align="right" class="separator" style="clear: both; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: inherit;">Provérbio romano</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPfmXLwk9NI/AAAAAAAAAT8/FFluRObQrXI/s1600/mundial-2018.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" ox="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPfmXLwk9NI/AAAAAAAAAT8/FFluRObQrXI/s200/mundial-2018.jpg" width="200" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Que Portugal tenha perdido com a Espanha, em futebol, durante o campeonato do mundo, não deslustra. Estamos no campo desportivo, a equipa espanhola era superior a vários títulos, jogou com cabeça, cometeu poucos erros, atacou e ganhou.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"> O que deslustra na equipa lusa é a pouca disciplina e coesão entre jogadores</span> e equipa técnica, a falta de ambição em jogar ao ataque (só a ofensiva conduz à vitória – é um princípio da guerra...) e a falta de discernimento em reagir. “<em>Comer a relva</em>” é, por vezes, necessário e esta equipa mostrou não ter moral para o fazer.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A goleada aos coitados da Coreia do Norte foi uma ilusão. De facto não custa jogar bem e meter golos a uma equipa fraca e que se desmoronou. As equipas mostram a sua fibra (como os Exércitos), quando estão a perder e sabem perder, ou dar a volta ao resultado. Pensar o contrário é um erro. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que deslustra na Federação é não saber tirar ilações correctas, fugir para a frente, não fazer trabalho continuado, ceder a protagonismos e não impor regras e austeridade. O que deslustra é apostar em jogadores naturalizados ou técnicos estrangeiros. Se a selecção é nacional, toda a equipa, desde o presidente da Federação ao apanha bolas deve ser português. Se os outros não pensam assim, paciência, cabe-nos dar o exemplo. O que deslustra é viver acima das nossas possibilidades e ainda querer organizar torneios internacionais em conjunto com a vizinha Espanha. A ignorância histórica e geopolítica, mata.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O caso PT/Telefónica é fruto deste último âmbito e é muito mais grave do que o resultado futebolístico. Já não estamos no campo do desporto, mexe com coisas sérias. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao contrário do que é costume – e por uma vez – o governo agiu bem, embora não se saiba exactamente as razões porque resolveu vetar a compra da “Vivo” pela Telefónica, fazendo valer o trunfo da “golden share”. E também julgamos que esta posição não vai vingar, pois os políticos que temos, de um modo geral, não têm nervo, não dispõem de autoridade, desbarataram o Poder que havia e deixaram há muito de se portar como portugueses.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aliás este último ponto é crucial: como nos enfiámos de cabeça na UE e deixámos de ter interesses nacionais, aquela posição é insustentável, pois na UE segue-se a regra do liberalismo económico temperado, até agora, com o chamado “estado social”. Como falta dinheiro (aliás pelo menos metade do dinheiro utilizado em transacções é pura e simplesmente virtual), o estado social vai enfraquecer e o liberalismo transformar-se-á em capitalismo selvagem até se dar uma convulsão monumental. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Seria sensato preparar, quanto antes, a saída da UE…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esta falta de pensar português, está aliás na origem das facilidades concedidas à Telefónica para entrar na PT e no baixar de guardas que caracteriza a política de segurança, económica, financeira, etc., do espectro partidário/governativo indígena. E quando se esperava que a maior ameaça viesse dos accionistas estrangeiros, eis que são os filhos d’algo lusos que roem a corda e dizem: venda-se!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É a esperteza dos xicos espertos que hipotecam o futuro ao el-dourado frustre das mais valias fáceis, mas efémeras. Não resistiram ao ouro do burro…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não nos devemos admirar com isto. Não é de agora que as pseudo elites portuguesas, neste caso económico/financeiras, traem o seu país e o seu povo. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Lembram-se da maoria da nobreza portuguesa que na crise de 1383-85 se bandeou para os lados de D. João de Castela, em vez de apoiarem um rei português?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E que dizer de nobres e prelados, comprados com o ouro e os títulos oferecidos por Filipe I? E porque não se disse aos 15 mil que fugiram para o Brasil aquando da retirada estratégica da família real (essa sim bem engendrada), a fim de não ser capturada por Napoleão,que não deveriam embarcar? Porque não ficaram e lutaram com o resto da população?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como compreender que quase ninguém da élite monárquica, tenha terçado armas pela monarquia, em 1910 e a 6 de Outubro se tivessem adesivado, em massa, ao novo regime, que se fundou num crime, quase destruiu o país e até hoje nunca se tenha legitimado, a não ser pela ponta das baionetas (<em>excepção para o plebiscito efectuado relativamente à Constituição de 1933, pelo Prof. Salazar</em>…)</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não é pois de estranhar a atitude dos accionistas portugueses da PT.