sábado, 20 de novembro de 2010

UM OÁSIS NO “DESERTO” PORTUGUÊS: O COLÉGIO MILITAR

Março de 2008
“Por cada pedra daquela fortaleza, arriscaria um filho …”
“Eu vos ponho no caminho da Honra, está agora em vós ganhá-la.”
D. João de Castro, a seu filho, enviado em socorro de Diu

            O Colégio perfaz no dia 3 de Março a invejável e provecta idade de 205 anos.
            A reportagem que passou na SIC, no dia 17/2, representou uma boa prenda de anos. A peça televisiva está muito bem e demonstra um profissionalismo que não estamos, infelizmente,habitàdos a ver, em trabalhos feitos sobre a Instituição Militar. Além de ter captado a essência das coisas, não se vislumbra qualquer tipo de manipulação. E o mais extraordinário é que conseguiram perceber e transmitir, aquilo que está para além da matéria: a Alma do Colégio! Foram honestoe e competentes. Bem hajam!
            Apesar de ser suspeito, o filme comoveu-me. E que exemplo para o País inteiro!
            Ficou visto e claramente visto, que ali, no colégio Militar, serve-se, enquanto a generalidade do país negoceia; ali trabalha-se, no país procura-se emprego; ali defendem-se Princípios, no País, gere-se conveniências; ali acarinham-se as tradições, o País dobra-se a modas estranhas; ali há ordem, no País há clamor e disensão; ali há hierarquia, disciplina e organização, o País há muito que não sabe o que é isso; ali estuda-se e formam-se homens na sua plenitude, no País a Educação é um granel; ali existe preocupação com o produto acabado, o País preocupa-se com as estatísticas da U.E.; ali há exigência e rigor, no País há bandalheira; ali o conjunto prevalece sobre o indivíduo; o “nós” sobre o “eu”, no País corre infrene, o individualismo feroz; ali a responsabilidade não é uma palavra vã, no País é desconhecida; ali há espaço para tudo, no País o espaço é um sufoco; ali o passado, o presente e o futuro harmonizam-se, no País impera a descontinuidade a força centrífuga e a falta de memória colectiva.
            Finalmente, no Colégio Militar, Portugal é tido como um ente superior, intangível, que se aprende a amar. No País, Portugal está a ser alienado a patacos.
             Os exemplos podiam continuar. O Colégio é constituído por homens, por isso não é perfeito, não está imune a erros, nem acima de críticas. Mas auto-avalia-se e corrige-se. Tem obra feita e apresenta-se de cara lavada.
            O nosso “pai” Afonso Henriques teria, certamente, orgulho no Colégio Militar… É preciso agora dar também a mão aos seus homólogos Pupilos do Exército e Instituto de Odivelas e encontrar-se uma solução adequada que salvaguarde o seu futuro e não imponha sobre o Exército a exclusividade do ónus da sua sustentação.
Como o filho de D. João de Castro os alunos do CM, foram sempre postos no caminho da Honra. E neles esteve sempre o ganhá-la.

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