28/6/09
Eleições Europeias, dia seguinte: o governo congela totalmente a Lei de Programação Militar. Nada transpira, ninguém se incomoda. Como vai ser?
Resumindo e concluindo,o partido que forma o governo perde as eleições – do que só se pode queixar de si próprio – e quem paga as favas (mais uma vez...) é a Instituição Militar. Até quando?
Aliàs as Forças Armadas não param de ser desagregadas e demolidas. As leis sobre a nova organização são uma perda de tempo,pois para além de não resolverem nenhum dos muitos e prementes problemas que afligem o meio militar,ainda vão abrir mais brechas na coesão das forças. È um acto falhado por escusado. Com o RDM ainda é pior: depois das forças politicas terem acabado com a Justiça Militar,vão subverter a disciplina. É dificil fazer pior em qualquer parte do mundo. Só pode haver uma razão; ser de propósito!
A fragata Corte Real e todos os que nela navegam, andam a fazer figura de “ursos”. Perseguem piratas, prendem-nos, arriscam-se a levar uns tiros e depois soltam-nos. O comandante da Armada já disse que era preciso criar leis apropriadas (deveria ter sido o Conselho de Chefes a fazê-lo...). Do Governo,Parlamento e PR,nem pio. “No passa nada”!
O segundo submarino (“Arpão”) foi lançado à àgua em Kiel. O Sr. ministro da Defesa foi lá incógnito. No portal do ministério nem uma linha. Para a comunicação social idem. Isto é, o governo assume um compromisso importante relativo à Defesa Nacional, mas tem vergonha de o assumir e defender. Alguns ministros são até contra. Publicamente. Muito edificante.
Que se passará no Instituto de Defesa Nacional? Quase todas as semanas há um quadro da casa que pede para abandonar funções. O último foi o próprio sub- director, que nem aqueceu o lugar.
O senhor ministro já descobriu a raiz do problema, assobia para o lado ou vai insistir que as coisas continuem a quebrar pelo lado mais fraco? O IDN já não faz falta e também é para acabar?
Pressionam constantemente o Exército (sobretudo o Exército) para alienar património à sua guarda, normalmente a fundo perdido. A apetência autárquica e regional por estes “bens” não conhece peias e a ganancia da especulação imobiliària parece não ter limites. Vá-se lá saber porque bulas, as FAs e sobretudo o Exército vai dando, tudo de mão beijada,sem ser resarcido de quase nada e sem um ... ai.
Depois passa-se um pouco de tudo, por exemplo as instalações da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém foram libertadas pelo Exército no prazo combinado – a tropa cumpre. Como não apareceu ninguém para ficar com as chaves, o Exército ficou com elas – sempre pronto a cumprir a missão e a carregar com os sacrifícios ! – e ainda manteve sentinelas. Até que um general mais avisado e corajoso, entendeu (e bem) que a situação já tinha ultrapassado o que permitia o regulamento e retirou a guarda. Foi um ver se te avias, as instalações foram assaltadas diversas vezes e tudo roubado. Parece que nalguns casos acoisa tomou foros de organização em forma. Falta agora proceder de igual forma para com as ex- instalações militares de Elvas (que deviam ser um museu vivo, à falta de melhor sorte), para cuja segurança o Regimento de Cavalaria de Estremoz, tem que destacar permanentemente um pelotão. Doce país.
Ali para os lados de Alfragide o Comando da Força Aérea está, por seu lado, à beira de um ataque de nervos. Então não é que mais três coronéis pilotos aviadores vão passar à reserva, justamente agora que iriam comandar bases aéreas? E eram dos mais resistentes. O que fará um oficial de carreira querer trocar um comando de base por umas funções menores, desfazadas em grande parte daquilo a que estão habituados e se preparam durante tanto tempo?
Toda a gente sabe estas respostas, mas ninguém as diz oficialmente. E não se consegue enviar um médico para o Afeganistão. O primeiro, isto é a primeira a ser nomeada, arranjou maneira de concorrer às próximas eleições e passou à reserva. As duas seguintes pediram abate ao quadro e têm que pagar cerca de 100.000 euros cada, de indemnização. Consta nos mentideros que quem vai pagar a conta, vão ser os hospitais onde as duas oficiais médicas (ou será que se julgam só médicas?), estão a tirar a especialidade à custa da FA(!) pois pretendem que elas fiquem a trabalhar para eles. Conhecem algum adjectivo para qualificar este “negócio”?
E para quando, a AR vai mudar a lei que obriga os militares a passar à reserva para poderem concorrer a eleições que tem sido usada para vigarices do foro pessoal e profissional, ao passo que é uma lei discriminatória para os militares já que são a única classe profissional em que os seus servidores são obrigados a abandonar a carreira para se dedicarem à política. Será que também é de propósito? À atenção, outrosim, das Associações de Militares.
Enquanto tudo isto se passa o que faz o senhor pequenino que ostenta o título de Ministro da Defesa? Pois olhem, foi recentemente em visita oficial a Luanda com meia dúzia de acompanhantes num Falcon da FA. Pararam, à ida, em Accra para pernoita, presumo que o Falcon não faz directo a Luanda, só pode. Pediu em seguida uma audiência ao Presidente angolano, uma audiência que este não lhe concedeu, não interessa para o caso as razões (ou será que interessa?). Sabe-se que a comitiva decidiu antecipar a vinda para Lisboa, mas em vez de voarem de Falcon, meteram-se num avião da South Africa Airways, quero crer que em turística. O Falcon, esse pernoitou em Luanda e veio no dia seguinte … vazio.
Eu por mim não quero ajudar a pagar esta viagem do senhor ministro, e vocês ó contribuintes?
Será que é por estas e por outras que os nossos queridos representantes parlamentares querem diminuir as competências do PR em matéria militar? [1]
[1] Será que o consignado na nova proposta de RDM, prevendo a punição de militares na reserva e reforma se destina também a impedir textos com este de serem publicados?
1 comentário:
Tenho assistido a uma acção constante e coordenada, por alguém com poder intocável, ao desmantelamento regular do exército português e do seu património físico, a que decerto se seguirão algumas das restantes armas das Forças Armadas, sem haver nada e apenas algumas vozes isoladas que se opõem. As fronteiras territoriais continuam a existir no terreno e no papel, mas quase virtualmente, pois a nossa adesão à UE assim nos impôs e aceitamos essa subserviência. Contudo as fronteiras económicas e financeiras, essas, desapareceram completamente sem que, também aí, tivéssemos defensores capazes. Foi para isto que os militares fizeram o 25 de Abril, em que o povo participou ordeiramente no derrube de um regime opressivo ? É o resultado de termos aderido à UE ? É o destino deste nosso povo viver neste tipo de clima ? Explicações para quê ? Pensem maduramente no que se passa no Exército, Aviação e Marinha, sem incorporações e para onde os nossos filhos iam estagiar e aprender a fase final de preparação para entrar na vida civil e poucos seguir a vida militar. São estas as novas regras ? Por perda de fronteiras físicas e virtuais ? Se é está explicado porque ao inquérito, nas escolas (?)e universidades , a resposta foi: quando acabar o meu curso vou emigrar para a Europa onde exista qualidade de vida.
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