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nós temos que instituir um sistema político em que a economia não seja um fim em si mesma, deve derivar de uma política e ser instrumento de uma estratégia; o capital sirva para financiar a economia e tenha preocupações sociais, na justa medida das possibilidades e não tenha a prioridade de engordar banqueiros e satisfazer especuladores; a moeda valha o seu valor facial e represente, de facto, a riqueza nacional, e muitas outras coisas que servissem de base a um governo competente, sério e patriota. Infelizmente incompatível, até prova em contrário, com o jogo dos actuais partidos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Estado não tem que se meter na vida das pessoas mas deve estabelecer regras que morigerem os costumes e harmonizem as relações entre o capital e o trabalho. O objectivo último deve ser sempre, porém, a salvaguarda da Nação no seu todo, e isso não é compatível com serem correias de transmissão de poderes e agentes internacionalistas que ninguém votou e objectivamente conhece. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A alternativa não é sermos dependentes e ricos ou independentes e pobres. A alternativa é entre, sermos livres com aquilo que soubermos produzir e distribuir ou escravos, a prazo, com tudo o que tal acarreta. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pensem nisto.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Até lá os Cristovam de Moura e os Miguéis de Vasconcelos andam à solta. Por aí.</div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-67399956423912220262010-12-02T18:21:00.002+00:002010-12-02T18:27:46.203+00:00UM MERGULHO NA LÍBIA DE KADHAFI<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPfko8Wi1RI/AAAAAAAAAT4/F2akYHsSfzU/s1600/Kadafi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" ox="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPfko8Wi1RI/AAAAAAAAAT4/F2akYHsSfzU/s1600/Kadafi.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Muammar Kadafi, detem o poder na Líbia</span></td></tr>
</tbody></table>Posta em quarentena após ter sido bombardeada do ar por americanos com apoio inglês, em Abril de 1986 <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span>, na sequência de alegado apoio activo a actividades terroristas no mundo, a Líbia, parece ter parado no tempo. Aparentemente em represália deste ataque as autoridades líbias, certamente com várias conexões internacionais, prepararam e levaram a cabo uma sabotagem num avião americano que se despenhou em Lockerbie <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span>, na Escócia, morrendo todos os ocupantes. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na sequência foram instauradas sanções económicas e políticas. A Líbia virou para grande parte do mundo, um estado pária. O processo de julgamento internacional demorou mais de 10 anos e confirmou as ligações líbias. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O tempo passou, os dirigentes líbios assumiram as responsabilidades no atentado (embora não o arrependimento) e a necessidade de petróleo e mercados, fez o resto: a Líbia passou pouco a pouco a sair do limbo e o seu líder Kadhafi – que está a comemorar o 38º ano no poder -, passou a ser novamente um chefe de estado a quem se podia convidar para jantar. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A história do país conta-se em três penadas:</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vestígios arqueológicos revelam ocupação pré-histórica; os fenícios chegaram e estabeleceram cidades em 7 AC. Seguiram-se gregos até que os romanos a incorporaram no seu império. O cristianismo ainda chegou no seu tempo, seguiram-se os vândalos e até Bizâncio ocupou parte do território.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No século VII os árabes ocuparam e islamizaram todo o norte de África e por aí ficaram até hoje. Nada de significativo se passou entretanto. Até que em 1911 os italianos lançaram as suas garras expansionistas e transformaram-na na colónia da Tripolitania. Efémera presença que quase não deixou traço e se esfumou por 1943. Ingleses e franceses lançaram então administração tipo protectorado sobre partes dos despojos italianos, até que através da Resolução da ONU de 24/12/1951, foi outorgada a independência e a Líbia tornou-se um reino. De pouca dura também: em 1/9/1969 um jovem militar de 25 anos, assumiu o poder e republicanizou o país, que viria a ser transformado no “The Socialist People’s Libyan Arab, Jamahiriya” (seja lá o que isso for!), em 2/3/1977. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É o terceiro maior país de África com 1.759.540 Km2, apesar de quase tudo ser areia e pedra; a densidade populacional é de 3,2 h/Km2 e a maioria está concentrada na orla costeira. Faz fronteira a este, com o Egipto; a sul, com o Sudão, Chade e Níger e a oeste com a Argélia e Tunísia. Chove pouco e o Inverno tem temperaturas moderadas sendo o restante ano <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>muito quente. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O aspecto actual do país não é nada famoso. Além do ar pouco respirável devido ao calor, poeirada e poluição (falamos de Tripoli) o que vemos é desolador.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A cidade está degradadíssima, as pessoas têm mau aspecto da cabeça aos pés e são pouco sociáveis e, muitos, arrogantes e agressivas. A pobreza impera embora se veja <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pouca gente a esmolar e o que mais se vê são cidadãos (?!) sentados com ar absorto ou a deambular sem destino certo. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A burocracia e o desleixo convivem alegremente. Todos os “chefes” e são muitos, são assaz ciosos da sua “autoridade”… o sistema emperra.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No aeroporto por exemplo, os passageiros têm que passar até chegar ao avião, aí por uns seis controlos de papelada. Mas para o RX olha-se displicentemente, quando se olha…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A corrupção está por todo o lado. Vem dos confins dos tempos. