28/10/2009
Gostaria de começar por vos mostrar uma missiva que o Duque de Wellington enviou ao governo de S. Majestade:
Mensagem do Duque de Wellington para o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Londres, Agosto de 1812:
Exmºs Senhores:
Enquanto marchámos de Portugal para uma posição que domina a aproximação de Madrid e das forças francesas, os meus oficiais têm cumprido diligentemente os vossos pedidos, enviados no navio de sua majestade, de Londres para Lisboa e daí, por estafeta a cavalo ao nosso quartel general.
Enumerámos as nossas selas, rédeas, tendas e respectivas estacas e todos os “items” pelos quais o governo de sua majestade me considera responsável. Enviei relatórios sobre o carácter, capacidade e índole de todos os oficiais.
Foram prestadas contas de todos os “items” e todos os tostões, com duas lamentáveis excepções, para as quais peço a vossa indulgência.
Infelizmente não nos é possível responder pela soma de 1 xelim e 9 dinheiros, do fundo para pagamento de pequenas despesas dum batalhão de infantaria e houve uma lamentável confusão quanto ao número de frascos de compota de framboesa entregues a um regimento de cavalaria, durante uma tempestade de areia no oeste de Espanha.
Este descuido censurável, pode ser relacionado com a pressão das circunstâncias, uma vez que estamos em guerra com a França, facto que poderá parecer-vos, senhores, em Whitehall, um pouco surpreendente.
Isto traz-me ao meu objectivo actual, que consiste em pedir ao governo de sua majestade, instruções sobre a minha missão, de modo a que eu possa compreender melhor a razão porque estou a arrastar um exército por estas planícies estéreis. Suponho que, necessariamente, deve ser uma de duas missões alternativas, como abaixo indico. Prosseguirei qualquer delas, com o melhor da minha capacidade, mas não posso executar as duas:
1. Treinar um exército de escriturários britânicos fardados para benefício dos contabilistas e moços de recados em Londres, ou, talvez;
2. Providenciar no sentido das forças de Napoleão serem expulsas de Espanha.
Assinado
O Vosso Mais Obediente Servo
Wellington
Wellington, que foi um grande general, sabia do que falava. E o fundo da questão da sua missiva também se veio a verificar entre nós, relativamente ao período que analisamos, sobretudo depois de Marcello Caetano ter assumido a Presidência do Conselho de Ministros. Mas já lá iremos.
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Exmº Sr. Cmd da AM, Gen. Paiva Monteiro e meu prezado camarada;
Ilustres membros da mesa
Exmº Sr. Prof. Dr. Adriano Moreira; Exmª Srª Drª Maria João Costa, Editora da D. Quixote; Senhores Oficiais Generais; Minhas senhoras e meus senhores; Camaradas e amigos.
Não foi fácil aqui chegar!...
Mas ao fim e ao cabo, lá acabei por cortar o cabelo, lavei os dentes, engraxei os sapatos, aspergi-me com uma colónia, vesti um fatito engomado e assim “uniformizado e ataviado” aqui estou, a apresentar-me, pronto para revista.
Venho armado apenas do meu livro, o que para hoje, deve chegar.
Fez agora 38 anos que entrei para esta casa, como cadete aluno. Decidi concorrer à AM, quando acabei o 5º ano do liceu. Sabia o que queria e preparei-me para ao que vinha.
Assumi relativamente ao Ultramar as palavras de Schomberg – sem as conhecer ainda – justificando aceitar vir comandar o Exército Português, durante a Restauração: (Portugal) “Uma causa nobre pela qual decidiu combater”.
Não podia imaginar que passado este tempo todo estaria aqui a apresentar este livro. Mas certamente gostaria de poder estar a apresentar um outro: um livro que falasse de vitória em vez deste que fala de derrota. Mas, enfim, falar de derrota, ou derrotas, também tem o seu lado positivo, se isso puder contribuir para o melhor apuramento da verdade histórica, o correcto entendimento das reais intenções dos principais protagonistas nos eventos sob análise e, sobretudo, nas ilações que possam ser retiradas e possam potenciar acertos ou prevenir idênticos erros no futuro. Estes são os principais objectivos deste livro. E isto é tão mais importante, quando as especificidades do ser português nos torna relapsos a analisar os eventos da nossa História que são dolorosos e, ou, conflituais.