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O país não parece ser muito policiado, apenas se vê polícias com metralhadoras na guarda de edifícios públicos. Os militares estão metidos nos quartéis, e dos que vislumbrámos têm todos aspecto pouco cuidado. Anda-se em segurança nas ruas, que por seu lado estão pejadas de fardas brancas – os polícias de trânsito. Aparentemente servem apenas como elemento decorativo e para baixar o índice de desemprego já que o tráfego é caótico e perfeitamente indisciplinado. E quando se tira a carta – partindo do princípio que há alguma escola – devem-lhes ensinar que as linhas que dividem as avenidas, não se destinam a que os carros se conduzam entre elas, mas que o eixo longitudinal do veículo lhes siga paralelo …</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A actividade económica parece reduzir-se ao pequeno comércio de lojas e de rua e de fraca qualidade; turismo nem sabem o que seja; serviços, nem o do lixo (já lá iremos) tudo se aparenta resumir à exploração de petróleo, algumas pedreiras e agora o gás. A propósito, segundo informações colhidas num profissional do ramo, numa praia privada -<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>as únicas frequentáveis -, o barril do petróleo custa 2 dólares a extrair !...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que resta da actividade económica, já que indústria não há e a agricultura é medieva, nota-se em algum movimento portuário (tem que se importar bens …) e sobretudo na construção civil, onde se nota um surto embora muito desordenado e alguma recuperação de edifícios, sobretudo do passado colonial. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A Líbia tem pouca população (cerca de 6 milhões de habitantes) e para além de pouca não é qualificada. De modo que o país tem importado emigrantes sobretudo de outros países árabes, para trabalhos indiferenciados e gente qualificada da Europa Ocidental e de Leste. E também chineses. Não há números certos, mas serão no mínimo três milhões, Já se notam tensões sociais por causa disto. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A única coisa que não falta no país, são mesquitas. Estão por todo o lado. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Existe um museu minimamente organizado que junta um pouco de tudo: desde peças arqueológicas a animais embalsamados, passando pelo artesanato e até um VW que em tempos pertenceu ao actual detentor do poder e adepto fervoroso do campismo touareg. A actividade cultural aparenta ser inexistente. Poucos quiosques vendem meia<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>dúzia de jornais e revistas. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A única coisa que faz lembrar alguma socialização são os cafés onde se fuma a típica “chicha” e uns jardins onde uns magotes de pessoas se tentar aliviar do calor. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Curiosamente nalguns destes jardins e a horas mortas (de manhã) vislumbram-se casais isolados que entabulam namoros primitivos. É um avanço !</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A curta ocupação colonial italiana não deixou marcas a não ser a actual e imponente embaixada e a unica coisa que há merecedora de visita, 200 km em redor, são as ruínas de duas antigas cidades romanas: Sabrata e Leptis magna. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Este é um curto resumo do país de Kadhafi – aparentemente tudo se conflui nele e na sua família – que após 38 anos no poder e uma riqueza enorme no subsolo não dá ao visitante outro retrato que não este. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O regime que ninguém sabe identificar claramente e que resulta de uma mescla de autoritarismo típico árabe com noções de marxismo mal mastigado e umas ideias peregrinas (verdes), para condimentar, a única medida palpável com que se topa é a distribuição gratuita de pão a quem o não pode pagar – embora ninguém conseguisse explicar como isso se processa. Enquanto isso, só a alcatifa que forra o avião particular do grande líder custou 15 milhões de dólares, mas dificilmente se consegue encontrar manteiga à venda... </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O senhor, dizem, não dorme muitas vezes no mesmo sítio e não se sabe onde e possui um “bunker” perto do centro da cidade guardado a sete chaves. E quando alguém o aborrece ou a algum dos seus, como aconteceu há pouco tempo com um dos filhos que a polícia suíça teve o atrevimento de questionar, por alegada agressão a pessoal do hotel onde se aboletava, não há problemas: suspende-se de imediato os voos para Genéve !</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Resta saber a gravidade do contrabando nuclear detectado na Suíça, em Junho passado, com destino à Líbia e que envolvia um conhecido cientista nuclear paquistanês. Há gente que não tem emenda, e outros que não aprendem…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas a imagem de marca da Líbia que choca qualquer ser civilizado é o lixo. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O país assemalha-se a um monturo gigantesco. Tal situação é incompreensível. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em primeiro lugar por não ser possível não haver dinheiro nem vontade (ainda por cima há paletes de gente sem fazer nada…) para montar um serviço de limpeza que funcione (para já não falar em educar as pessoas para a higiene); por outro, como é imaginável ao comum dos habitantes aceitarem viver no meio de tanta javardice!</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na Guiné, onde também já estive, ainda passava um carro do lixo de vez em quando. Mas a natureza era pródiga: havia jagudis (abutres). Ora os jagudis eram melhores que um batalhão de “almeidas”, pois até comiam o lixo. Acontece, porém, que nem os jagudis querem viver na Líbia. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;">Só resta uma solução.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Agora que os negócios de Portugal se estão a encaminhar para este simulacro de país, e que o nosso ministro, entre todos o Primeiro, está prestes a fazer do mentor da Jamahiriya, o seu terceiro grande amigo (a seguir a Zapatero e Chávez), o governo português devia oferecer à Líbia os serviços da ASAE (recomenda-se visita ao mercado). Por duas razões: Prestávamos (apesar de tudo) um bom serviço ao planeta e,<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>livrávamo-nos deles.</span> </div><div style="mso-element: footnote-list;"><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Foram bombardeadas as duas principais cidades do país: Tripoli e Bengazi, tendo morrido cerca de 100 pessoas incluindo uma filha adoptiva de Kadhafi, de dois anos. O bombardeamento foi um acto de força unilateral não apoiada nas fórmulas de Direito Internacional vigentes. </span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Voo 103 da Panam, em 2 de Dezembro de 1988, um B747, 270 mortos.</span></div></div></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-21382616624877999082010-11-28T22:19:00.007+00:002010-11-28T22:25:53.940+00:00PORTUGAL: UM PAÍS QUE NÃO SE LEVA A SÉRIO!<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">27/7/10</span></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">e Publicado no Jornal “O Diabo” de 23/11/2010</span></i></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPLW5X5VvTI/AAAAAAAAATo/QLfFozEpiCo/s1600/2010_08_02_Tridente_059.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" ox="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPLW5X5VvTI/AAAAAAAAATo/QLfFozEpiCo/s320/2010_08_02_Tridente_059.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É do senso comum e da sabedoria popular que um qualquer indivíduo não se deve levar demasiado a sério e conseguir, até, rir-se de si próprio. Isto pretende significar que ninguém se deve julgar acima do que é, ou aquilo que não é, não se tornar obcecado por qualquer ideia ou pretensão e ser suficientemente saudável para, descontraidamente, se amenizar com eventuais disparates que pensou ou realizou.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Isto não quer dizer que não leve nada a sério, que abdique nos princípios ou se curve a indignidades. O mesmo se pode aplicar aos países com a diferença, significativa, de que aos órgãos do Estado, não se puderem admitir, institucionalmente, algumas atitudes desculpáveis em indivíduos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Parece que o estado Português tem estes conceitos algo baralhados o que induz, parte da sociedade, a acompanhá-los nos erros e nas atitudes. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Alguns exemplos ilustram o ponto. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não sei que país haverá no mundo, em que responsáveis do Estado, vêm publicamente afirmar que as forças Armadas vão enviar “espiões”para um determinado teatro de operações. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Se há, não é exemplo a seguir; pois nós fizemo-lo há escassos dias e veio escarrapachado nos jornais. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Após larga controvérsia, que durou anos, o primeiro de dois novos submarinos, que se vão tornar “NRP’s”, isto é Navios da República Portuguesa, aumentados ao serviço da Armada, foi lançado à água na Alemanha. Nenhum membro do governo esteve presente e o evento passou despercebido na comunicação social.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"> <strong>Aquilo que devia constituir uma festa e ser orgulho nacional, quase parece vergonha por um parente indesejado. Só a Marinha se porta à altura, não podendo fazer mais. Qualquer troca de seringas entre presos drogados ganha mais relevância social do que este notável aumento da capacidade militar de nação.</strong> Ou nos enganamos muito, ou a recepção dentro de poucas semanas do “Tridente” em Lisboa, vai continuar nesta maré…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outro dia passeámos na rua principal de Beja. Esta rua, com algum favor, estende-se por uns 500 metros. No percurso contámos cerca de uma dezena de lojas chinesas. É assim no país inteiro, mas no interior nota-se mais. Nada nos move contra a comunidade chinesa mas sabe-se dos problemas económicos e financeiros por que todos passamos. Deste modo torna-se incompreensível que o Estado Português dê incentivos de vária índole para o licenciamento destes negócios. Tanto mais que os chineses integram-se pouco na sociedade portuguesa (é célebre o comentário que corre, de que nunca ninguém assistiu a um funeral de um dito cujo …); o “negócio” é apoiado pelo estado chinês e obedece a uma estratégia – extensos armazéns de produtos chineses encontram-se sediados em Badajoz, por ex., e não consta que nos concedam quaisquer reciprocidade. A extensão da “malha” é de tal forma tentacular que, entre outras coisas, pode facilmente disfarçar o maior sistema de informações que alguma vez se montou. Enfim, divagações de um tolo…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Angola. Depois de, filantropicamente, termos perdoado a dívida de todos os territórios a que levianamente concedemos a independência misturados com sentimentos de culpa “colonialistas”, sem qualquer razão de ser, e de, inclusivé, termos alienado, estupidamente, todos os nossos interesses em Cabora Bassa; insistirmos numa cooperação militar e civil que se resume em nós darmos e eles receberem (e nunca agradecem) e mais umas quantas pérolas que o fim do “ex-império” teceu, e eis que nos lançamos no mercado angolano.