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Devo especiais agradecimentos – que mesmo que não fossem “praxe” social e académica, eu não me iria eximir:
Em primeiro lugar à Editora D. Quixote - entretanto englobada na empresa Leya – nas pessoas das Drª Sara Gomes – que me contratou e acompanhou na fase inicial da feitura da obra; e da Drª Maria João Costa, que pegou no projecto já em fase de revisão e o levou à tipografia. O gosto pelo produto acabado é ainda maior pelas agruras e problemas que foi necessário ultrapassar.
Agradeço a um rol extenso de camaradas e amigos pela sua crítica, disponibilidade para fornecerem informações ou dados e ainda revisão de texto. Agradeço às personalidades que acederam em serem entrevistados e cujas respostas constam, em anexo, do livro; agradeço ao Prof. Adriano Moreira que apesar das suas múltiplas tarefas – que jovens de 30 anos são incapazes de levar a cabo - arranjou tempo e interesse para escrever o prefácio e ainda para estar presente na apresentação oficial do livro.
Agradeço aos Comandante do Exército e da AM a autorização e disponibilidade para que a apresentação se fizesse neste Palácio que começou por ser construído para uma Rainha e acabou Escola do Exército no seguimento da fundação desta, em 1837.
Finalmente tenho a agradecer a presença de todos vós nesta sala, sem a qual o lançamento do livro perderia toda a sua substância.
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Culmino hoje um projecto e uma ambição de longa data.
Decidi apresentar este livro na Academia Militar por duas razões principais: a primeira sendo, ter sido nesta casa que aprendi a ser militar e me formei universitário; depois pelo tema do livro que versa as últimas campanhas militares ultramarinas levadas a cabo pelas FAs portuguesas.
Sem embargo, pelo que vi ocorrer posteriormente, me interrogue se muitos dos meus camaradas que por aqui passaram terão estudado pelos mesmos livros que eu…
Tenho sido muito criticado ao longo da vida por escrever sobre estas campanhas africanas e asiáticas sem lá ter estado a combater. Não levo a mal a quem faz as críticas. Trata-se certamente de um lapso cognitivo por não lhes ter ocorrido lançar semelhante labéu sobre quem se atreva hoje a falar sobre o D. Afonso Henriques …
Ter participado num conflito, não abona ninguém, à partida, para o analisar globalmente. Dá-lhe apenas credenciais para testemunhar a sua vivência particular marcada pela circunstância do lugar e do tempo. E resta esperar que esta experiência não lhe crie preconceitos ou enviese a análise de tudo o resto. Enfim, lidamos com a natureza humana com as suas qualidades e limitações. E eu não me julgo fora deste quadro.
O livro versa fundamentalmente quatro temas, que têm andado arredios de tudo o que se tem publicado sobre o tema ou é referido em colóquios e conferências. São eles:
- A Justiça da Guerra
- O Direito em fazer a guerra
- Se a guerra era sustentável e
- Porque desistimos de lutar.
Estes temas são tratados objectivamente nos últimos quatro capítulos do livro, servindo os restantes seis capítulos para enquadrar política e geo-estrategicamente; fornecer dados e tratar conceitos, que permitam entender as deduções e conclusões finais.
E não quero fugir a dizer-vos que defendo a inteira justiça da luta portuguesa de então; o direito que tínhamos em fazer a guerra; que esta era sustentável e as razões porque acabámos por desistir da luta, que reduzi a oito mitos que foram sendo paulatinamente criados – direi melhor, subversivamente inoculados – e se foram instalando na mente de muitos.
Os oito mitos foram os seguintes:
- a guerra era insustentável e impedia o desenvolvimento do país;
- Portugal estava “orgulhosamente só” no mundo e posicionava-se contra os “ventos da História”;
- a guerra durava há muito tempo;
- Portugal ia perder a guerra militarmente;
- Portugal andava em contra ciclo com os “ventos da História” e devia ter descolonizado mais cedo;
- a população dos territórios ultramarinos queria ser independente;
- a guerra era injusta e actuávamos à revelia do Direito Internacional;
- a solução para a guerra era política e não militar.