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mergulhámos bem, pois é do interesse das partes, melhor dizendo, dos povos. E lá fomos de boa vontade, sempre com a amizade lusa a modelar a coisa. Esquecemo-nos, contudo, que negócios em Angola passam todos, ou quase todos, pelos eleitos do partido no Poder, com os constrangimentos que tal, por si só, acarretam - ao contrário do que se passa com o investimento angolano em Portugal.... E quando, justamente, as empresas portuguesas querem ver-se ressarcidas do investimento ou do negócio efectuado vêem as suas expectativas frustradas pois, a parte angolana … não paga!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao fim de uns anos arranjou-se um expediente para resolver os calotes: bancos portugueses emprestam dinheiro para as autoridades/empresas angolanas, nos pagarem o que devem…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E nós em vez de lhes acenarmos com uns mísseis (ainda chegamos para isso!), enviamos-lhes o PR, que entre sorrisos e abraços confirmou que Deus estava com os anjos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A maior navegação de todos os tempos, assim tida a nível mundial, foi feita por um português. Estamos a falar da primeira viagem de circum-navegação do globo e de Fernão de Magalhães. Não só ele, como os 22 portugueses que o acompanharam eram dos que mais conhecimentos possuíam, a bordo. Pois para além deste notável navegador ser quase olimpicamente ignorado pela historiografia nacional, a única estátua dele existente na terra que lhe deu o berço, foi oferecida pela República do Chile…</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pior sorte tem Vasco da Gama, executor do feito, tido como maior, da História Pátria: ao que sabemos está reduzido a um busto em Sines, depois de uma tentativa frustrada de lhe erigir qualquer coisa na Vidigueira. No local aparentemente eleito para o efeito, acabou por ficar uma garrafa de vinho, sinal irrefutável de que andamos… etilizados.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E como a actual União Indiana nem pode ouvir falar em tal Gama, lá se vai a esperança que um governo da estranja tome sobre si o que há muito nos cabia a nós fazer.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Seria, esta, talvez, uma iniciativa cívica e patriótica, que colhia bem em qualquer português digno desse nome. Mas parece que não estamos para aí virados como prova a ideia posta em marcha por um grupo de quatro oficiais do quadro permanente com a idade provecta que os habilita à promoção a “avô”, e que pretendem entregar no Parlamento uma petição a fim de se reabilitar o nome de João A. Ferreira de Almeida, soldado do Corpo Expedicionário Português.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quem era então este aparente injustiçado?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nada mais nada menos do que o único militar condenado em tribunal militar,e fuzilado, por crime de traição à Pátria, em 1917, na Flandres, durante a I Grande Guerra!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Qual a justificação para tal excelsa ideia, que já colocou em choro compulsivo algumas pedras da calçada? – e estamos a citar o Correio da Manhã de 21/7/10, que deu a notícia – pois a “<em>comemorarmos o centenário da República e perante os valores de hoje, faz todo o sentido que lhe seja concedido o perdão</em>”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não deixa de ser irónico: o militar morre às mãos da tal República que se quer incensar, regime que tem as mãos manchadas de sangue e que se fundou num crime de regicídio e na acção de verdadeiros terroristas políticos. E que não tem à luz da História e dos homens, uma única justificação que a desculpe. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De facto – et voilá – nós, como país, não nos podemos levar a sério e afinal a razão é simples: deixámos de ser sérios. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E isso não dá vontade nenhuma de nos rirmos.</span></span></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-28174731299675847902010-11-28T22:10:00.001+00:002010-11-28T22:13:26.563+00:00PORTUGAL, O PCP , IGNORÂNCIA, DISTRACÇÕES E MEMÓRIA CURTA<div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">20/11/08</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: blue;">“Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos, e às vezes esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><em>Autor desconhecido</em></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPLT8VPG1TI/AAAAAAAAATk/j-FoK9UsfuQ/s1600/500x500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" ox="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPLT8VPG1TI/AAAAAAAAATk/j-FoK9UsfuQ/s320/500x500.jpg" width="227" /></a></div><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Alguém se lembra, hoje em dia, do verdadeiro PCP? Ou seja aquele que foi aparentemente derrotado em 25 de Novembro de 1975?</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Certamente que muito poucos cidadãos se lembram. Alguns destes, mais conscientes e conhecedores da vida e dos homens, têm-se interrogado sobre como é ainda possível, que no século XXI, depois da derrocada da URSS e da falência do modelo comunista em todo o lugar em que foi implantado, o PC tenha uma expressão eleitoral tão elevada num país como Portugal – a que, ainda por cima, se tem que juntar a chamada extrema esquerda. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Creio bem que só por distracção haverá lugar a qualquer tipo de admiração neste âmbito. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora atentemos.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PCP não saiu derrotado no 25 de Novembro. Essa assumção resulta de um erro profundo de análise. O que o PC fez foi uma retirada estratégica brilhante, diga-se de passagem, disimulando-se na vida nacional e conseguindo reter respeitabilidade democrática.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Partido conseguiu atingir o objectivo principal que tinha – melhor dizendo, de que teria sido incumbido – e que foi a entrega do Poder, aliás num espaço de tempo muito curto, de todos os territórios ultramarinos portugueses, com excepção de Macau, nas mãos de partidos marxistas e apenas nesses, e sem qualquer referendo às populações, que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sabiam <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>não poder ganhar. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A URSS averbou, assim, a sua última grande vitória na chamada “Guerra Fria”.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No território europeu de Portugal com excepção dos arquipélagos, por via da religiosidade católica da maioria da população e por serem ilhas, o PC conseguiu subverter todo o edifício do Estado e virar do avesso a sociedade portuguesa, pondo-a à beira da guerra civil . Estamos em crer que a nível da cúpula partidária ainda se alimentou a esperança da tomada pura e dura do Poder, em Lisboa, mas a realidade geopolítica desaconselhava vivamente tal aventura e Moscovo percebeu isso rapidamente. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E aqui temos a primeira grande razão para que o PC mantenha a sua votação: a “decalage” no tempo, isto é, enquanto os partidos comunistas por essa Europa fora foram sofrendo a erosão do tempo, o PCP apenas surgiu em força por alturas de 1974/5, já que a repressão que o anterior regime lhe moveu praticamente o impediu de actuar. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Acresce o facto de, na sequência do 25/11/75, altura em que se poderia ter desmontado toda a previsível estrutura clandestina, os poderes emergentes vieram afirmar que o PC fazia falta à democracia portuguesa. O país está a pagar tal insensatez muito caro. Esta ideia é incompreensível, já que não há exemplo<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>no mundo, de um partido comunista que tenha sido governo<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ter tido,alguma vez, um comportamento democrático.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PCP não é um partido como os outros. É um misto de estrutura militar e de seita religiosa , já que a sua doutrina funciona muito mais como uma espécie de religião.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tem hierarquia, disciplina, organização. Definem objectivos e estratégias; têm<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>princípios <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e um conjunto de funcionários profissionalizados e coesos (um estado maior…).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os restantes partidos ao pé deles são uns aprendizes de feiticeiro, ainda por cima cheios de trapaceiros, palermas e oportunistas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PC não ganha, porque a grande maioria do povo português é visceralmente contra o que defendem; porque o comunismo é avesso à natureza humana e é incompetente em termos económicos e sociais. E o comunismo revelou-se sanguinário na sua acção.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Além disso não se pode esquecer que o PCP, durante toda a sua existência, teve um papel anti-patriótico defendendo objectivamente os interesses de uma potência estrangeira que se revelou ser inimiga de Portugal: a URSS.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo assim ainda conseguiu juntar no funeral desse herói do Kremlin, chamado Álvaro Cunhal, uma multidão de cerca de 100.000 pessoas. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não se deve menosprezar o PCP e nunca se sabe o dia de amanhã. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PC é um multiplicador de sinergias. Em 1974, por exemplo, antes e após o golpe de estado de Abril, constituindo um grupo absolutamente minoritário no País e no seio das FAs, infiltraram-se de tal maneira no MFA <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span> que conseguiram passar a dominar os acontecimentos a seu belo prazer, até 25 de Novembro de 1975. Um facto que irá ficar, certamente, nos anais das revoluções e que convém não ser esquecido.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PCP não é apenas um partido, é um pequeno estado dentro do estado. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PC não manda no sentido em que não ocupa nominalmente as cadeiras do Poder. Mas manda no sentido em que condiciona tudo o que se passa. Começa na constituição de 1976, elaborada maioritariamente sob a sua influência ideológica e cuja matriz central ainda se mantém até aos dias de hoje, mesmo depois das revisões a que já foi sujeita. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PC fomenta constantemente o descontentamento (qualquer que seja o governo) e depois cavalga a insatisfação. Cria estruturas paralelas de Poder; inventa partidos satélites, disfarça-se em associações, possui gráficas,redes de destribuição,condiciona a historiografia e domina os principais sindicatos. Dispõe, constantemente, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>militantes seus em lugares chave, desde o topo da hierarquia do Estado até às mais pequenas juntas de freguesia. Estamos convictos de que o PC possui o melhor serviço de informações que existe em Portugal, muito superior ao SIS, SIED e SIM <span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[2]</strong></span></span></span></span></span> juntos e estão preparados para passar à clandestinidade no prazo de 24H.<strong><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;">[3]</span></span></span></span></span></strong></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PCP não é um partido é “o” Partido e merece a designação.