Estes foram os principais mitos que corroeram a sociedade portuguesa, sobretudo a metropolitana. Ora estes mitos, não correspondendo à realidade, passaram a ser percepcionados como sendo essa mesma realidade, o que passou a condicionar psicologicamente franjas importantes da população e até membros dos órgãos de soberania.
Isto para já não falar do então Presidente do Conselho de Ministros que era contra a política de integração e passou a actuar contra aquilo que tinha jurado defender.
Ora, como passou a ser ciência, em política o que parece é…
Estes mitos viraram verdades oficiais, que muitos poucos ousaram contestar.
Este livro contesta-as e defende que a guerra era justa e de direito (para os portugueses), era sustentável, não impedia o desenvolvimento, não estava perdida militarmente, não estávamos orgulhosamente sós, a maioria da população estava longe de ser anti portuguesa, e que a evolução a fazer-se deveria ser dentro de um quadro de responsabilidade nacional, e a solução política da guerra passava pela desistência em lutar por parte do inimigo. E coloca uma questão: se assim é, e se todos os mitos postos a correr como verdadeiros, eram falsos, onde e como se pode alegar razoabilidade e bom senso para baixar os braços e desistir de lutar abandonando de qualquer maneira, património, gentes, fidelidades, compromissos, vergonha, honra … tudo?
Ninguém ignora que tudo o atrás enunciado não faz fé nos principais próceres e teorizadores politicos de todas as forças partidárias representadas na Assembleia da República; nos comentadores e afins e, outrosim, nos livros que servem de cartilha oficial às futuras gerações: isto é, aos nossos filhos e netos.
O risco de ser acusado de estar em contra ciclo com a História é elevado e a hipótese do livro ser silenciado é ainda maior. Trata-se de prática antiga, pois é mais fácil e eficaz, desvalorizar do que debater ideias. Aliás o que não passa na TV, não existe…
Tomo o risco de boa mente pois pensei o que escrevi e escrevi o que pensei. A última palavra, porém, caberá aos leitores.
Conclusão
Portugal, através de alguns dos seus filhos, pôs fim em 1974/75, de uma forma ignominiosa – que as 50 gerações anteriores e as futuras não mereciam – a seis séculos de um conceito político/estratégico que prosseguimos com determinação, coesão e fé. E não mereciam porque os 20 anos que duraram as últimas campanhas ultramarinas portuguesas, mostraram Portugal no seu melhor. A população e os combatentes – apelidados carinhosamente como os “melhores de todos nós” – aguentaram a maior campanha desenvolvida e orquestrada a nível mundial contra a nação dos portugueses, em toda a sua existência, lutaram global e vitoriosamente contra toda a sorte de ataques ao passo que militarmente se fazia frente, com sucesso – é bom repeti-lo – a uma luta de guerrilha apoiada do exterior, em três teatros de operações distanciados milhares de quilómetros entre si e da base logística principal, que era a Metrópole. Só não se conseguiu parar a força bruta da União Indiana que, à revelia de todos os preceitos do direito internacional e da decência entre os povos, nos invadiu os territórios de Goa, Damão e Diu. Mas é bom recordar que a acção portuguesa conseguiu manter em respeito e resistir às malfeitorias indianas durante cerca de 10 anos. Não foi coisa de somenos!
Tudo isto fizemos sem generais ou almirantes importados, o que já não sucedia desde Alcácer Quibir, sem alteração da ordem pública, ou disrupção das actividades económicas ou sociais. Mais, durante esse período conseguimos essa coisa espantosa que foi obter um crescimento económico/financeiro e social na Metrópole como em nenhuma época passada, em simultâneo com o desenvolvimento das parcelas africanas que ultrapassou tudo o que foi feito nos quatro séculos anteriores. Não houve, contemporaneamente, a nível mundial exemplo de algum país que se pudesse igualar a tudo isto. E nós em vez de estarmos orgulhosos do que fizemos, apoucamo-nos e diminuímo-nos. Há qualquer coisa de errado em tudo isto...
E é bom não esquecer que toda a acção portuguesa servia um projecto que constituía e constitui, certamente, um dos mais altos desígnios da Humanidade: a integração harmoniosa de diferentes raças, credos, religiões, culturas, camadas sociais, etc. Seria, à outrance, uma descolonização revolucionária, por perfeita.