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A nível dos órgãos do Estado, dos Serviços de Informação, das Forças de Segurança, das FAs, etc., e até da Igreja, ninguém parece estar preocupado com a sua acção. Vivem na doce ilusão de que é tudo “democrático”ninguém sabendo ao certo o que entender por semelhante expressão.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O PCP só se vence com doutrinação, combate ideológico, humor, leis adequadas, determinação e, claro, forças de contenção para qualquer tentativa espúria de passagem do Rubicão. Porque passar o Rubicão está-lhes na massa do sangue.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E nem sequer é difícil, porque o modo de actuação e doutrina estão escritos são postos em prática da mesma maneira, em qualquer parte do mundo e carecem de flexibilidade de actuação. Por isso é que a tentativa de “renovar” (lembram-se dos renovadores?) o partido está votada ao insucesso. Qualquer reforma no PCP destrui-lo-ia e teria que se passar a chamar outra coisa qualquer. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora tudo isto faz com que o PC tenha um Poder real desmesurado relativamente à sua expressão eleitoral. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A última razão porque se têm aguentado tão bem reside no sofisma que têm conseguido manter, de terem sido os campeões da luta anti fascista (olha se têm ganho?!). </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As “vítimas” mortais de tal acção – onde confundiram constantemente, ou não distinguiam , a luta política contra o regime do Estado Novo, com os interesses da Nação Portuguesa, não ultrapassam as três dezenas, a maioria das quais tinha praticado acções violentas. Isto para um periodo de cerca de 50 anos. Certamente que tais vitimas (e é sempre lamentável haver vitimas) não representam mais do que uns segundos de assinaturas de condenação à morte do Kamarada José (Estaline), num dos seus dias melhores...</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A lavagem ao cérebro, as mentiras matraqueadas “ad nauseum” e as actuações desvairadas de tantos, nos anos de 1974/75 – e que continuam em versão soft -, condicionaram psicologicamente a grande maioria da população que esta continua vergada intelectualmente<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pelo medo e pela ignorancia.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E a única coisa que aparece clara e como expoente da actividade do PCP é a festa do Àvante. Tudo o resto é nevoeiro …</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sendo a luta política, à superfície, travada no seio dos partidos políticos, aquela que, aparentemente, é mais importante, ocorre atrás das “cortinas”, fundamentalmente entre o PCP, a Opus Dei, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>as diversas maçonarias clássicas e as mais finas e mais modernas, “organizações de Poder”, financeiro (e não só) internacionalista.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Perante tudo isto o povo português, privado de uma liderança patriota, faz décadas, vive aparvalhado, privado de educação e informação e confundido pelo dilúvio e propagana mediática.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tem havido até agora algum pão e muito circo. A questão é o que irá acontecer quando só houver circo.</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /></div><div style="mso-element: footnote-list;"><hr align="left" size="1" width="33%" /></div><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[1]</strong></span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Movimento das Forças Armadas.</span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[2]</strong></span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Serviço de Informações de Segurança; Serviço de Informações e Estratégia de Defesa e Serviço de Informações Militares.</span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="color: blue;"><strong>[3]</strong></span></span></span></span></span><span style="font-size: x-small;"> Queremos afirmar que não lemos ainda o livro da Zita Seabra.</span></div></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1486351836037286859.post-22529772507944330062010-11-26T22:46:00.004+00:002010-11-26T22:54:00.934+00:00PORTUGAL: A UNIDADE QUEBRADA<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-size: x-small;">5/6/2010</span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPA6YYIx-bI/AAAAAAAAATY/qM0e7XL17D0/s1600/imperioportugal.jpg" imageanchor="1" style="cssfloat: left; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" ox="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_2OSBbYL_os0/TPA6YYIx-bI/AAAAAAAAATY/qM0e7XL17D0/s400/imperioportugal.jpg" width="400" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="color: blue;">Não deixa de ser engraçado assistir ao que se passa.</span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: blue;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Instalada a “Democracia” por alturas de 1976 – ou o que quisermos convir por tal – logo surgiram partidos políticos como cogumelos. Passados uns tempos a maioria desapareceu, restando cinco com assento parlamentar e uns apêndices que normalmente afloram aquando de eleições. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No entretanto, ocorreram várias tentativas para a formação de outros partidos, que tiveram vida efémera. É que para se montar uma organização destas é preciso muito dinheiro e quem se mete nesta aventura acaba, por norma, incompatibilizado com o mundo e… cheio de dívidas.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Daqui se infere que a “democracia” escorrega facilmente para a plutocracia, ou seja o regime dos ricos. E a partidocracia existente vai, a pouco e pouco, blindando o sistema.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>À volta dos cinco partidos -<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a sociedade está longe de estar representada! – tem, girando a vida política nacional, relegando-se todas as restantes instituições para quinto plano. Com a agravante de que a maioria dos expoentes virem, apenas, da área do Direito, disciplina que, aparentemente, é mais compatível com a prática política…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Costuma ouvir-se dizer que os partidos políticos são enformadores, quiçá estruturantes, da Democracia. Pois se são, teremos que importar outros, pois os que temos além de não estruturarem nada, partem (não fossem eles “partidos”) tudo à sua volta e a única coisa que geram são empregos para as suas clientelas. Em vez de serem escolas de civismo, transformaram-se em exemplo de más práticas e trafulhices constantes. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E assim temos vivido, ainda por cima com o pouco que produzimos e com o muito que nos emprestam.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com o resultado das eleições, de que usamos e abusamos – nos últimos 200 anos houve 171 governos, e lembro que nos 48 anos do Estado Novo, votava-se pouco – sai um partido com maioria absoluta ou relativa, tendo que governar, neste último caso, em minoria ou sujeitar-se a uma coligação com outro(s) partido(s). Em ambos os casos as coisas correm, por norma, mal. No primeiro caso são acusados de se instituírem em “ditadura” da maioria – agravado pelo facto da abstenção ser o “partido” mais votado – e são impiedosamente criticados por tudo o que façam; no segundo caso gera-se, rapidamente, a maior das barafundas, sendo difícil obter “quórum” seja para o que for. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Independentemente de tudo, predomina a lógica do bota abaixo, do dividir para reinar, da caça infrene ao voto, da tentativa de condicionamento dos “media” – no fundo, de tudo o que mexe! – etc. O objectivo é só um: alcançar ou manter o Poder. E é este objectivo e <strong>exclusivamente</strong> este, que as lideranças partidárias sujeitam tudo o resto. Neste âmbito é fácil perceber que Portugal e a nação dos portugueses é apenas o objecto, não a finalidade.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aqui é que bate o busílis da coisa. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Portugal é hoje um país esfrangalhado. E já o é desde as invasões napoleónicas que é o momento marcante que deu início às nossas desgraças contemporâneas. Ora nenhum país tem futuro se mantiver no seu seio divisões insanáveis. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Agora o “sistema” tem outra curiosidade. Quando a situação piora, quando há crises, quando se percepcionam cataclismos sociais e políticos (para já não falar em ameaças de guerra), logo aparecem catadupas de vozes a clamar pela “unidade”, por “acordos de regime”, pela “base alargada de apoio”, pelo “consenso institucional”, etc.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ou seja, clamam pela União Nacional… corrijam-me se estou enganado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora isto é incompatível com o sistema de partidos, pois é contrário à lógica partidária, como já vimos. E a manutenção de um acordo é apenas conjuntural e limitado no espaço e no tempo. Mal comparado e usando uma linguagem acessivel ao vulgo, era como se os clubes de futebol abdicassem dos seus interesses em favor da selecção nacional…</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Se passar a haver confluência de políticas, alianças, acordos mais ou menos pontuais, etc., entraremos no campo dos paradoxos e das incongruências. Isto é, se um partido concorda com outro, deixa de haver justificação para um deles existir; mas se não houver convergências em coisas sérias, o poder nacional sofre, o país não se entende, não há resultante capaz.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Se, por outro lado, as divergências não são grandes, também não se justificam os partidos. Um qualquer conjunto de cidadãos, senta-se a uma mesa, discute e chega a uma conclusão. Quem tiver autoridade, aplica. Se por acaso houver um partido que defenda um conjunto de ideais, não miscíveis com a restante população, nem com a matriz enformadora da nação, estão criadas as condições para uma guerra civil e, ou, a “auto- determinação” de uma parte do país. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda a piorar as coisas existe um fenómeno comum a todos os partidos, representado pelas “tendências”, os “grupos”, as guerrinhas entre personalidades, etc., que baralham ainda mais as coisas e desacreditam o sistema. São, porém, muito do agrado dos comentadores e analistas políticos, assim como dos empresários da comunicação social… O mal de uns é sempre o bem de outros.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O sistema, tido por democrático, baseado neste tipo de partidos, só funciona,também, enquanto houver dinheiro. Nenhum cidadão que vá de férias a Cancun, mesmo que seja com cartão de crédito, se revolta contra nada... Mesmo deparando – como tem sido bastos os casos – com quebras de princípios éticos, criminalidade vária ou subversão de valores. “Ele rouba, mas faz”, pode considerar-se a síntese do que quero ilustrar.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O “sistema”, por outro lado, não se regenera por si, como a História nos ensina, mas poucos são os que a estudam e interpretam. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Convém, pois, tentar atalhar a situação e fazer as rupturas necessárias enquanto existe capacidade para controlar algumas das variáveis existentes. </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quanto mais tarde se actuar mais custos haverá. Infelizmente a politica parece ser a única actividade humana onde não se pode ter razão antes de tempo.</span></div>Adamastorhttp://www.blogger.com/profile/00523721715004840361noreply@blogger.com0