Em qualquer dos casos a anos luz do chamado “multiculturalismo” que almas pouco pias, nos querem impingir na União Europeia!
As acusações que meio mundo fazia à acção dos portugueses – no que foram corroboradas por compatriotas nossos, menos dignos do seu nascimento – de todos os “ismos” possíveis e imaginários, são a esta luz, perfeitamente descabidos e seriam ridículos e risíveis senão tivessem originado um rol de tragédias sangrentas e a nós – os que sobrámos – nos tenha comprometido o futuro.
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A conquista de Ceuta, em 1415, é tida como o começo da expansão ultramarina, mas se analisarmos bem o conceito veremos que ele remonta a 1139, e ao que ficou conhecido pelo milagre de Ourique.
Aconselho-vos a ler o texto supostamente ditado por Afonso Henriques na Igreja de Santa Cruz, na sequência da batalha.
O que sucedeu em 1974/75, porém, não tem paralelo na História Pátria. De facto os portugueses ao longo da sua História, lutaram em quase todos os continentes e mares da terra na defesa dos seus objectivos e princípios em que acreditavam.
Este combate processou-se contra inúmeros estados, populações gentílicas e interesses instalados e implicou sempre muitos e dolorosos sacrifícios. Em muitas ocasiões a força dos inimigos e, ou, a incúria e debilidades nacionais, fizeram com que os portugueses sofressem derrotas e por isso, tivessem perdido territórios e populações. Mas tudo se fazia vendendo cara a pele, sofrendo toda a Nação com as ocorrências malignas que se foram dando. Por outro lado, algumas vezes, alienou-se território por razões de carácter estratégico e ou financeiro como é o exemplo de algumas praças do Norte de África nos reinados de D. João III e D. José I. Ou, ainda, por razões políticas de grande interesse nacional, como é o caso da inclusão de Tanger e Bombaim no dote de D. Catarina, futura Rainha de Inglaterra.
No mais, lutava-se sempre em termos económicos, diplomáticos, psicológicos e militares.
O que nunca tinha acontecido na História de Portugal foi, a meio de um conflito de baixa intensidade que ainda por cima controlávamos e de que estávamos a sair vitoriosos, ter-se desistido de lutar, entregando de forma leviana todo o património, interesses e ideais, pelas quais tantas gerações de portugueses se tinha batido durante tantos anos.
E tudo se passando num clima geral de aparente euforia e contentamento!
A desorientação foi, e é, tanta que numa atitude nunca vista assumimos oficialmente a esmagadora maioria dos argumentos dos nossos inimigos…
Não parece ser saudável continuar nesta senda.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Da estratégica sabemos de ciência certa o que o senso comum sempre nos indicou:
- pelo que é fundamental, morre-se;
- pelo que é importante, combate-se;
- pelo que é secundário, negocia-se.
Porque o conceito de Portugal do Minho a Timor nos era fundamental e estava incrustado no mais profundo da nacionalidade, que as vicissitudes dos últimos seis séculos não abalara, nós combatemos com sacrifício de vidas e fazenda. E tal nunca teve a ver com regimes ou grupos políticos.
E a Estratégia também nos ensina que aquilo que decidimos fazer tem que passar as três provas fundamentais:
- a adequabilidade, isto é, se tem virtualidades para atingir o objectivo pretendido;
- a exequibilidade, isto é, se existem meios disponíveis capazes de lançar e manter a estratégia delineada e;
- a aceitabilidade, ou seja, se os custos que essa estratégia implica são aceitáveis face à importância do objectivo definido.
Se a estratégia não passa em alguma destas provas é necessário rever todo o processo de tomada da decisão, a começar pelo objectivo que pode ser demasiado ambicioso.
De facto, o nosso objectivo era ambicioso e não só ambicioso, como grandioso – quero lembrar que os portugueses só convivem bem com objectivos destes! – mas não me parece que não fosse adequado, exequível e aceitável. E também não creio que houvesse alternativa viável que fosse melhor. Posso estar enganado, mas ainda não li ou ouvi nada que me convencesse disso. E como em política nada se pode experimentar em laboratório, há-de ficar para sempre a dúvida. Aliás o laboratório da política é a História. E esta deixa muito a desejar em termos de escrita e de estudo.
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As coisas vão evoluindo, embora devagarinho.
Agora e, por exemplo, surgiu uma nova filosofia sobre a justiça da guerra, nas fileiras daqueles que se bandearam com quem nos emboscava as tropas e queria substituir na soberania:
A justiça da guerra estava do lado de todos,dizem. Cada um tinha as suas razões e todas eram respeitáveis. Conceito abrangente e extraordinário este, que não deve encontrar apoiantes em nenhum dos contendores de guerras passadas ao passo que seria esplendoroso como futuro, caso encontrasse acordo entre antagonistas que se viessem a declarar. Resultaria na paz eterna entre os povos da Terra!
Uma pergunta apenas: até onde descerão na argumentação que visa objectivamente branquear acções que se prendem com a traição à terra que lhe deu o braço, ou do juramento à bandeira?
Pode ser certo que a guerra é uma luta entre dois direitos, em que um se imporá no fim, ao outro. Mas isso não nos obriga a deixar de acreditar no nosso e muito menos a ficar contentes com o desfecho.
Que acabámos por soçobrar é um facto. Agora que tenhamos que assumir as razões dos nossos inimigos, ou ser forçados a engolir mentiras no discurso oficial ou nos livros de História é que já me parece intolerável. Recuso-me mesmo a aceitar tal estado de coisas. E este é, de facto, um dos problemas que tenho tido: é que ao contrário de muitos com quem me cruzei na vida, eu nunca me conformei com esta derrota ignominiosa.
Por uma vez nós temos que acertar contas com a História, já que não se pode aparentemente fazer mais nada.
Nós temos que decidir o que ensinar às futuras gerações (Instituição Militar incluída).Por ex., quem é que nós vamos escolher para herói,ou figura de referência:
- Oliveira e Carmo ou Rosa Coutinho?
- Aniceto do Rosário ou Vassalo e Silva?
- Diogo Neto ou Jacinto Veloso?
- Bettencourt Rodrigues ou Vasco Gonçalves ?
O que vamos comemorar:
A resistência heroica de Mucaba, ou o abandono de Guilege?
O assalto a Conakri ou a rendição de Omar?
O afundamento com honra do Afonso de Albuquerque ou o fuzilamento dos comandos guineenses?
Finalmente temos que decidir quem queremos para exemplo - e isso é importante nos tempos que correm – o D. Antão de Almada ou o Cristóvam de Moura?.
Nós temos que saber responder a estas e outras perguntas, tanto individual como institucionalmente. Não podemos fugir constantemente às evidências. E se é certo que nem tudo é branco e preto, não é menos certo que ambas as hipóteses não podem estar certas ou erradas ao mesmo tempo …
FECHO
O meu livro que tem também 10 capítulos e 10 estrofes camoneanas, uma por capítulo, representa – passe o exagero – uma espécie de “requiem” pelos Lusíadas. Mas pretende ser algo mais, já que se se limitasse a ser um “requiem” isso significaria o fim da Pátria portuguesa. Deste modo o livro quer apontar a necessidade de se dar início à escrita de uns novos Lusíadas, já que aqueles que conhecíamos morreram em 25 de Abril de 1974.
Mas só se pode escrevê-los a partir da verdade e não da mentira, escorada em chão firme e não em areia movediça.
E é tempo de enxugar as lágrimas que tivemos que chorar pelos nossos mortos, pois,de facto, os vivos não os souberam merecer; arrumar a casa, pugnar pelo Bem, arranjar uma liderança que perceba alguma coisa do que é Portugal e ressuscitar a alma no corpo que nos resta.
Viva Portugal!
Muito obrigado.
1 comentário:
Ao sr.Ten.Cor.(ref)Brandão Ferreira
Na qualidade de oficial do Exercito,"capitão" de Abril,comissão em Angola em 1975 até ao dia da independencia,não concordo consigo quando se refere......"à forma ignominiosa" como alguns militares ...etc...etc..."abandonaram o chamado imperio colonial.
Com a devida consideração de:
José Francisco de Jesus Duarte
Coronel de Artilharia
Ex-Comandante de Regimento
Registo disciplinar sem punições.
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